Conheça a eclética lista dos vencedores do App Store Awards

Crédito: Fast Company Brasil

Harry McCracken 5 minutos de leitura

Quando a Apple divulgou a lista dos aplicativos e jogos vencedores do App Store Awards no ano passado, ficou claro que: de uma forma ou de outra, a grande maioria deles nos ajudou a superar um dos anos mais difíceis e estressantes que já passamos. (O aplicativo vencedor para iPad no ano passado foi o Zoom.)

A pandemia ainda está entre nós, mas o App Store Awards deste ano está de volta com uma lista mais tradicional e eclética de aplicativos. Os editores da loja virtual avaliaram e julgaram os concorrentes com base na “qualidade excepcional, tecnologia inovadora, design criativo e impacto cultural positivo”. Confira a lista completa dos vencedores:

  • Aplicativo do Ano para iPhone: Toca Life World (Toca Boca)
  • Aplicativo do Ano para iPad: LumaFusion (LumaTouch)
  • Aplicativo do Ano para Mac: Craft (Luki Labs Limited)
  • Aplicativo do Ano para Apple TV: Dazn (Dazn Group)
  • Aplicativo do Ano para Apple Watch: Carrot Weather (Grailr)

Games:

Além de premiar aplicativos nas diferentes categorias acima, a Apple apontou como tendência do ano a “Conexão” e homenageou cinco aplicativos que incorporam o conceito das mais variadas formas:

Depois de assistir à apresentação dos vencedores deste ano, entrei em contato com alguns de seus desenvolvedores em conversas organizadas pela Apple. Tratava-se de um grupo diversificado, que incluía uma gigante britânica, algumas pequenas empresas para as quais receber o prêmio significa um grande acontecimento e alguns desenvolvedores de um jogo que existe há quase três décadas.

A gigante britânica é a Dazn, uma espécie de ESPN da era dos aplicativos e das redes sociais que está disponível em mais de 200 países e possui contratos com ligas esportivas em todo o mundo. É comum que a Apple destaque aplicativos que estão disponíveis apenas em suas plataformas, mas quando conversei com o diretor de assinaturas da Dazn, Ben King, ele enfatizou que uma das coisas mais importantes do serviço é sua onipresença. “Estamos disponíveis em cada smart TV, cada console, TV Box, smartphone, tablet e navegador”, disse ele.

Ainda assim, King acrescentou que a capacidade de processamento da Apple TV se sobressai, pois permite que ela realize tarefas simultâneas, como transmitir quatro eventos esportivos sem atrapalhar a performance: “Somos capazes de fazer coisas com ela que simplesmente não conseguimos fazer, digamos, em uma televisão comum.”

Janique and Anthony Edwards (Crédito: cortesia da EatOkra)

Além disso, esteve presente o EatOkra, criado por Janique e Anthony Edwards em 2016 quando estavam namorando e haviam mudado recentemente para o Brooklyn – hoje eles estão casados. O interesse deles em explorar os restaurantes do novo bairro fez surgir a ideia do aplicativo que desenvolveram. Ele mostra restaurantes e food trucks cujos donos são da comunidade negra. Desde o seu lançamento, o aplicativo compilou listas de 12 mil restaurantes, contou com 400 mil downloads, firmou parcerias com marcas como Uber e Pepsi e se transformou em uma pequena empresa com três funcionários e cerca de 8 colaboradores contratados.

Durante a onda de protestos do Black Lives Matter no ano passado, os criadores viram um crescimento no interesse pelo aplicativo à medida que mais pessoas procuravam incentivar empresas de pessoas negras. Eles agora planejam buscar investimento inicial para construir um mercado online e permitir pedidos dentro do próprio aplicativo. Também em andamento está uma plataforma de e-learning para estes restaurantes: “Apoiar essa comunidade, para nós, tem que ir além de apenas aumentar a conscientização e a presença digital”, diz Janique Edwards. “Recursos como coaching, treinamento e orientação são extremamente necessários, bem como proporcionar um espaço seguro para essas pequenas empresas.”

EatOkra (Crédito: cortesia da EatOkra)

Na conversa também estava presente uma empresa de destaque: se você já editou ou edita vídeos no iPad, provavelmente você conhece o LumaFusion, da LumaTouch. Vencedor do prêmio Fast Company, o aplicativo é o líder absoluto entre as ferramentas de vídeo do iPad para pessoas que desejam recursos mais poderosos do que o iMovie da própria Apple.

Os co-fundadores da LumaTouch Chris Demiris e Terri Morgan fundaram a empresa em 2013 e levaram três anos para construir a primeira versão do editor de vídeo. Desde então, eles contam com 18 funcionários e, hoje, o aplicativo se tornou uma vitrine para os recursos cada vez melhores das plataformas móveis da Apple. (Ele está disponível para iPhone e iPad.)

LumaFusion (Crédito: cortesia da Apple)

“Quando lançamos sua primeira versão, tínhamos três faixas de vídeo em 4K”, diz Demiris. “Conseguíamos imaginar o futuro, mas não sabíamos com que rapidez tudo mudaria. E agora estamos com seis faixas de vídeo 4K ProRes e drives externos que conseguimos editar diretamente. Ficou incrível e tudo está acontecendo muito rápido. Estamos sempre tendo que nos manter atualizados com os novos recursos surgem, mas isso é um desafio divertido para nós.”

Por último, conversamos com os desenvolvedores daquele jogo de quase 30 anos que mencionei – Myst. Ele é um jogo de aventura — ambientado em uma bela e misteriosa ilha — que foi um fenômeno na década de 1990. (Se você não se lembra do impacto ou não conseguiu experimentá-lo em primeira mão, leia o texto do Benj Edwards, que publicamos há três anos no 25º aniversário do jogo.)

Myst (Crédito: cortesia da Apple)

Myst está de volta em uma versão atualizada que está disponível para PCs, consoles e plataformas de VR e também para Mac. Ele continua sob o selo da Cyan, um estúdio de jogos fundado pelos irmãos Rand e Robyn Miller. E embora a nova versão tire proveito das enormes melhorias da tecnologia gráfica que ocorreram desde o lançamento da versão original, ela também mantém a estratégia que ajudou a tornar o jogo popular.

A diretora de desenvolvimento da Cyan, Hannah Gamiel, lembra bem do auge do Myst nos anos 90, mas não por ter jogado, pois ainda um bebê quando o jogo foi lançado. “Eu ficava sentada no colo da minha mãe enquanto ela jogava Myst”, conta. De acordo com Rand Miller, muitas outras pessoas que agora são adultas têm memórias semelhantes.

“Esta é a porta de entrada para uma nova geração que vai poder, de fato, experimentar o jogo pela primeira vez”, diz ele. “Myst é um jogo diferente. Você não mata inimigos ou morre. Ele pode ser uma forma divertida de ver o mundo lá fora, quando você está confinado em casa.”


SOBRE O AUTOR

Harry McCracken é editor de tecnologia da Fast Company baseado em San Francisco. Em vidas passadas, foi editor da Time, fundador e edi... saiba mais