Os 25 momentos mais marcantes da internet brasileira
As novas gerações de brasileiros desconhecem um mundo sem internet. Em seus computadores e smartphones, as pessoas têm acesso a tudo que o mundo todo cria, dos memes aos papers acadêmicos, dos vídeos divertidos aos serviços públicos e bancários, tudo na ponta dos dedos.
A história da internet do Brasil começou um pouco antes de 1995, o ano do lançamento da Fast Company. Para contar esta história, listamos aqui os 25 fatos que definiram a internet no Brasil.
1) 1987 – FAPESP E LNCC CONECTAM O BRASIL À REDE
A internet nasceu em 1958 nos EUA como uma rede de computadores militares, que logo depois agregou as principais universidades e institutos de pesquisa do país.
No Brasil, os passos decisivos foram dados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) que já estava conectada à rede Bitnet desde 1981.
Em 1988, a Fapesp e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) se conectaram às redes americanas e deram início ao big bang da internet brasileira.
2) 1989 – RNP, A PRIMEIRA REDE BRASILEIRA
Com Fapesp e LNCC já conectadas às universidades americanas, o passo seguinte tinha de ser a construção de uma rede acadêmica brasileira.
Em setembro de 1989, o Ministério da Ciência e Tecnologia criou a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), responsável por definir a infraestrutura de conectividade da primeira rede de computadores no Brasil. Em 1991, onze cidades brasileiras já estavam conectadas à RNP, que trafegava dados à taxa então rapidíssima de 9.600 bps, ou bits por segundo. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília já tinham links de 64 Kbps.
A novidade deu frutos rapidamente: as principais universidades começaram se conectar entre si ramificando o backbone da rede, e permitindo a troca de informações como nunca haviam imaginado.
3) 1994 – EMBRATEL LANÇA A INTERNET COMERCIAL
A revolução da World Wide Web já havia começado no mundo e o Brasil não queria ficar de fora. O passo decisivo para tornar a internet acessível ao público brasileiro partiu do governo federal, proprietário da Embratel, empresa de telecomunicações dona do backbone nacional que conectava as cidades brasileiras por cabos e antenas parabólicas.
A Embratel quis ter o monopólio do serviço comercial de acesso à rede, mas o Ministério das Comunicações decidiu liberar a oferta de serviços de conexão para os ISPs, os provedores de acesso à internet.
O pioneirismo da Embratel foi essencial para a internet florescer no país. Os ISPs se conectaram à Embratel, e a Embratel conectou o Brasil à WWW.
4) 1995 – CGI.BR ORGANIZA A SELVA DA INTERNET
Se você já ouviu um veterano dizer que usa a internet desde quando “era tudo mato”, pergunte se estava conectado quando a rede “era uma selva”. Com o lançamento da internet comercial, era necessária uma entidade que pusesse ordem na verdadeira bagunça que era a rede.
Regras de governança, para evitar invasões ou spam, foram algumas das contribuições do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), criado pelos Ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia.
O CGI.br é a entidade que define a estrutura da internet brasileira, desde os nomes de domínio e os endereços IP, e foi fundamental para criar a Lei Geral de Proteção de Dados e o Marco Civil da Internet.
5) 1996 – UNIVERSO ONLINE CRIA PRIMEIRO GIGANTE
Três dias separaram o lançamento do Brasil Online (BOL) e o Universo Online (UOL), no final de abril. O primeiro era a operação online do Grupo Abril e o segundo foi criado pelos donos do jornal Folha de S. Paulo. Ambos levaram para a internet brasileira o noticiário diário e reportagens de revistas impressas, além das novidades da internet: bate-papo, e-mail e conteúdo multimídia.
As duas empresas fundiram as operações em setembro, sob a marca UOL, que se tornou líder em serviços de acesso, mesmo com concorrentes como AOL, El Sitio e Terra. O UOL fez IPO, saiu da bolsa, comprou a empresa de infraestrutura Diveo e hoje fatura milhões com serviços. O BOL continua online, discretamente, mas resistente.
