5 perguntas para Maira Genovese, da MG Empower

Crédito: Fast Company Brasil

Claudia Penteado 4 minutos de leitura

Nascida em Ribeirão Preto, no interior paulista, Maira Genovese mudou-se para Londres em 2005, deixando uma carreira de sucesso para recomeçar do zero. Movida por um desejo de construir conexões realistas, fortes e inclusivas, fundou em 2017 a MG Empower, uma agência de marketing de influência que nasceu em uma cafeteria, cresceu até conseguir alcance global e foi adquirida pela Amyris (companhia norte-americana dona de marcas como Biossance, Purecane e Costa Brazil) em 2021. Nesta entrevista, ela dá para a Fast Company Brasil sua fala de riscos, de equilíbrio, empoderamento, de sonhos.

O que é inovação para você?

É um mote. É o que está por trás das grandes realizações, seja dentro de uma empresa ou individualmente. Uma conduta que nos leva a observar um problema com um olhar fora do padrão. Isso se aplica a tudo, desde como conduzimos uma reunião com clientes até a forma como lideramos. Ao mesmo tempo, acredito que o ato de inovar requer um impacto efetivo. Uma nova ideia, um novo conceito, uma nova tecnologia, só podem ser considerados inovadores quando, de fato, resolvem uma questão conectada ao contexto e trazem resultados, mudam a maneira de fazer daí para frente, aprimoram processos, impactam de fato. Precisamos entender inovar como um processo – começo, meio e fim – em que o fim é muito importante. Envolve assumir riscos, mas é também sobre entender o território, ter objetivos claros e focar em soluções reais.

Qual a sua definição de sustentabilidade?

É criar relações circulares em diversos aspectos, seja com pessoas, negócios ou consumo. É sobre entender os ciclos dos processos nos quais estamos inseridos e focar em fortalecer esses ciclos de forma que eles se alimentem, estendendo sua vida útil. No fim, é sobre o comportamento de pessoas. É claro que, quando falamos de comportamento humano, o desafio é permanente. Mas pensar em formas sustentáveis de estabelecer relações – pessoais, profissionais e com o meio ambiente – passa por nos educarmos constantemente e impulsionarmos uma cultura diária que nos estimule a isso. As mudanças são mais possíveis quando entendemos o porquê delas. Nesse sentido, acredito que as novas gerações vão liderar esse processo educacional. Não à toa, 73% dos consumidores da geração Z estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis.

O que é qualidade de vida para você?

Equilíbrio. No mundo hiperacelerado em que vivemos, parece que este se torna mais um desafio na nossa pilha de metas. Mas a verdade é que equilíbrio é a solução para uma vida pessoal mais conectada aos seus valores e uma vida profissional mais produtiva, eficaz e satisfatória. A tecnologia tornou-se quase uma extensão do nosso aspecto humano, da nossa existência. Buscar esse desligamento, mesmo que seja por alguns momentos, é positivo não só para a saúde mental e física, mas também como ferramenta para abrir a cabeça e expandir o olhar – o que gera impacto profissional, também. Como líder, é muito claro para mim como qualidade de vida influencia no time e nos negócios.

Qual a habilidade mais importante para os líderes atualmente?

Empoderamento. Meu propósito de empoderar pessoas é o que me moveu a criar a MG Empower. Sempre acreditei em uma liderança baseada em capacitar os colaboradores para realizarem seus sonhos, pessoais e profissionais. Empoderar times gera uma cultura de confiança, pertencimento e motivação que realmente traz resultados para o negócios, às vezes até em curto prazo. Além disso, profissionais empoderados se tornam melhores líderes, seja de grandes ou pequenos times. Tratar pessoas como pessoas tem um impacto altíssimo na performance das equipes porque, no fim, nós, seres humanos, nos sentimos inspirados a dar o nosso melhor quando somos impulsionados a acreditar na nossa capacidade. Esse é o meu lema: empoderar pessoas e marcas. Que, é bom lembrar, são formadas por pessoas também.

Qual o melhor conselho que já recebeu e que a ajudou a ter sucesso no trabalho e na vida?

O melhor conselho que já recebi na vida foi, sem dúvida, da minha mãe. Ela sempre me incentivou a não permitir que eu fosse definida por outras pessoas, que a minha personalidade fosse moldada por essa definição. Isso é parte fundamental da minha trajetória, da forma como construí minha carreira e do modelo de liderança em que acredito. Minha mãe foi e é minha grande mentora nesse caminho. Ela me ensinou o quanto ter fé é fundamental para correr atrás de qualquer sonho, inclusive as ambições profissionais. Acredito que fé tem um impacto no sucesso e na forma como você se relaciona com as pessoas e o mundo. E não se trata de uma fé religiosa, mas sim de uma conexão que te impulsiona. Sempre digo que sou definida por isso, por essa força invisível.


SOBRE A AUTORA

Claudia Penteado é editora chefe da Fast Company Brasil. saiba mais