Este robô pode dobrar a velocidade de construção de usinas de energia solar
Maximo foi projetado para acelerar a instalação de painéis solares

A demanda global por energia está crescendo mais rápido do que nunca, impulsionada pelo avanço da indústria e pela expansão dos centros de dados de inteligência artificial. No entanto, nossa capacidade atual de geração de energia não acompanha esse ritmo.
A situação é tão crítica que a Agência Internacional de Energia prevê que, nos próximos 10 anos, a instalação de painéis solares precisará triplicar. Para atingir essa meta, o setor vai precisar de quase o dobro da mão de obra disponível hoje.
O problema é que simplesmente não há trabalhadores suficientes para construir usinas solares e parques eólicos na velocidade necessária. É por isso que a empresa de energia AES desenvolveu o Maximo, um robô equipado com inteligência artificial que pode dobrar a velocidade da instalação de painéis solares.
Hoje, a construção de usinas de energia solar exige o transporte e a instalação de módulos pesados – cada um com mais de 27 quilos dimensões de aproximadamente 2 x 1 metros. É um trabalho repetitivo, demorado e com risco de acidentes. O Maximo (ou apenas “Max”, como foi apelidado) foi criado justamente para tornar essa tarefa mais rápida e segura.
Seu chassi retangular, com cantos arredondados, possui uma plataforma central com um braço robótico articulado que levanta e posiciona os painéis solares. Pequenos sensores espalhados por todo o seu corpo escaneiam o ambiente, permitindo que ele saiba exatamente onde está e onde cada painel deve ser instalado.
Segundo a AES, o Maximo é o primeiro robô de instalação de painéis solares comprovadamente eficiente no mercado. Embora a empresa ressalte que ele não foi criado para substituir trabalhadores humanos, essa substituição pode nem ser necessária, pois o setor enfrenta uma escassez extrema de mão de obra qualificada. Sem a ajuda de robôs como esse, seria impossível atender à demanda.
O projeto começou há dois anos. “Tivemos uma conversa inicial interessante sobre como aumentar a capacidade da energia solar e torná-la mais eficiente”, explica Yves Béhar, fundador e principal designer do estúdio Fuseproject. Com experiência em robótica e veículos elétricos, ele imediatamente se interessou pelo desafio.
COMO O ROBÔ ATUA NA CONSTRUÇÃO DE USINAS DE ENERGIA SOLAR
O Maximo se movimenta de forma autônoma, analisando o terreno ao seu redor. O operador humano apenas ativa um botão de segurança para intervir, caso necessário, mas todo o resto do processo é conduzido pelo robô. Ele usa uma combinação de inteligência artificial, visão computacional e um sistema de tomada de decisão desenvolvido em parceria com a Amazon AWS.
Seu diferencial está na capacidade de operar em ambientes dinâmicos e imprevisíveis, como canteiros de obras. Enquanto os robôs industriais tradicionais trabalham em locais fixos e executam tarefas repetitivas, o Maximo se adapta ao ambiente, lidando com diferentes condições e desafios.

Isso exigiu o desenvolvimento de um sistema robusto de visão computacional e inteligência artificial, capaz de lidar com reflexos, variações de iluminação e terrenos irregulares.
A segurança foi uma das principais preocupações no design do robô. Ele conta com um sistema de iluminação LED e sensores ultrassônicos, que detectam a presença de pessoas próximas e interrompem suas operações automaticamente caso alguém entre na área de trabalho.
Quando chega a uma usina solar, um operador humano carrega uma fileira de painéis solares no suporte traseiro do robô, usando uma empilhadeira ou guindaste.

Com os painéis devidamente posicionados, o Maximo inicia sua jornada pela usina. Ele usa sua visão computacional para calcular a melhor rota e identificar o local exato de instalação de cada painel.
Ao chegar à estrutura, o robô estende seu braço mecânico, retira um painel do suporte traseiro, gira suavemente e o posiciona com precisão sobre a estrutura de montagem – chamada torque tube –, fixando-o no lugar.
Assim que um painel é instalado, segue para o próximo ponto e repete o processo. A cada ciclo, ele avança na construção de usinas de energia solar, enquanto o operador humano supervisiona tudo e intervém apenas se necessário.