5 perguntas para Viviane Martins, da Falconi
CEO da consultoria Falconi desde 2018, a engenheira Viviane Martins ingressou na empresa como trainee, há 22 anos. Subiu degrau por degrau também no meio acadêmico: é PhD em administração de empresas pela PUC-MG, com uma tese sobre o impacto da interdependência e internacionalização de processos em empresas multinacionais. Sob sua administração, a Falconi adotou práticas de diversidade e inclusão – um desafio e tanto em um time de mais de 1,2 mil pessoas espalhadas por quatro continentes e atuando em diferentes frentes de negócio.
Nesta conversa com a Fast Company Brasil, ela revela sua visão sobre inovação e sustentabilidade e fala sobre realização, adaptabilidade, sonhos e conselhos de mãe.
Qual é a sua visão sobre inovação?
Para mim, inovação é a resposta para os problemas cada vez mais complexos que experimentamos na era do aprendizado em que vivemos. Sempre houve inovação, mas mudou a velocidade com que os mais diferentes tipos são agora necessários. Inovar vai além de criar. Inovar também é construir e implementar novas soluções para dores das organizações e das pessoas. É um trabalho de persistência e também de geração de conhecimento, pois, sem gerar novo conhecimento, não temos uma verdadeira inovação.
O que representa para você o conceito de sustentabilidade?
Representa uma mudança muito importante de modelo mental. Se concordarmos que nossos recursos essenciais são
Inovar também é construir e implementar novas soluções para dores das organizações e das pessoas.
finitos e mal distribuídos, é necessário trabalhar hoje para que haja amanhã. Em um mundo tão conectado, nenhuma ação lesiva à sociedade ou ao meio ambiente passa despercebida por muito tempo. Não há mais espaço para inconsequências ou para lucro a qualquer custo. Vejo, ainda, a sustentabilidade muito ligada à inovação. Se nossa relação com a sociedade e com o meio ambiente ameaçam nossa existência, a inovação é o caminho para a mudança.
Qual é a habilidade fundamental do bom líder, hoje?
Difícil citar apenas uma, nesse cenário em que tantas mudanças nas relações de trabalho e nos valores das pessoas transformam a forma de liderar. Talvez, apontando para uma habilidade mais abrangente, eu priorizaria a capacidade de adaptação. Os problemas enfrentados pelas organizações e as expectativas das pessoas vêm mudando de maneira muito dinâmica. Se, antes, controlar o processo era suficiente para garantir um resultado satisfatório ao final, hoje isso não é suficiente para lidar com cenários incertos. Formar um verdadeiro time é a meta, uma equipe capaz de superar desafios de maneira colaborativa, promovendo a saúde mental, em uma cultura diversa, que respeite as singularidades e construa um coletivo mais forte para gerar valor para a organização e para a sociedade. Tudo isso costurado com comunicação eficaz.
O que é qualidade de vida para você?
É me sentir realizando, mais do que realizada, cuidando da saúde física e mental. Sempre encarei o trabalho e a vida pessoal de maneira integrada, um lado apoiando o outro. A necessidade de autorrealização é forte para mim, mas ela é dinâmica: os sonhos crescem junto conosco, então, busco olhar mais para o futuro do que para o passado.
Qual o melhor conselho que recebeu na vida?
Um conselho que minha mãe me deu inúmeras vezes ao longo da vida: sucesso vem antes de trabalho somente no dicionário.