Conferência dos desenvolvedores da Apple: cadê a Siri, pessoal?

Investidores e analistas esperavam mais anúncios de IA por parte da Apple; atualizações da Siri ficam para o ano que vem

Créditos: Julian O'hayon/ Unsplash/ tohamina/ Freepik/ Apple

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

A Worldwide Developers Conference (WWDC), da Apple, apresentou novos softwares e designs diferentes para aplicativos. Mas uma atualização ficou de fora dos anúncios: a Siri. Um ano depois de anunciar a entrada no mercado de inteligência artificial personalizado, a Apple não entregou atualizações no seu próprio sistema de IA.

Na WWDC do ano passado, o chefe de software da Apple, Craig Federighi, afirmou que a empresa pretende oferecer "um modelo de inteligência pessoal" nos celulares dos usuários que "se baseia no contexto pessoal". A empresa, ao que parecia, finalmente iria alavancar seus consideráveis ​​pontos fortes e oferecer recursos proativos de IA que aproveitam os dados pessoais do usuário.

Mas, 12 meses depois, isso ainda não se concretizou. Federighi disse no início do discurso principal da WWDC 2025 que os recursos de personalização de IA, que exploram dados privados do usuário para oferecer insights proativos gerados por IA, não atingiram o "alto padrão" de qualidade da Apple. Mais anúncios nesse sentido, acrescentou, chegariam "no ano que vem". 

Enquanto isso, o mundo fora de Cupertino, na Califórnia (cidade sede da Apple), segue em frente e o boom da IA ​​generativa continua a acelerar.

SILÊNCIO NA SIRI

“O silêncio em torno da Siri era ensurdecedor”, disse Dipanjan Chatterjee, analista da Forrester Research, em entrevista à Fast Company.

“Nenhuma quantidade de correções de texto ou emojis fofos pode preencher o vazio de uma experiência de IA intuitiva e interativa que sabemos que a Siri será capaz de oferecer quando estiver pronta. Simplesmente não sabemos quando isso acontecerá. O fim da linha de produção da Siri está chegando rápido, e a Apple precisa decolar”, analisou.

Enquanto Google, OpenAI e Anthropic integram seus modelos de IA com os dados pessoais e profissionais dos usuários, a Apple parece estar em ponto morto, na visão do repórter especialista da Fast Company Mark Sullivan.

“A Apple está presa na neutralidade no desenvolvimento de agentes de IA.  Ela teve todas as oportunidades de ter uma assistente de IA personalizada. Tinha uma grande vantagem com a aquisição da Siri em 2010. Controla bilhões de dispositivos, projeta os chips e tem a confiança de bilhões de consumidores", listou Sullivan.

o chefe de software da Apple disse que os recursos de personalização de IA não atingiram o padrão de qualidade da empresa.

O Google continua a incorporar mais IA em sua linha de smartphones Pixel, enquanto introduz mais dessa tecnologia em seu mecanismo de busca para mudar radicalmente sua forma de funcionar.

A Samsung, maior rival da Apple em smartphones, também está investindo fortemente em IA. Enquanto isso, a OpenAI fechou recentemente um acordo que trará o ex-guru do design da Apple, Jony Ive, para trabalhar em um novo dispositivo que deverá competir com o iPhone.

A mudança mais significativa da Apple em IA foi permitir que desenvolvedores utilizassem seus próprios modelos, incluindo um modelo de três bilhões de parâmetros que roda em dispositivos Apple e um maior que roda nos servidores da empresa.

Embora a Apple tenha lutado para criar uma inteligência artificial que atenda aos seus padrões, a lacuna que a separa de outras potências da tecnologia está aumentando.

Com informações de Michael Liedtke, da AP, e Mark Sullivan, da Fast Company.


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