Innovation Festival, dia 2: “estamos todos improvisando” diz Ryan Reynolds

Criatividade, liderança, controle de armas e maturidade foram alguns dos temas discutidos no segundo dia do evento, em Nova York

Crédito: Fast Company Brasil

Anna-Louise Jackson 5 minutos de leitura

O segundo dia do Innovation Festival 2024, em Nova York (promovido pela Fast Company dos EUA), contou com dezenas de sessões e recepções cobrindo uma ampla gama de tópicos nesta terça-feira (dia 17).

O evento também serviu como uma oportunidade para compartilhar algumas novidades— a instituição de pesquisa do câncer City of Hope anunciou uma doação histórica de US$ 150 milhões destinada pela família Stephenson (da empresa de investimento de risco Stephenson Ventures) para apoiar a pesquisa sobre câncer de pâncreas.

Mas, para muitos presentes ao festival, o segundo dia foi principalmente uma oportunidade para aprender, rir e se conectar com outros participantes.

A seguir, alguns destaques do dia.

“TRILHAR O CAMINHO DA ALEGRIA”

Embora Ryan Reynolds tenha se tornado um nome familiar graças a papéis memoráveis em filmes e séries de TV, ele também gosta de aproveitar a oportunidade para sair do roteiro e desviar de um “plano concreto e inflexível”, quando possível.

Da mesma forma, o ator descobriu que a criatividade é essencial no grupo empresarial que está construindo – que abrange produção de TV e cinema, marketing e publicidade, esportes, uma rede móvel, bebidas alcoólicas, entre outros negócios.

Reynolds compartilhou como se sentiu “tão envolvido” em um anúncio “multicamadas” e de humor para o site de relacionamento Match.com que chegou a “ajoelhar” para que fosse aprovado (o que acabou acontecendo). Mas não deixou de alertar que fracasso é uma coisa inevitável. “Estamos todos improvisando”, brincou.

Enquanto a criatividade fizer parte do processo, isso pode gerar sucesso. Reynolds compartilhou a “estrela-guia” da empresa para o Wrexham A.F.C., o clube de futebol do País de Galês do qual é um dos donos: “reunir pessoas de maneiras inteligentes, divertidas e inesperadas. Isso leva a muitas oportunidades interessantes quando você trilha o caminho da alegria.”

“A MUDANÇA É POSSÍVEL”

Durante um protesto há alguns anos, David Hogg disse que perguntou a Dolores Huerta, a líder sindical e ativista dos direitos civis, qual era a coisa mais importante que as pessoas podem fazer para criar mudanças.

“Ela disse: ‘você tem que fazer as pessoas acreditarem que a mudança é realmente possível’”, relembrou, durante uma discussão sobre política e geração Z.

Cofundador e presidente da Leaders We Deserve, Hogg ganhou destaque após o tiroteio ocorrido em 2018 na escola Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, onde estudava. Ele ajudou a lançar a March for Our Lives, organização sem fins lucrativos que defende a legislação de controle de armas, junto com Kevin Lata.

David Hogg e Kevin Lata, do Leaders We Deserve (Crédito: Eugene Gologursky)

Como ativista após o tiroteio em Parkland, Hogg foi relutante em apoiar políticos, especialmente democratas, que há muito tempo não tomam ações firmes contra as armas.

Mas, depois que seu amigo e colega de trabalho no March for Our Lives, Maxwell Frost, se tornou o primeiro membro da geração Z no Congresso, Hogg e Kevin Lata (que foi o gerente da campanha de Frost) decidiram criar o Leaders We Deserve para ajudar mais jovens progressistas a serem eleitos.

Com o March for Our Lives, Hogg viu milhões de jovens partindo para a ação, então ele sabia que havia oportunidades para colocar alguns desses jovens no poder. “Sei que há muita gente como Maxwell por aí, mas que não têm os recursos para serem eleitas”, disse ele.

“Você tem que fazer as pessoas acreditarem que a mudança é realmente possível.”

Hogg e Lata não esperam que todos os membros da geração Z concorram a um cargo agora. Na verdade, nem querem isso. “Estamos tentando encontrar líderes da nova geração que possam servir de inspiração para engajar as pessoas na política e fazê-las acreditar em algo maior do que elas mesmas.”

Embora os jovens possam se sentir desanimados com a negatividade ou aparente falta de progresso, Hogg reiterou a importância de acreditar que a mudança é possível.

“O maior obstáculo para acabar com a violência armada nos Estados Unidos não é se isso é realmente possível. O maior desafio é que, se não acreditarmos que é possível, isso se tornará uma profecia autorrealizável.”

“LIDERANÇA VEM DE TODAS AS FORMAS”

Falando de política, a vice-presidente Kamala Harris se tornou o rosto de uma reavaliação mais ampla de quem pode ser um líder, segundo Sara Nelson, presidente da Associação de Comissários de Bordo, que falou sobre a interseção da política e dos direitos dos trabalhadores, junto com o valor de buscar diferentes tipos de líderes.

“Uma das razões pelas quais pensamos que não temos todos os líderes que precisamos neste momento é porque permitimos que nossos preconceitos nos restringissem sobre quem pode realmente ser um líder”, disse Nelson.

“Podemos ver que seremos mais fortes quando procurarmos líderes que vêm em todos os tipos de pacotes, com todos os tipos de experiências e identidades.”

A CONVERSA SOBRE MULHERES ACIMA DOS 50

O conglomerado de entretenimento e video commerce Qurate Retail Group “cravou uma bandeira” no grupo demográfico de mulheres com mais de 50 anos, compartilhou o presidente e CEO David Rawlinson II.

No início do ano, a empresa anunciou o seu primeiro Quintessential 50 – um grupo de mulheres com mais de 50 anos que inclui Martha Stewart, Patti LaBelle, Christina Applegate, Queen Latifah entre outras.

Por que focar nesse grupo demográfico? “Pensamos nisso como uma fase da vida e achamos que é uma que merece ser celebrada”, disse Rawlinson.

Espere ouvir mais dessas mulheres no futuro, previu a atriz Busy Phillips, apresentadora do programa “Busy This Week” na rede de streaming QVC+.

Ela observou que as mulheres estão envelhecendo de maneira diferente agora, creditando Naomi Watts e Gwyneth Paltrow, entre outras, por abordarem diferentes tipos de conversas sobre menopausa e saúde da mulher. “Essa conversa só vai aumentar nos próximos anos, e eu as saúdo por assumirem essa postura”, disse Phillips.

Com a colaboração de Kristin Toussaint


SOBRE A AUTORA

Anna-Louise Jackson é jornalista e editora freelance com mais de 15 anos de experiência na cobertura de economia, mercado financeiro e... saiba mais