6) 1997 – DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA ONLINE
Poucos brasileiros de até 50 anos conheceram a papelada de cor azul ou verde que servia para declarar o imposto de renda todo ano. Os formulários eram complicadíssimos e muitos precisavam contratar contadores para dar um jeito de acertar as contas com o Leão do IR.
Mas a Secretaria da Receita Federal aproveitou a oportunidade: que tal fazer o formulário virar um software, instalado por um CD ou por download, e transmitir a declaração pela Internet? Em março de 1997 a SRF inaugurou o IRPF online e mudou a vida dos contribuintes brasileiros. Hoje, todo tipo de imposto é declarado online, assim como a contabilidade das empresas, com o SPED. O Leão virou online e onipresente.
7) 1998 – O FIM DO MONOPÓLIO NA TELEFONIA
Era uma vez um país onde ter uma linha de telefone em casa significava esperar a operadora lançar um plano de expansão, pagar US$ 1 mil antecipadamente e esperar anos para a linha ser instalada. Era o tempo do monopólio do Sistema Telebrás, cujas empresas estatais de telefonia cobravam o acesso à internet por tempo de uso da linha. Se necessário, você podia comprar uma linha no mercado paralelo por US$ 5 mil.
Em junho de 1998 o Sistema Telebrás foi leiloado por R$ 22 bilhões, e a entrada da concorrência foi liberada. Isso transformou o telefone de artigo de luxo a produto que as operadoras passaram a brigar para oferecer ao consumidor. Sem o leilão, talvez você ainda estivesse na fila para ter um acesso à internet.
8) 1999 – INVESTIDORES DESCOBREM O BRASIL
Quatro anos bastaram para a internet brasileira florescer e novas marcas surgiam, atraindo cada vez mais usuários para os serviços de e-mail e conteúdo online. E onde há um grande mercado potencial, os investidores surgem com apetite fortalecido.
O primeiro grande negócio da internet brasileira foi a compra do Zip.Net pela portuguesa PT Multimedia, em fevereiro. O investimento: US$ 365 milhões, mas a empresa foi incorporada ao UOL e virou uma marca de e-mail. Outra empresa ibérica também estava de olho no Brasil. Em junho, a espanhola Telefónica adquiriu 51% do provedor ZAZ, então controlado pela RBS, por R$ 250 milhões, e criou o Terra Networks.
9) 1999 – SUBMARINO FAZ E-COMMERCE EMERGIR
Com nome de escritor, o empreendedor Jack London fundou em 1995 a primeira loja online brasileira, a Booknet, inspirado pela visita que fez à sede da Amazon.com nos EUA. A Booknet chamou a atenção dos internautas brasileiros, e também de investidores, como Antonio Bonchristiano, Marcelo Ballona e Flávio Jansen, que fundaram a TBL, empresa bancada pelo GP Investimentos. Capitalizada, a TBL comprou a Booknet, que foi a base para lançar o Submarino.com, em novembro de 1999.
Meses depois, a bolha da internet estourou, mas o Submarino persistiu e atraiu investidores estrangeiros, que se juntaram ao GP para torná-lo a principal marca brasileira do e-commerce. Em 2006, o Submarino, Americanas.com e Shoptime foram reunidos na empresa B2W, hoje uma das poucas empresas de internet listadas na Bolsa de Valores brasileira.
10) 1999 – SPEEDY PÕE A INTERNET PRA VOAR
A internet já era uma febre no Brasil mesmo com a lentidão do serviço discado, com os modems mais velozes baixando dados pela linha telefônica a 56 Kbps. Mas as notícias sobre o serviço broadband de estonteantes 256 Kbps agitavam os internautas brasileiros. Já havia o serviço Ajato, da operadora de TV a cabo TVA, mas limitado ao download, porque o upload tinha que ser feito por uma linha telefônica comum.
Quando a Telefônica anunciou o lançamento do serviço broadband Speedy, em novembro, a história mudou. Bastava o cliente ter uma linha telefônica que um modem de tecnologia ADSL transformava o sinal em uma internet veloz, pronta para o conteúdo multimídia. Hoje o brasileiro pode contratar serviços banda larga de até 200 Mbps.
