O que é o chamado “efeito novidade” e como fazer para usá-lo a seu favor
Usado de forma eficaz, o efeito novidade pode ajudar você (ou seu produto, ou sua empresa) a ter mais sucesso
Observe a seguinte lista de palavras.
Leia-a rapidamente, depois feche os olhos, conte até 10 e tente lembrar o maior número possível delas.
- Médico
- Hospital
- Cirurgia
- Paciente
- Bisturi
- Baleia
- Remédio
- Enfermeira
- Operação
- Doença
Se você for como a maioria das pessoas, provavelmente vai se lembrar das duas primeiras palavras e talvez da última. Também deve ter se lembrado da palavra “baleia”. Geralmente, as pessoas não se lembram das palavras do meio de uma lista. Mas, nesse caso, como todas estão relacionadas à medicina e a hospitais, exceto “baleia", ela se torna mais fácil de lembrar.
Há boas razões para que coisas inusitadas sejam mais memoráveis. Grande parte de sua vida diária envolve muita rotina. Nos dias de trabalho, você provavelmente faz as mesmas coisas quando acorda e se arruma para enfrentar o dia.
Até mesmo o trabalho em si pode ter muitas atividades semelhantes de um dia para o outro. Você não precisa aprender muito para ter sucesso em situações semelhantes às que já vivenciou antes.
No entanto, quando algo novo acontece, você certamente tem algo a aprender. Se uma coisa é surpreendente para você, significa que seu cérebro não foi capaz de prever o que aconteceria em seguida. Por isso, para compreender, será preciso raciocinar um pouco mais.
Um princípio fundamental que incentiva o aprendizado é que seu cérebro quer gastar o mínimo de tempo possível em cada tarefa. Sendo assim, se aprender algo agora vai ajudar a reduzir esse tempo no futuro, então o cérebro gasta a energia necessária para aprender.
COMO SER TORNAR MAIS MEMORÁVEL
Ao lidar com clientes, consumidores e colegas, é importante que você, sua empresa e seu produto ou serviço grudem na cabeça das pessoas. Isso significa que você precisa usar a originalidade de maneiras estratégicas para aumentar as chances de se tornar memorável.
A primeira coisa a fazer é se dedicar a um pouco de “design retroativo”. Na educação, os cursos são criados com esse princípio, começando com uma compreensão do que você quer que os alunos saibam ao final de uma etapa e, em seguida, determinando como criar lições que preencham a lacuna entre o que eles sabem agora e o que você quer que eles saibam depois.
Embora esse princípio possa parecer óbvio, na prática, as pessoas costumam fazer isso de forma inadequada.
Depois, é preciso andar na corda bamba entre a novidade e o caos. A maioria vai se lembrar de aproximadamente três coisas sobre uma situação, mas o grau de detalhe dessas coisas depende do quanto elas já sabem.
O ideal é que, ao apresentar algo e buscar a novidade, você queira relacionar o produto novo com aquilo que outra pessoa já sabe, mas diferenciá-lo de forma clara.
Esse é um dos motivos pelos quais produtos muito novos geralmente não são bem-sucedidos. As pessoas se lembram de que viram o produto, mas não o entendem ou não se lembram de muita coisa sobre ele além do fato de ser novo. De fato, há evidências de que o primeiro produto lançado em uma nova categoria raramente é aquele que se torna líder de mercado.
O CUSTO DA NOVIDADE
Por fim, você deve estar ciente do custo emocional de uma novidade. As coisas novas são marcantes, mas também geram um pouco de ansiedade. Sempre que você força as pessoas a pensar sobre algo e, potencialmente, a mudar seu comportamento, também está criando alguma incerteza.
você precisa usar a originalidade de maneiras estratégicas para aumentar as chances de se tornar memorável.
Essa falta de previsibilidade pode ser desanimadora. É por isso que costumo dizer que as viagens ao exterior são mais divertidas quando se olha para trás. No momento em que está vivendo, você pode se sentir ansioso com o desenrolar da viagem. Depois, quando ela estiver concluída com segurança, será possível relembrá-la com carinho.
Para usar a novidade como estratégia, deve-se garantir que o restante do ambiente seja seguro e confortável para que as pessoas não tenham uma impressão negativa de você ou do seu produto.
Se você estiver em um ambiente em que as pessoas se sintam ansiosas ou desconfortáveis, talvez seja melhor se ater às expectativas delas. Os detalhes talvez sejam menos fáceis de lembrar, mas a apresentação será mais reconfortante.