O futuro da bilionária indústria espacial em 15 fotos incríveis
Quando Elon Musk criou a SpaceX em 2002, ele achava que a empresa tinha menos de 10% de chance de sucesso. “Eu apenas aceitei que provavelmente iria perder tudo”, disse ele em 2016, “mas pensei que talvez pudéssemos fazer algum progresso. Mesmo se falíssemos, talvez alguma outra empresa pudesse dar continuidade ao que iniciamos.” Os avanços da SpaceX de fato deram origem a uma economia espacial promissora e reviveram a base ao sul de Los Angeles, onde a primeira geração de empresas aeroespaciais fez o homem pisar na lua. Em 2020, atividades relacionadas ao espaço no mundo inteiro geraram US$ 447 bilhões, com o comércio de peças respondendo por quase 80% do total. “Investir dinheiro no espaço é, na verdade, uma maneira de fomentar a economia na Terra de forma muito, muito eficiente”, diz Sinéad O’Sullivan, autointitulado “economista interplanetário” do Instituto de Estratégia e Competitividade da Harvard Business School. O’Sullivan aponta, por exemplo, que cada dólar que o governo gasta na indústria espacial se transforma em cerca de US$ 50 para a população.
O turismo suborbital ganhou as manchetes, mas ofuscou toda a infraestrutura que está sendo construída. De acordo com uma pesquisa da empresa VC Space Capital, investidores injetaram quase US$ 25 bilhões em centenas de startups aeroespaciais nos primeiros nove meses de 2021. Esse dinheiro está financiando iniciativas como pequenos satélites que podem fornecer imagens de alta resolução da Terra para identificar vazamentos de metano e ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Novos métodos para criar e lançar foguetes que colocam esses satélites no espaço estão sendo projetados para serem mais leves, baratos e até portáteis, por meio dos avanços da impressão 3D, o que pode ter amplas implicações para toda a indústria.
As empresas que mostraremos aqui — ABL Space Systems, Relativity Space e Millennium Space Systems – também estão localizadas ao sul de Los Angeles. Elas estão trabalhando para aprimorar as técnicas de produção, bem como melhorar a frequência e a flexibilidade das missões orbitais. Como Musk previu: o sucesso nesta área não é garantido. Mas essas empresas estão tirando proveito do espaço para tentar melhorar a vida na Terra — e ampliando os limites da experiência humana nesse processo.
ABL SPACE SYSTEMS
A ABL não está apenas construindo seu próprio foguete para colocar pequenos satélites em órbita, mas também desenvolveu uma plataforma de lançamento que pode enviar um foguete para o espaço de qualquer lugar onde haja uma área plana de concreto. É “uma plataforma de lançamento simples”, diz o CEO Harry O’Hanley, um engenheiro de propulsão que trabalhou no foguete Falcon 9 da SpaceX antes de fundar a ABL. O foguete da empresa, com sede em El Segundo, na Califórnia, RS1, e seu sistema terrestre podem ser colocados em contêineres e transportados por todo o mundo, aumentando a flexibilidade e a velocidade com que pode atender aos clientes. A ABL ainda não lançou seu foguete, mas arrecadou mais de US$ 200 milhões e hoje possui contratos com a NASA e a Lockheed Martin, que espera usar o sistema da ABL em 58 lançamentos já nesta década, potencialmente gerando centenas de milhões em receitas para a startup de apenas quatro anos.
RELATIVITY SPACE
Tim Ellis tinha apenas 25 anos quando cofundou a Relativity Space, em 2015, com a ideia de que poderia reduzir o tempo de construção de foguetes imprimindo-os em 3D. A Relativity desenvolveu o que chama de “fábrica do futuro”, que depende da engenharia digital para construir, testar e iterar seus veículos e, então, utiliza a impressão 3D para customizá-los. O primeiro foguete da Relativity, o Terran 1, pode ser construído em apenas dois meses com menos de mil peças, em comparação com um tradicional, que requer dois anos e cerca de 100 mil componentes. O CEO Ellis, que, enquanto estudava na Universidade do Sul da Califórnia, escreveu o código para o primeiro foguete lançado por uma equipe universitária, está confiante de que a Relativity terá sucesso, mas independentemente, ele diz: “Alguém criará a próxima grande empresa aeroespacial com esta abordagem.” O Terran 1 tem um voo de demonstração programado para o início de 2022 e, depois, um lançamento em junho para entregar satélites para a NASA.
MILLENNIUM SPACE SYSTEMS
A NASA estima que existam mais de 100 milhões de pedaços de lixo espacial, destroços de satélites desativados e foguetes em órbita. Em novembro de 2020, a Millennium, que vem construindo pequenos satélites para clientes, como a Força Aérea dos EUA desde 2001, iniciou um experimento para limpar destroços em órbita baixa da Terra (LEO). Oito meses depois, a empresa, que tem buscado mais missões científicas e comerciais desde que a Boeing a adquiriu em 2018, removeu um satélite de órbita utilizando uma corda de 70 metros que o puxou em direção à Terra (onde foi queimado ao reentrar na atmosfera). Já que empresas e nações dependem cada vez mais de satélites, esse tipo de sistema pode reduzir o congestionamento e garantir que uma rede de banda larga, por exemplo, funcione conforme planejada. A Millennium, ressalta o CEO Jason Kim, sente “a responsabilidade de manter o espaço — neste caso, LEO — sustentável e seguro.”