11) 2000 – IG MORDE A CONCORRÊNCIA
O simpático cachorrinho Micky surgiu em janeiro anunciando uma oferta tentadora aos internautas brasileiros: acesso gratuito à internet discada. Provedores já estabelecidos como UOL, Terra e AOL Brasil protestaram, mas o iG os fez perderem até 15% dos clientes em seis meses. A ideia dos fundadores Nizan Guanaes, Aleksandar Mandic e Matinas Suzuki e Jorge Paulo Lemann era ganhar dinheiro com publicidade nos vários canais do iG, que ainda receberia das operadoras de telefonia pelo tráfego gerado.
Mesmo recebendo R$ 100 milhões num aporte de capital após o estouro da bolha pontocom, o iG demorou para dar lucro e foi vendido para a Brasil Telecom, esta comprada pela Oi, e este o vendeu ao grupo português Ongoing. E passou a cobrar pelo uso de e-mail em 2016.
12) 2000 – A BOLHA PONTOCOM ESTOURA
Fazer o IPO da empresa na Bolsa de Valores eletrônica NASDAQ e premiar funcionários contratados a peso de ouro com stock options. Esse era o roteiro dos sonhos de todo empreendedor de internet. Dezenas de pontocom brasileiras lutavam pela atenção dos investidores de risco, que aportavam milhões nelas para ter lucros gigantescos no IPO. A especulação fez as ações dispararem, até que em março a bolha pontocom estourou, com a NASDAQ caindo quase 10%.
Os efeitos no Brasil foram fortes. Sem acesso a capital, muitas pontocom quebraram e outras foram adquiridas por empresas mais fortes. Desenvolvedores, jornalistas e executivos com salários altos ficaram sem emprego. O estouro da bolha foi uma dor de crescimento que fez as empresas de internet focarem mais nos resultados, em vez do IPO.
13) 2002 – SBP, O PAI DO PAGAMENTO POR PIX
Bem antes de o PIX transferir dinheiro usando apenas o número do celular ou do CPF, houve um tempo em que poucos brasileiros confiavam na internet para fazer operações bancárias. Após anos de hiperinflação, cortes de três zeros na moeda e bloqueio das contas bancárias, os bancos lançaram o internet banking no final dos anos 1990. Correntistas instalaram desconfiados os programas em seus computadores.
Porém, o caos econômico havia criado um forte setor brasileiro de tecnologia bancária. Só faltava criar uma “internet dos bancos”.
Em abril de 2002, o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) estabeleceu as regras e estruturas para as instituições financeiras falarem a mesma língua e garantirem a realização de pagamentos instantâneos, como o TED. O SPB fez o brasileiro confiar de vez nos pagamentos pela internet.
14) 2004 – BRASILEIROS DOMINAM O ORKUT
O engenheiro turco Orkut Büyükkökten criou duas redes sociais (ClubNexus e inCircle) antes de ser contratado pelo Google e lançar aquela batizada com o seu nome em 2004. Em seis meses, metade de orkuteiros em todo o mundo era de brasileiros. Mesmo limitado a usuários com convite e a mil amigos por perfil, o Orkut ficou tão popular no Brasil que o Google transferiu sua sede de operações do Vale do Silício para Belo Horizonte. Comunidades como “Eu Odeio Acordar Cedo”, scraps, depoimentos e fotos viciaram os brasileiros a bisbilhotar e polemizar na rede social.
O Orkut reinou absoluto até surgirem outras redes, como Facebook e Twitter. Sem atualizações, o Orkut foi abandonado por muitos usuários, e fechado em 2014.
15) 2004 – 3G LEVA A INTERNET PARA PASSEAR
No início do novo milênio, navegar na internet significava sentar em uma cadeira e usar um computador conectado por um cabo de rede. A tecnologia Wi-Fi ainda era uma raridade no Brasil, assim como os notebooks capazes de usar a internet móvel. Havia poucos telefones celulares de segunda geração (2G) que usavam o WAP, tecnologia de internet de navegação que usava as teclas numéricas e irritava até os mais pacientes.
