5 perguntas para Reynaldo Gama, CEO da HSM
Com mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro, Reynaldo Gama é CEO da HSM e coCEO da SingularityU Brazil. A Singularity University é uma comunidade global de educação e inovação que utiliza tecnologias exponenciais para enfrentar os grandes desafios do mundo e chegou ao Brasil graças à parceria com a HSM.
Sua experiência profissional inclui passagens pelo BankBoston, ItaúBBA e Itaú, onde esteve à frente de uma das primeiras iniciativas de fomento ao empreendedorismo no Brasil, o Cubo Itaú. Nesta entrevista à Fast Company Brasil ele fala sobre disrupção, empatia e learnability.
O que é inovação?
Um conceito que debatemos muito na Singularity University é a diferença entre inovação e disrupção, que muitas vezes são confundidas e colocadas no mesmo lugar. Inovação é melhorar algo que já existe e disrupção é a criação de algo que torne um setor ou indústria obsoletos.
as pessoas terão que se tornar aprendizes adaptáveis para a vida toda.
O inovador é visto por muitos como um traidor da tradição. Na verdade, a inovação é a busca pela excelência em um produto, serviço ou processo. É ter um olhar para dentro e para fora de forma constante, questionando o que mais pode ser melhorado, mudado ou deletado.
Vivemos tempos de mudanças diárias. Por isso, a inovação é premissa básica. Peter Drucker, de quem sou muito fã, tem uma célebre frase que vale a menção: “em tempos de mudança, o maior perigo é agir com a lógica antiga".
Qual a habilidade mais importante para exercer a liderança?
É difícil elencar uma só, mas a empatia com certeza é fundamental para o líder nos dias de hoje. Empatia tem a ver com pessoas e liderar é buscar o melhor das pessoas. Para que isso ocorra, é preciso se colocar no lugar do outro e entender a realidade e o momento certo para extrair a excelência de cada indivíduo.
Dito isso, não posso deixar de incluir uma habilidade que acredito muito e que tem se tornado cada vez mais relevante: a learnability, ou seja, a capacidade de aprender o tempo todo.
A cientista cognitiva Pooja Agarwal, tem uma frase que reflete um pouco sobre isso: “ensinar pode ser uma arte, mas aprender é uma ciência”.
Novas habilidades serão necessárias para navegar nesse ambiente que emerge, e uma coisa é certa: as pessoas terão que se tornar aprendizes adaptáveis para a vida toda.
O que é qualidade de vida para você?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
não existe outro caminho para gestão a não ser aquele que tenha os princípios da sustentabilidade como direcionador.
Além de gostar muito desse conceito, acredito que a qualidade de vida está relacionada com equilíbrio e presença. Não só equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas em tudo o que você faz.
Atualmente, a presença é o nosso maior desafio. Gosto muito de um pensamento de Seth Godin que diz: “não temos uma escassez de informação. Temos uma escassez de atenção”.
O que o conceito de sustentabilidade representa para você e como se conecta ao seu trabalho?
Sustentabilidade corporativa se traduz em responsabilidade e coerência. Acredito que, quanto maior a oportunidade que tenho de impactar as lideranças e organizações brasileiras, maior a responsabilidade de fazer isso de maneira coerente com o contexto que vivemos.
Por exemplo, começando a influenciar nossos colaboradores, clientes e parceiros a criarem narrativas e cultura de negócios que tenham como princípio a gestão baseada na transparência, geração de valor compartilhado e responsabilidade pelos impactos que geramos para a sociedade e o meio ambiente.
Por meio dos nossos programas e conteúdos, ensinamos que não existe outro caminho para gestão a não ser aquele que tenha os princípios da sustentabilidade como direcionador.
Qual o conselho mais importante que já recebeu na vida?
Justamente por ser uma grande verdade, o que vou dizer se torna um grande clichê. O conselho mais importante que recebi foi "seja você mesmo". Mas, para isso, é preciso entender quem é você. Autoconhecimento e originalidade são elementos nos quais acredito muito e me pautaram ao longo da vida.
Em tempos de inteligência artificial, com ferramentas como o ChatGPT, originalidade será fundamental para o sucesso e para manter a essência humana.