4 comportamentos tóxicos que muitos líderes tendem a adotar (mesmo sem querer)

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É claro que nenhum chefe (ou praticamente nenhum) acorda pensando: “hoje vou tornar a vida dos meus funcionários um inferno”.

Mesmo assim, todo mundo já conheceu ou lidou com algum chefe tóxico ao longo da carreira. O que explica, então, esse desencontro entre as boas intenções dos líderes e as suas atitudes, que tantas vezes prejudicam a motivação da equipe?

Um dos maiores motivos é simples: descuido. Isso mesmo – quer você perceba ou não, seu pessoal está prestando muita atenção ao seu humor e ao seu comportamento e observando detalhes sutis, que você mesmo ignora. 

Os chefes sempre gostam de acreditar que são inspiradores, em vez de chatos ou autoritários. Mas uma autoavaliação pode ajudá-lo a determinar de modo mais claro se você realmente está exercendo liderança positiva.

Se você, como gerente de uma equipe, está curioso para saber se pode ser enquadrado mais como um bom chefe ou como um mau chefe, considere estes quatro sinais de que pode estar se comportando de forma tóxica.

A EQUIPE ESTÁ COM MEDO DE FALAR

Em um local de trabalho saudável, os funcionários são incentivados a usar a própria voz, a oferecer sugestões e a falar abertamente sobre quaisquer problemas ou preocupações que possam estar sentindo. Um sinal vermelho gritante de que as coisas estão dando errado é quando as pessoas ficam caladas demais. 

De acordo com Hemant Kakkar e Subra Tangirala, da Harvard Business Review, se você achar que sua equipe não está se expressando, a culpa é da cultura da empresa. Uma possível razão, sugerem os pesquisadores, é que o ambiente de trabalho não é propício para que as pessoas sejam mais verbais. Elas podem temer sofrer sanções sociais significativas ao desafiar os chefes.

Um sinal vermelho gritante de que as coisas estão dando errado é quando as pessoas ficam caladas demais. 

Como você pode estar contribuindo, mesmo sem querer, com essa cultura tóxica? Às vezes, faz isso sem perceber, ao desconsiderar o feedback de alguém durante uma reunião ou ao rebater um membro da equipe quando ele apresenta um problema.

A cultura tóxica também pode crescer a partir de gestos simples, como não passar o microfone aos outros em uma reunião. Na minha empresa de criação de formulários, considero importante incentivar a equipe a falar sobre suas ideias e opiniões, tanto quando todos estão se reunindo pessoalmente quanto por videoconferência. Descobri que isso traz confiança para contribuir de forma mais aberta e sem barreiras.

A EQUIPE NÃO CONFIA EM VOCÊ

Esse aspecto pode ser delicado. Como saber se os funcionários confiam mesmo em você? Vamos imaginar uma situação: você acabou de entrar em uma sala cheia de membros da equipe conversando animadamente. Se eles pararem de falar, em vez de incluí-lo na conversa, esse é um sinal claro de que algo está errado.

Mas quais são os principais fatores que geram essa desconfiança? Por um lado, pode ser a sua falta de interesse nos colaboradores como seres humanos. Por exemplo: você pode estar demonstrando falta de apreço pela vida deles, não manifestando curiosidade sobre quem são fora do trabalho. Além disso, quando as pessoas imaginam um líder confiável, pensam em alguém capaz de assumir seus erros.

quando as pessoas imaginam um líder confiável, pensam em alguém capaz de assumir seus erros.

É muito fácil discursar sobre a construção de uma cultura corporativa positiva, mas se você deixa de incorporar os valores que você defende, só acaba prejudicando a confiança. Em seu livro Rebuilding Trust in the Workplace (Reconstruindo a Confiança no Trabalho), Dennis e Michelle Reina explicam que “a melhor coisa que você pode fazer para ajudar os funcionários a assumir responsabilidades é praticar com honestidade os comportamentos que deseja que os outros pratiquem. Em outras palavras, precisa que praticar aquilo que prega.”

SEU CONTROLE ESTÁ MINANDO A MOTIVAÇÃO

De todas as tentações que existem para os gerentes, o microgerenciamaento é a mais perigosa. Ou seja: cuidado com o excesso de controle e de cobrança. É claro que sua intenção não é ser tóxico – você está só tentando ajudar seu pessoal a ser mais eficiente, ajudá-los a gerenciar seu tempo. Mas, adivinha só? Você acaba fazendo exatamente o oposto, especialmente com grandes empreendedores.

Em sua esclarecedora história da Harvard Business Review, Rebecca Knight observa que esse pode ser um hábito difícil de quebrar e oferece um exemplo claro para saber se você está virando um “maníaco por controle”: “Se você é o tipo de chefe que se concentra nos detalhes, que prefere ser copiado em todos os e-mails e raramente está satisfeito com o trabalho de sua equipe, então – e não há maneira gentil de dizer isso – você é sim um microgerente”, escreve ela.

ficar muito de olho na equipe só serve para atrapalhar a confiança e a motivação.

Vamos colocar em perspectiva o impacto desse comportamento: você está criando um ambiente de trabalho estressante, sufocando a criatividade e promovendo o esgotamento – tudo que um bom chefe não devia fazer.

A esta altura, você deve estar se perguntando como mudar o seu estilo  de liderança. Comece dando um passo para trás. É fundamental que, como chefe, dê votos de confiança e apoie seus funcionários, em vez de tentar supervisionar cada movimento deles. Isso  pode parecer assustador quando se é perfeccionista, mas ficar muito de olho na equipe só serve para atrapalhar a confiança e a motivação. E, de acordo com Rebecca Knight, criar consciência sobre por que você incorporou esse tipo de comportamento é o primeiro passo para mudá-lo.

VOCÊ NÃO OUVE

Certa vez, estava no saguão de um aeroporto onde um empresário estava falando alto durante um longo telefonema. Tenho certeza de que todos nós já testemunhamos essa atitude desagradável antes, seja quando estamos embarcando em um avião ou na fila de um café. É um clássico: o empresário de terno está falando infinitamente, não parando nem para respirar.  Sempre me pergunto o que a pessoa do outro lado da ligação deve estar pensado.

Uma das coisas que líderes tóxicos mais têm em comum é que eles não ouvem ninguém.

Meu conselho, nesse caso, é óbvio: tente não ser esse cara. Uma das coisas que os líderes tóxicos mais têm em comum é que eles não ouvem ninguém. Ou porque adoram o som da própria voz ou porque não sabem quando parar.

No entanto, líderes que ouvem formam melhores conexões e relacionamentos. Eles desenvolvem uma força de trabalho mais engajada e não perdem os insights inestimáveis ​​que suas equipes têm a oferecer.

Ouvir envolve atenção completa sem interrupções; envolve paciência e o desejo de entender o ponto de vista da outra pessoa. Em outras palavras, é a capacidade de colocar seu ego de lado e incentivar cada membro da equipe a se envolver mais na conversa. Em última análise, essas são algumas das características que todos os grandes chefes compartilham.


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