TikTok passa a oferecer dicas de músicas virais para os criadores de conteúdo

Com o lançamento de uma nova ferramenta para artistas, a plataforma está impulsionando o ressurgimento de hits antigos

Crédito: Cristina Gaidau/ Getty Images

Eve Upton-Clark 2 minutos de leitura

O TikTok tem sido um verdadeiro trampolim para músicos de diferentes gerações, graças ao potencial viral da plataforma. A mais recente beneficiada é Connie Francis: seu sucesso de 1962, "Pretty Little Baby", voltou aos holofotes e tomou conta das páginas "For You" do aplicativo.

Aproveitando essa força, o TikTok anunciou a expansão global de sua ferramenta de análise musical, o Music Insights Tool, após dois meses de testes discretos com um grupo seleto de artistas.

A novidade faz parte do pacote TikTok for Artists, que oferece atualizações diárias sobre o desempenho de músicas na plataforma, incluindo número de visualizações, postagens e interações de criadores, além de dados demográficos como idade, idioma e gênero dos seguidores.

“Todos os níveis de artistas terão acesso a dados úteis e acionáveis sobre suas músicas e seus fãs, ajudando-os a se conectar melhor com a comunidade TikTok e impulsionar suas carreiras dentro e fora do app,” afirmou Tracy Gardner, chefe global de desenvolvimento de negócios musicais do TikTok.

Um dos primeiros a testar a ferramenta, o cantor Cyril Riley, destacou sua importância: “Minha equipe e eu usamos o TikTok for Artists diariamente, às vezes de hora em hora. Em uma indústria que muda tão rápido, é essencial monitorar e analisar tudo constantemente.” Já o artista Jordan Adetunji foi mais direto: “é um divisor de águas.”

Além da análise de dados, a plataforma também passou a oferecer um recurso de pré-lançamento, permitindo que artistas promovam músicas antes mesmo de seu lançamento oficial. Os fãs podem salvar faixas inéditas diretamente em suas bibliotecas do Spotify ou na Apple Music, onde elas estarão disponíveis assim que forem lançadas.

Mas nem tudo são aplausos. Críticos apontam que o TikTok estaria apenas seguindo os passos do Spotify, que lançou seu painel para artistas em 2016, e contribuindo para uma cultura musical voltada exclusivamente à viralização.

Como escreveu Jordan Darville, do The Fader: “um app extremamente popular cria ‘serviços’ para artistas que moldam a música visando conteúdos mais lucrativos para a plataforma, ao mesmo tempo em que limita royalties para agradar acionistas.”

Resta saber se as novas ferramentas vão inspirar mais ressurgimentos inusitados de ícones da música dos anos 60 ou apenas nos dar mais trilhas sonoras para carrosséis de vídeos no TikTok.


SOBRE A AUTORA

Eve Upton-Clark é jornalista especializada em cultura digital e sociedade. saiba mais