5 iniciativas básicas para melhorar a saúde mental no ambiente de trabalho
Líderes têm ferramentas reais para construir uma cultura de cuidado – e tudo começa com ouvir e estar disposto a agir
A conscientização sobre saúde mental está por toda parte. O tema do Dia Mundial da Saúde Mental de 2024, “É hora de priorizar a saúde mental no trabalho”, reflete o foco crescente no autocuidado.
E há bons motivos para isso. Funcionários felizes criam um impacto positivo em toda a empresa. Todo mundo prefere trabalhar e fazer negócios com pessoas felizes. Simples assim.
Falo muito sobre bem-estar com minha comunidade no LinkedIn porque já passei por isso – eu me forçava a trabalhar com febre só para impressionar meu chefe.
É impressionante quantas pessoas admitem trabalhar durante férias ou doentes com a desculpa de “eu sou assim mesmo...”. . Apesar de todas as iniciativas e conversas abertas, os problemas de saúde mental no trabalho continuam muito presentes.
CUSTOS OCULTOS
Doze bilhões de dias de trabalho perdidos e US$ 1 trilhão. É esse o custo anual das doenças mentais não tratadas para a economia global, segundo a Organização Mundial da Saúde. Esses números são um lembrete de que o bem-estar no trabalho ainda está em um nível inaceitavelmente baixo.
Por trás das estatísticas estão pessoas reais: funcionários lidando com ansiedade, depressão e burnout; empregadores enfrentando demissões silenciosas, faltas constantes e alta rotatividade. Para criar ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos, os líderes precisam começar mudando mentalidades tóxicas.
Confira a seguir cinco formas de apoiar melhor sua equipe e transformar o ambiente de trabalho:
1. Encontre força na gentileza
“Seja firme para que te levem a sério.” Esse é um dos maiores absurdos que já ouvi como CEO. Com millennials e a geração
Z dominando os ambientes de trabalho, os funcionários valorizam líderes que os enxergam como pessoas, e não apenas como máquinas produtoras de resultados.
Ser gentil não significa baixar os padrões ou ignorar a responsabilidade; significa liderar com empatia e compaixão. Experimente isso na prática: na próxima reunião individual, em vez de ir direto às tarefas e metas, pergunte como a pessoa está se sentindo.
2. Identifique o bullying no ambiente de trabalho
Abuso verbal, críticas constantes, roubo de crédito e menosprezo das conquistas são sinais óbvios de bullying no trabalho. Mas também existem formas mais sutis que passam despercebidas:
- Microgerenciamento: revela falta de confiança na capacidade do funcionário.
- Expectativas inconsistentes: metas e prazos que mudam constantemente criam um ambiente favorável ao fracasso.
- Tratamento silencioso: ignorar opiniões ou excluir colegas de discussões gera um ambiente tóxico.
Para lidar com isso, é preciso mais do que conscientização. Investimos em treinamentos para a equipe e criamos canais seguros para que os funcionários se sintam à vontade para relatar problemas.
3. Faça entrevistas de permanência
Funcionários passam por várias entrevistas ao serem contratados e por entrevistas de desligamento quando saem, mas muitas empresas ignoram check-ins regulares entre esses momentos.
Na verdade, 69% dos gestores admitem que se sentem desconfortáveis em conversar com suas equipes.
Entrevistas de permanência não exigem muitos recursos. Gestores ou o RH podem realizá-las com uma lista de perguntas, um curto período de tempo e disposição para ouvir e agir com base no que for discutido.
4. Pare de chamar sua empresa de “família”
A mentalidade de “somos uma família” muitas vezes indica uma empresa que não respeita os limites pessoais e incentiva os funcionários a trabalharem até o limite da exaustão.
Essa abordagem também pode enfraquecer a responsabilidade e a produtividade, já que desempenhos ruins são frequentemente perdoados em nome da lealdade.
Reveja seus princípios e sua missão, os manuais de funcionários, materiais de apresentação à empresa, descrições de vagas e ajuste a linguagem.
5. Repense suas reuniões
Reuniões tradicionais geralmente são dominadas por quem "fala mais alto", deixando os participantes mais tímidos sem espaço para contribuir. Com o tempo, isso pode criar uma cultura onde as pessoas sentem que suas opiniões não importam.
Muitas empresas estão adotando reuniões silenciosas como alternativa. Nesse formato, todos passam a primeira parte da reunião lendo e comentando em silêncio em um documento compartilhado; depois, inicia-se uma discussão mais focada.
Esse modelo promove participação igualitária e é mais sustentável para equipes em diferentes fusos horários – muito melhor do que esperar que um funcionário esteja cheio de ideias em uma chamada do Zoom às 21h.
Melhorar a saúde mental no trabalho exige mais do que boas intenções. É preciso ação, empatia e um compromisso genuíno com o bem-estar das pessoas. Afinal, cuidar de quem faz o negócio acontecer é cuidar do próprio negócio.