A antifragilidade é nosso novo superpoder?


Adriana Knackfuss 3 minutos de leitura

Estamos vivendo um período de transformação no qual executivos e empresas precisam repensar seu modus operandi para sobreviver e crescer em meio às novas características da nossa sociedade. Muito se fala sobre a necessidade de ser resiliente, mas  cada vez mais a ¨antifragilidade¨ surge como conceito-chave que define aqueles que possuem os componentes corretos para operar em um mundo cada vez mais volátil e incerto.

Mas o que significa ser antifrágil? E o que torna uma empresa antifrágil?

O termo “antifrágil”, descrito por Nassim Nicholas Taleb em seu livro AntiFrágil: Coisas que se Beneficiam Com o Caos, é usado para designar empresas e organizações que não são apenas robustas, mas que se tornam mais fortes em períodos de profundas transformações e pressão. Taleb começa o livro perguntando “Qual é o oposto de frágil?”, e a maioria das pessoas pensa em algo durável ou forte. No entanto, ser frágil significa algo que é destruído quando colocado sob estresse, então o oposto de frágil é algo que fica mais forte quando exposto à mesma situação. Taleb define desta forma:

“O antifrágil está além da resiliência ou robustez. O resiliente resiste a choques e permanece o mesmo; o anti-frágil fica melhor¨.

Algo que é antifrágil prospera em aleatoriedade, desordem ou situações em que há informações incompletas. Em outras palavras, a antifragilidade ajuda as organizações a superar os problemas e as situações que não podemos prever.

Empresas frágeis são como o vidro, que não suportam situações de estresse e se quebram. As resilientes são como borracha, que se deformam mas se recuperam assim que o estresse é removido. Já as antifrágeis são como os nossos músculos. Se rompem, se reconstroem e se fortalecem. 

A antifragilidade ajuda as organizações a superar os problemas e as situações que não podemos prever.

Em geral, empresas antifrágeis compartilham algumas características e habilidades importantes:

  1. Constroem negócios diversificados e sinérgicos, distribuindo assim a pressão em vários pontos de sua rede.
  2. Gerenciam a sua capacidade de forma a liberar recursos para mudanças contínuas e muitas vezes imprevisíveis.
  3. Valorizam e estimulam a adaptabilidade dos seus colaboradores.
  4. Promovem uma cultura de experimentação. 
  5. Não só ¨otimizam o presente¨, mas mantém um olhar estratégico e atento ao futuro.

Planejar a antifragilidade significa aplicar os conceitos acima a produtos, modelo de negócios e conexão com o consumidor para que estes se tornem mais fortes em face a desordem. Empresas antifrágeis, na verdade, se tornam mais fortes ao enfrentar o “caos”.

Para além das empresas, o conceito de antifragilidade também pode ser aplicado às pessoas. Seres humanos reagem ao estresse de maneiras muito distintas. Algumas reagem ao estresse tornando-se frágeis em determinadas circunstâncias enquanto outras convertem a pressão em catalisadores de crescimento.

Adaptabilidade e criatividade como elementos-chave para a antifragilidade

O caminho para se tornar antifrágil é contínuo e requer a capacidade de enfrentar os desafios de frente durante os períodos de estresse, bem como a capacidade de superá-los de maneira intencional e criativa.

Esta é uma jornada que requer não só uma forma de planejar os negócios de maneira diferente, mas também reprogramarmos o nosso mindset frente ao erro. 

É preciso ir além da tão famosa resiliência e usar a adaptabilidade, característica tão importante e inerente ao ser-humano, para diferenciar aqueles que meramente se recuperam do choque daqueles que aprendem e crescem com as adversidades.

Seria então a antifragilidade nosso novo superpoder?

Este texto é de responsabilidade de seu autor e não reflete, necessariamente, a opinião da Fast Company Brasil


SOBRE A AUTORA

Head de integrated marketing experiences (IMX) da Coca-Cola para a América Latina e eleita Women to Watch. Designer de formação, ingre... saiba mais