The in between generation: os millennials saíram de moda
Os millennials são uma força que se tornou invisível, mas capaz de impactar estratégias de curto, médio e longo prazo, na vida de todos nós
Ultimamente, a Box1824 tem se referido aos millennials (pessoas nascidas entre 1980 e 1995) como força invisível. Pode parecer estranho se referir a uma geração amplamente estudada dessa forma. Afinal, é evidente o quanto ela já deu o que falar.
Os millennials já foram pauta de inúmeros estudos (quem se lembra do "We All Want To Be Young"?), que viraram discussões, para depois se transformar em estratégias de negócio de grandes marcas nacionais e globais.
Foi a partir dessa geração que hábitos de consumo começaram a ser questionados e prometiam mudar tudo, explorando pautas como sustentabilidade, acesso (em vez da posse), além da ampliação das perspectivas sobre relacionamento, família, trabalho, entre tantos outros temas.
Porém, com o passar dos anos, os millennials entraram na fase adulta e viram suas ideias arrojadas dando espaço ao pragmatismo que a vida parecia exigir. Pautas levantadas com tanta paixão foram consumidas pelo que era possível fazer e, aos poucos, deixaram de ser tema das conversas e das prioridades de empresas e suas estratégias.
Se de um lado estão as gerações mais novas – Z, caótica, sexy, ganhando a atenção de marcas e mercados inteiros; Alpha, despertando curiosidade e interesse natural pelo contexto de mundo no qual estão nascendo –, de outro estão as gerações mais velhas: X e, principalmente, baby boomers reacendendo como uma nova potências de consumo sênior, inaugurando demandas, produtos, serviços e experiências.
Nesse cenário, os millennials ficaram ali, espremidos entre as gerações, gerando pouco (ou nenhum) interesse do mercado.
Mas, se podemos chamar os millennials de “in between generation” (ou, a geração que está entre gerações, em tradução livre), também podemos chamá-los de uma força invisível que está impactando o presente e moldando o futuro. Sabe por quê?
Os millennials são responsáveis por 28% de todos os gastos no varejo nos EUA e estima-se que essa porcentagem cresça para 31% até 2030, segundo a The Future of Commerce.
O estilo de vida também pauta o consumo. Segundo o mesmo estudo, a forma de gastar os diferencia dos baby boomers e da geração X. Viajar e jantar fora em restaurantes, por exemplo, é como eles estão escolhendo gastar seu tempo e dinheiro: 79% dos millennials comeriam em um restaurante da moda, em comparação com 66% da geração X e 56% dos boomers.
Outro aspecto interessante sobre os millennials é que eles são herdeiros que vão ter um acréscimo interessante nos seus ganhos. Segundo o "The Guardian" os millennials estão a caminho de se tornarem a “geração mais rica da história”.
A transferência geracional de riqueza se dará através das propriedades e imóveis, onde a geração alcançará patrimônio de cerca de US$ 90 trilhões somente nos EUA.
No Brasil, o cenário também é favorável. Atualmente, os millennials têm um poder de compra estimado em R$ 1 trilhão, conforme dados da Deloitte, já representam 34% da população e cerca de 50% da força de trabalho atual (70% até 2030), segundo um estudo de 2019 do Itaú.
os millennials ficaram ali, espremidos entre as gerações, gerando pouco (ou nenhum) interesse do mercado.
Se, no passado, popularizaram a sharing economy, hoje, são quem mais busca financiamento imobiliário para conquistar a casa própria e reacendem a vontade de ter um carro para chamar de seu. Se, no passado, começaram a questionar as configurações de lar, escolhendo ter ou não filhos, hoje, elevam os pets a membros da família, buscando soluções em um novo mercado bilionário.
Ou seja, são essas pessoas que estão liderando os negócios, educando as próximas gerações e consolidando comportamentos emergentes. Os millennials são uma força que se tornou invisível, mas capaz de impactar estratégias de curto, médio e longo prazo, na vida de todos nós. Quer você já esteja prestando atenção ou não.
E porque trazemos essa reflexão neste momento? Exatamente porque nós da Box1824 entendemos que, mais do que estudar profundamente e isoladamente as gerações que estão na moda (GenZ e baby boomers, atualmente), precisamos sempre ter um olhar atento para a interação entre todas elas. Afinal, nenhuma geração vive isolada dentro da sua própria bolha.
