Monopólio ilegal de anúncios? Entenda decisão da Justiça sobre o Google

A justiça americana considerou que a Google fraudou a lei antitruste, que visa impedir a fusão de empresas de um mesmo ramo ou de áreas distintas da economia

Pessoa segurando um celular aberto na barra de pesquisa do Google
A empresa é alvo de acusações desde 2020 por monopólio ilegal de buscadores e de anúncios. Créditos: Freepik.

Louize Lazzarim 1 minutos de leitura

A Google foi acusada de agir ilegalmente para conquistar o monopólio na área de busca e de anúncios online. A decisão surgiu a partir da justiça americana, que considerou como ilegítimas as dinâmicas de mercado da unidade da Alphabet (GOOG). O pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) é que a empresa venda o Chrome.

O caso não é recente, desde 2020 o Doj alega que a Google é responsável por ir contra à livre concorrência de mercado na área dos buscadores e de serviços de anúncios, o que configura um monopólio. De forma geral, isso é prejudicial ao mercado por aumentar o preço dos produtos, levando à redução do poder de compra do consumidor.

Na última quinta-feira (17), quando o caso teve atualizações, a empresa foi impactada negativamente, que teve as ações reduzidas em até 3,2%. No entanto, os efeitos foram revertidos já no mesmo dia, com queda de 1,38%.

A segunda parte do julgamento tramita em Washington, que determinou que uma das medidas cabíveis impostas à Google será a venda do Chrome e a reversão dos contratos que estabelecem a big tech como buscador padrão.

A juíza reforça que esses contratos pressionaram os publishers por mais de uma década a usar as ferramentas que colocavam anúncios em sites e também ajudavam as empresas a gerenciar seus negócios de publicidade. De acordo com reportagem da Bloomberg, o Google desembolsou US$26,3 bilhões para empresas como Apple e Samsung em 2021.

Para Justin Teresi, analista da Bloomberg Intelligence, o DoJ ainda enfrenta sérios desafios para conseguir um desinvestimento, mas de acordo com o analista é possível.

Nas próximas três semanas de decisão no Departamento de Justiça americano, em relação a ocorrência do monopólio, o Google ainda pode recorrer sobre as acusações, isso porque, para a vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, Lee-Anne Mulholland, a escolha dos publishers é natural, já que a big tech oferece ferramentas simples, acessíveis e eficazes.


SOBRE A AUTORA

Jornalista pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e escritora do livro "Sem Intervalo para Sorrir: Memórias do 29 de abril de 2015... saiba mais