Em outubro de 2004 a Vivo lançou o primeiro serviço 3G no Brasil, e mudou tudo. Com velocidade inicial de 2,4 Mbps, a navegação móvel mudou da água para o vinho. Enviar fotos por e-mail deixou de ser pesadelo e virou realidade. O brasileiro podia, enfim, andar e navegar ao mesmo tempo.
16) 2005 – MP DO BEM AMPLIA ACESSO AO PC
Antes de o smartphone ser o principal meio de acesso dos brasileiros à internet, navegar era algo exclusivo para quem tinha computador. Em 2005 o governo federal decidiu abrir mão de 9,25% de taxa de PIS/PASEP cobrada dos lojistas, reduzindo o preço final dos PCs. Com a taxa de câmbio do dólar baixa e uma gigantesca demanda reprimida, a MP do Bem foi a razão para milhões de famílias comprarem seu primeiro PC.
O governo brasileiro abriu mão de bilhões de reais em arrecadação de impostos, não só de PCs mas também de smartphones, até o final da validade da MP, em setembro de 2015. Mas o benefício gerado pelo acesso de milhões de brasileiros à tecnologia é imensurável.
17) 2007 – VÍDEO ÍNTIMO FECHA YOUTUBE NO BRASIL
Em 2006, Daniela Cicarelli foi filmada sem autorização por um paparazzo em uma praia espanhola em carícias íntimas com o namorado Renato Malzoni. O vídeo caiu na rede e bombou no YouTube. Eles pediram à Justiça a eliminação do vídeo, mas usuários continuavam postando as imagens na plataforma. Em janeiro de 2007, um juiz bloqueou o acesso ao YouTube em todo o Brasil por vários dias, causando espanto em todo o planeta.
O caso gerou um debate essencial no Brasil: liberdade de expressão vs. direito à privacidade nas redes. Cicarelli e Malzoni pediram R$ 94 milhões de indenização. Em 2015, o Superior Tribunal de Justiça condenou o YouTube a indenizá-los em meio milhão.
18) 2007 – FACEBOOK COMEÇA A FALAR PORTUGUÊS
Quando ainda era chamado thefacebook.com, Mark Zuckerberg dividia as despesas da empresa recém-fundada com o colega e investidor brasileiro Eduardo Saverin. Quando lançou a versão em português, em 2007, a rede social preferida dos brasileiros era o Orkut, e o Facebook já estava em sua quarta rodada de investimento, liderada pela Microsoft, que fez a rede social valer US$15 bilhões. O Orkut não resistiu a esse poder econômico, perdeu a liderança no Brasil em 2001 e fechou em 2014. Deixou saudade, mas o “Feice” caiu nos braços do povo.
O Facebook tornou-se obrigatório no dia a dia dos brasileiros, que são 120 milhões dos usuários da rede, sem contar os 120 milhões de usuários do WhatsApp e 69 milhões do Instagram, adquiridos pelo Facebook.
19) 2008 – IPHONE NO BRASIL, ANDROID NO BERÇO
Desde que Steve Jobs apresentou o iPhone em 2007 não desejar aquele smartphone tornou-se algo impossível. O aparelho touch screen nos libertaria do monte de teclas dos celulares da época. Os brasileiros tiveram que esperar dez meses para ter acesso à novidade, claro, pelo triplo do preço do produto original. Isso não assustou a tribo local de applemaníacos, nem os novos adeptos da tecnologia que mudou a forma de interagir com a internet – mais fácil de usar, o smartphone trouxe milhões de novos usuários para a rede.
Em setembro, a Google lançou o Chrome e o Android, tecnologias que fariam mais brasileiros a ter acesso a um smartphone nos anos seguintes. No final de 2019 havia 234 milhões de smartphones no Brasil, 95% Android.
20) 2011 – IFOOD E NETFLIX: TUDO EM CASA
Esta foi a década do O2O, o “online-to-off-line”. Você pede uma refeição no celular e recebe em casa. Ou pega um Uber. Em maio surgiu o iFood, que espalhou motoqueiros entregando refeições de restaurantes pelas ruas de São Paulo – e depois pelo país todo. Os competidores apareceram logo, como Rappi e Uber Eats, e startups como Delivery Much e Eu Entrego, além da cervejinha gelada entregue em casa pelo James e o Zé Delivery.
