OpenAI lança funcionalidade de busca atualizada no ChatGPT

A função de busca, que disponibilizada para assinantes, pode ter efeito prejudicial sobre o negócio de links patrocinados do Google

Crédito: Jakub Porzycki/ NurPhoto

Mark Sullivan 4 minutos de leitura

A OpenAI está lançando uma funcionalidade de busca na internet dentro do seu chatbot de inteligência artificial, o ChatGPT. Para assinantes, o chatbot agora poderá integrar informações atualizadas da web em suas respostas. A função de busca monta um pacote de informações personalizado em resposta a uma pesquisa.

Por exemplo, a pesquisa “qual é o preço das ações e notícias sobre a empresa X” gera um resumo rápido, seguido de um gráfico de preço das ações e uma lista de notícias recentes sobre a companhia – cada item com um link para a fonte da informação ao final do texto. O botão “fontes”, na parte inferior dos resultados, abre uma barra lateral com a lista completa das fontes usadas.

Segundo a OpenAI, a funcionalidade de busca está sendo lançada primeiro em dispositivos móveis e desktops para os assinantes do ChatGPT Plus e ChatGPT Team. Nas próximas semanas, será a vez dos usuários do ChatGPT Enterprise e Educação.

A empresa planeja adicionar a busca à versão gratuita do ChatGPT “nos próximos meses”. Também pretende adicionar busca ao Modo de Voz Avançado no aplicativo móvel, permitindo que os usuários conversem em voz alta com um assistente com acesso à web.

Para muitas perguntas, o ChatGPT integra automaticamente o conteúdo da web em seus resultados. Os usuários também podem solicitar manualmente que o chatbot busque na web clicando em um pequeno ícone de pesquisa na da janela de entrada. A partir daí é possível fazer outras perguntas e o chatbot vai se lembrar do contexto completo da conversa, eliminando a necessidade de repetir informações.

A OpenAI usa rastreadores de web para encontrar e indexar conteúdo da internet e também licencia conteúdo de vários editores. O líder de produto do OpenAI Search, Adam Fry, diz que a funcionalidade de busca é alimentada pelos modelos mais avançados da empresa, incluindo o GPT-4o e o recém-lançado modelo o1, projetado para resolver problemas complexos.

A empresa afirma que está trabalhando com a Microsoft e outros parceiros para rastrear a web em busca de conteúdo útil e captar dados em tempo real, como preços de ações e pontuações esportivas. O modelo de linguagem que serve de base ao ChatGPT incorpora esse conteúdo em respostas conversacionais adaptadas à intenção da consulta do usuário.

A OpenAI licencia conteúdo da web de publishers como "Associated Press", "Financial Times", "Le Monde", "News Corp.", "Reuters", "The Atlantic", "Time", entre outros. Editores que não fecharam tais acordos podem impedir que os robôs (Searchbots) da OpenAI acessem seu conteúdo.

A empresa planeja adicionar a busca à versão gratuita do ChatGPT “nos próximos meses”.

“Se quiser aparecer no ChatGPT Search, você pode deixar o [Searchbot] ativo e será captado pelo rastreamento público. Mas, se quiser ser excluído e não ter seu conteúdo exibido, você também pode optar por sair do Searchbot. Temos sido muito abertos e transparentes sobre isso”, diz Fry.

A nova funcionalidade pode aumentar o número de assinantes do ChatGPT Plus, pelo menos até que esteja disponível no produto gratuito. Embora a OpenAI ainda não seja lucrativa, sua CFO, Sarah Friar, disse recentemente que 75% da receita da empresa vem de assinantes. A versão paga do ChatGPT, por exemplo, custa US$ 20 por mês.

O ChatGPT com busca pode ter um efeito prejudicial sobre o negócio de links patrocinados do Google, que alavancou a fortuna da gigante de tecnologia a partir dos anos 2000, quando "googlar" se tornou o ponto de entrada de fato para o conteúdo da web.

Mas, se os usuários preferirem iniciar pesquisas em um chatbot e receber respostas completas em vez de uma lista de links, o Google poderá ver menos buscas em sua plataforma e menos oportunidades de exibir anúncios de pesquisa. vale lembra que o Google tem sua própria ferramenta de busca por IA, a AI Overviews.

A nova funcionalidade da OpenAI também pode ameaçar a startup de busca por IA Perplexity, que foi pioneira no lançamento de uma ferramenta de busca de IA pura. A Perplexity gera receita através de assinaturas de seu serviço Pro, que oferece opções avançadas de busca e acesso a vários modelos de linguagem de terceiros.

Isso pode tornar ainda mais tensa a relação da OpenAI com sua principal apoiadora, a Microsoft, que opera sua própria função de busca por IA no Bing. E mais participantes estão entrando na corrida da busca por IA. Segundo o site "The Information", a Meta também estaria desenvolvendo sua própria capacidade de busca para seu chatbot de inteligência artificial.


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais