LinkedIn libera postagens de vídeos verticais e começa a atrair influencers do TikTok

O que acontece quando uma rede social de vídeos curtos se mistura com uma de negócios?

Créditos: Leo Patrizi/ iStock/ Los Muertos Crew/ Unsplash

Chris Stokel-Walker 2 minutos de leitura

O LinkedIn, o enteado menos querido das redes sociais, vem passando por uma espécie de renascimento, com cada vez mais usuários recorrendo à rede focada em negócios para interações sociais.

Enquanto o TikTok luta na justiça por seu futuro nos EUA, muitos dos criadores que se destacaram na plataforma de compartilhamento de vídeos curtos estão começando a trazer vídeos verticais para o LinkedIn também.

A rede social profissional tem, na verdade, testado vídeos curtos desde março. No início, um pequeno número de "Top Voices" selecionadas pôde postar vídeos. Essa função foi expandida para a maioria dos usuários na América do Norte, além de alguns em outros países.

O vídeo curto é, na verdade, o tipo de conteúdo que mais cresce no LinkedIn, de acordo com a divulgação de resultados do quarto trimestre de 2024 da Microsoft, realizada em julho, com o upload de vídeos aumentando 34% ano a ano.

“O vídeo agora representa 60% do tempo gasto nas redes sociais”, diz Brendan Gahan, CEO e cofundador da Creator Authority, agência de marketing para criadores do LinkedIn. Segundo ele, isso ajuda o LinkedIn a “preparar a plataforma para o futuro com a geração Z, seu público de crescimento mais rápido.”

Alguns dos conteúdos em vídeo no LinkedIn são do tipo que você esperaria relacionado a negócios ou empreendedorismo. Mas, ao lado desse conteúdo, existem outros aleatórios, que você veria no TikTok ou no YouTube.

Por exemplo, a fundadora da empresa de roupas íntimas Spanx, Sara Blakely, começou a promover seus produtos no LinkedIn com acrobacias ao estilo MrBeast, incluindo voar sobre Nova York em um helicóptero sem portas, acompanhada de uma equipe de filmagem.

Sara Blakely (Crédito: Reprodução/ LinkedIn)

“Estou realmente empolgado com o LinkedIn como criador de conteúdo agora que eles introduziram o feed de vídeos”, diz Austin Hankwitz, criador focado em finanças que tem mais de 760 mil seguidores no TikTok. “O vídeo no LinkedIn tem sido uma boa maneira de atingir um novo público que eu não estava atingindo no TikTok ou no Instagram.”

Embora alguns possam achar a seção de comentários do LinkedIn trivial, Hankwitz acredita que é um lugar melhor do que a maioria das plataformas de redes sociais para interações mais ponderadas.

Os vídeos curtos ajudam o LinkedIn a se preparar para o futuro com a geração Z, seu público de crescimento mais rápido.

“As pessoas que estão interagindo se convertem em seguidores com muito mais facilidade e parece que o conteúdo que compartilho sobre notícias e cases de negócios está gerando muito mais engajamento no LinkedIn do que no Instagram ou TikTok”, avalia Hankwitz,

Um vídeo que ele postou sobre a contratação de um novo CEO pela Starbucks registrou 1,5 milhão de visualizações no LinkedIn, em comparação com apenas cerca de 15 mil no TikTok. Essas visualizações são quase certamente impulsionadas pela plataforma, que escolheu priorizar seu conteúdo em vídeo.

“A mudança é uma jogada inteligente para atrair criadores do TikTok e do Reels, posicionando o LinkedIn como um hub para o marketing de influenciadores e aumentando seu apelo como uma plataforma para criadores de conteúdo”, diz Gahan. E isso pode ajudar a mudar a imagem formal que a plataforma sempre teve – até agora.


SOBRE O AUTOR

Chris Stokel-Walker é um jornalista britânico com trabalhos publicados regularmente em veículos, como Wired, The Economist e Insider saiba mais