E o que fazer com a mesa cheia de comida e cerveja? Que tal um filme? O Netflix, chegou em setembro no Brasil, e criou uma geração de maratonistas de séries. Agora a líder do streaming encara a concorrência da Amazon, Apple, Disney e Globo.
21) 2013 – REDES SOCIAIS ORGANIZAM PROTESTOS
O então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, não imaginava o que iria acontecer ao assinar o decreto aumentando a tarifa de ônibus em vinte centavos no início de junho. Pelas redes sociais, o Movimento Passe Livre convocou uma manifestação que interrompeu o trânsito da Avenida Paulista. O que seria apenas mais um contratempo na vida do paulistano foi a faísca que incendiou o Brasil.
Nas semanas seguintes, o país foi tomado por protestos convocados e conduzidos pelas redes sociais. Milhões foram às ruas, não só pelos vinte centavos, mas contra todos os governos, contra tudo. A polarização política foi potencializada nas redes sociais, gerando discussões e insultos que acabavam amizades com um block.
22) 2014 – MARCO CIVIL DA INTERNET ENTRA NO AR
“Terra de Ninguém” era uma expressão comum para explicar o lado ruim da internet. Se por um lado a rede traz conhecimento, comunicação e entretenimento, por outro se tornou um campo gigantesco para hackers, perseguidores, pedófilos e criminosos que praticam o “phishing”, para encontrar novas vítimas e tirar o dinheiro delas. Mas o Marco Civil da Internet surgiu para tentar pôr um pouco de ordem nessa bagunça.
Sancionado pela presidente Dilma Rousseff em abril, o Marco Civil é uma “Constituição da rede” no Brasil, definindo a internet como um meio de comunicação neutra, com liberdade para todo tipo de conteúdo, e essencial para a cidadania. O Marco Civil também definiu o que são crimes virtuais e tornou-se um benchmark mundial.
23) 2015 – JUIZ MANDA SUSPENDER WHATSAPP
“Manda um zap” virou o novo “vamos nos falando” para os brasileiros desde 2009. Mandar textos, áudios, fotos e vídeos tornou-se uma rotina diária… até fevereiro de 2015, quando o juiz Luiz Correia, do Piauí, determinou a suspensão temporária do serviço em todo o Brasil. O WhatsApp havia se negado a quebrar o sigilo de uma conta para uma investigação de pedofilia e o juiz não hesitou, e deixou os brasileiros se perguntando “o Whats tá off?”.
Não foi a única vez. Juízes suspenderam o WhatsApp mais três vezes até 2016. Isso não impediu que na eleição de 2018 o disparo em massa de mensagens no WhatsApp fosse decisivo, mesmo contra a legislação eleitoral.
24) 2018 – 99, O PRIMEIRO UNICÓRNIO BRASILEIRO
Fazer um unicórnio no Brasil, onde o câmbio é desfavorável, parecia ainda mais difícil, mas a 99, fundada em 2012, chegou lá.
A 99 percorreu uma montanha-russa: surgiu, levantou capital de risco, quase faliu em 2016 com a concorrência da Uber, mas em janeiro de 2018 a chinesa Didi Chuxing anunciou a aquisição da empresa brasileira. Hoje o Brasil tem 12 unicórnios – e virão mais.
25) 2020 – PANDEMIA ACELERA E-COMMERCE E ZOOM
Altamente contagioso, o novo coronavírus se espalhou com uma velocidade avassaladora e fechou o planeta em março. A pandemia teve de ser contida com distanciamento social e home office para quem pôde trabalhar assim. Escritórios fecharam e, sem clientes, restaurantes, lojas e serviços também. Milhões foram demitidos e hospitais entraram em colapso.
Foi quando o acesso à internet virou um serviço tão vital quanto água e luz. Demitidos começaram a vender pela internet, negócios se reinventaram no digital e o e-commerce movimentou US$ 112 bilhões no Brasil em 2020.
Mas a frase que marcou o “novo normal” de um povo social como o brasileiro foi a das sessões de Zoom:
– Você está no mudo!
Reportagem atualizada em 28/02/2021, às 11:07