Hora de mudar pro plano B? Veja como reinventar sua carreira

Crédito: Fast Company Brasil

Stephanie Vozza 4 minutos de leitura

Foi demitido recentemente? Ou talvez o trabalho remoto tenha te distanciado física e mentalmente do seu trabalho e você não tem certeza se quer voltar? Se está pensando que é hora de fazer algo novo, não está sozinho. Um estudo recente da O.C. Tanner descobriu que 48% dos profissionais estão considerando uma mudança de carreira assim que a Covid-19 assentar.

Mas saber que você precisa mudar e realmente fazer a mudança são duas coisas totalmente diferentes.

“Como diz o ditado, quando uma porta se fecha, outra se abre”, afirma Andrew Levine, fundador do podcast Second Act Stories. “Agora é um momento incrível para explorar um novo caminho, fazer uma transição para uma profissão diferente, começar um novo negócio ou um projeto sem fins lucrativos. O mundo está descobrindo o novo normal e é uma época boa para as pessoas encontrarem empregos que paguem bem, mas também tenham um propósito”.

Mas precisamos entender: toda crise traz as sementes da oportunidade futura, diz Abhijeet Khadilkar, autor de Unlock! 7 steps to transform your career and realize your leadership potential. “A quarentena nos obriga a ficar dentro de casa e nos dá tempo para a introspecção. Pergunte a si mesmo: “estou trabalhando somente ou estou construindo uma carreira? O que quero fazer depois?”

Mudar de curso pode ser empolgante, mas também apavorante. Veja alguns passos a serem analisados:

SIGA SEUS SONHOS
Em seu podcast, Levine falou com várias pessoas que mudaram de carreira. Por exemplo, um banqueiro que agora é professor de escola pública em Nova York, um profissional da área de comunicação que se uniu ao Corpo da Paz aos 63, um ex-juiz da NBA que se tornou um diácono católico e um cara que consertava telefones que passou a desenhar e fabricar sapatos femininos. “Os segundos atos mais bem-sucedidos são aqueles que acham uma vida de significado e propósito”, comenta Levine.

SAIBA SEUS DIFERENCIAIS
Para mudar de carreira, você precisa entender suas habilidades. “Você pode ter muitos pontos fortes, mas precisa de autoconsciência para trazê-las à tona e presentear o mundo com elas. Qual sua paixão e qual valor você traz?”, diz Khadilkar.

Para criar um cenário mais completo, pergunte a colegas, gestores e amigos quais são suas habilidades. É normal que muitas vezes a gente não reconheça nossos talentos e experiências. Você poderá se surpreender com o que construiu ao longo dos anos.

Quando tiver uma lista, encontre um thread de habilidades complementares. Um dos melhores caminhos se abrem quando você possui um conjunto de habilidades que, somados aos seus talentos, te diferenciam.

JUNTE HABILIDADES E OPORTUNIDADES
Depois do processo de descoberta, olhe para suas habilidades e experiências para determinar se são relevantes hoje. Pode ser que precise adquirir novas habilidades. “Por mais habilidades que você tenha, se o mercado não está em busca delas, são inúteis. Faça um raio-x do mercado para mapear tendências e oportunidades”, aconselha Khadilkar.

Um gerente de eventos de marketing talvez não esteja mais trabalhando por conta dos cancelamentos de conferências, por exemplo. “Eles podem buscar novas oportunidades no mercado. Quase toda empresa agora precisa de especialistas em marketing digital. Ou um profissional da indústria de viagens, que provavelmente tem empatia e se comunica bem, pode procurar algo em healthcare”, sugere Khadilkar.

CONSTRUA SUA MARCA
Para ir atrás do plano B, responda à pergunta: por que você? É aí que entra o branding pessoal. Se você não conta sua história como gostaria, diz Khadilkar, as pessoas vão inventar uma história sobre você.

Seja capaz de falar sobre seu valor para os outros, por que faz o que faz e como se diferencia e se destaca dos demais.

PREPARE-SE PARA OS DESAFIOS
“Cada segundo ato envolve desafios e obstáculos diversos. Mas pessoas bem-sucedidas são flexíveis e criativas na superação dessas barreiras”, afirma Levine.

Chris Donovan foi um dos entrevistados por Levine para um dos podcasts. Depois de 20 anos, parou de consertar telefones para seguir um sonho antigo: fazer sapatos para mulheres. “Encontrou vários obstáculos no meio do caminho e acabou se mudando de Massachusetts para Florença, na Itália, para fazer um curso de design de moda. Sua nova linha de sapatos foi lançada neste ano”.

Mais importante que a autoconsciência é se comprometer a ir atrás das oportunidades, alerta Khadilkar.

VÁ SEM PRESSA

Ter um pé de meia ajuda a ir para o plano B. Um caminho novo oferece salários menores, mas muito mais felicidade, afirma Levine, que recomenda começar devagar e delimitando o risco.

“Investigue uma área nova participando de uma aula. Entreviste pessoas que te inspiram. Há muitas oportunidades online”.

Também dá para ter o lado B como um segundo job. Amani Roberts, também entrevistado por Levine, fez aos poucos a transição de vendedor do Marriott para DJ em tempo integral.

“Ele começou a tocar como DJ aos fins de semana. Conforme os trabalhos e a receita foram crescendo, ele pôde deixar o trabalho diurno e se dedicar à sua paixão”.

O último relatório da Gallup sobre engajamento dos funcionários aponta uma pequena alta, mas os números ainda estão baixos. Apenas 35% dos norte-americanos se sentem engajados pelo trabalho. “Isso quer dizer que 65% não estão engajados ou estão desestimulados totalmente. O número é muito alto. Um segundo ato é crucial para encontrar propósito e significado maiores”.


SOBRE A AUTORA

Stephanie Vozza escreve sobre produtividade e carreira na Fast Company. saiba mais