5 perguntas para Laura Chiavone, da Meta

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Redação Fast Company Brasil 3 minutos de leitura

Socióloga formada pela USP, mestranda pela Berlin School of Creative Leadership, na Alemanha, professora na Miami Ad School há 18 anos e fundadora do Like a Boss (treinamento de liderança para mulheres), Laura Chiavone é diretora e head de agências da Meta no Brasil.

Depois de muitos desafios e uma carreira internacional pautada por projeto de inovação, ela se vê diante de mais um imenso desafio: está se preparando para ser mãe de um adolescente, lidando com uma fase de vida repleta de perguntas e incertezas. Na profissão, ela diz enfrenta os desafios da mulher latina atuando em tecnologia e negócios.

Nesta conversa com a Fast Company Brasil, Laura fala, entre outras coisas, de responsabilidade, de escolhas e de legado.  

O que é inovação para você? 

Fazer a vida de pessoas melhor por meio de novas soluções. 

Qual é, na sua visão, a habilidade mais importante para exercer a (boa) liderança? 

É o líder ser consciente de sua responsabilidade pelo resíduo que suas ações deixam nas pessoas. A liderança traz essa responsabilidade compulsória, mas alguns não têm essa consciência. Ou têm, mas não se importam. Essa responsabilidade tem a ver com empatia, com olhar para cada pessoa; com capacidade de adaptação da atuação do líder às circunstâncias, o que lhe confere flexibilidade; e sobretudo com a integridade de agir em linha com o que se diz, principalmente em momentos difíceis. 

Ter e exercer escolhas enquanto profissional, mulher, mãe, é uma conquista diária, fruto de muito trabalho de autoconhecimento.

O que é qualidade de vida?

Para mim é acordar de manhã todos os dias sabendo que tenho escolhas e posso exercitá-las. A escolha de poder descansar, de acelerar, de trabalhar com o que gosto, de seguir aprendendo, de questionar. Ter e exercer escolhas enquanto profissional, mulher, mãe, é uma conquista diária, fruto de muito trabalho de autoconhecimento, que ajuda a não me sentir refém de expectativas que não sejam as minhas próprias.

O que o conceito de sustentabilidade representa para você e como se conecta ao seu trabalho?

Sustentabilidade significa a conexão entre as pegadas que deixamos todos os dias por onde passamos e o legado que ficará quando não estivermos mais por aqui. Pessoalmente, tenho muita atenção aos caminhos para que a vida das pessoas seja melhor, na relação com o planeta, com os animais e como nossas sociedades ainda estão organizadas com tanta desigualdade.

Esse é um conceito que busco levar para o meu trabalho todos os dias, refletindo sobre as consequências de longo prazo das decisões que precisam ser tomadas, identificando o que é importante e no que vale a pena investir tempo e recursos. Como gestora, é uma grande responsabilidade conectar a visão de futuro às ações do presente.

Qual o melhor conselho que já recebeu na vida? 

Há 15 anos, ouvi de um geriatra que todas as escolhas que faço hoje produzem a Laura aos 80 anos. Perceber essa ligação foi muito impactante e importante para mim.

Desde então, além de pensar sobre os impactos de minhas ações no meu corpo, passei a me colocar no meu lugar aos 80 anos para me ajudar a tomar decisões com base no que quero deixar de legado e os impactos dessas decisões no longo prazo.

Vez ou outra consulto a “dona Laurinha” (ia amar que me chamassem assim se chegar aos 80, #ficaadica) e pergunto: olhando para trás, a senhora tem orgulho dessa decisão? Foi a melhor que poderia tomar?


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