Fast Intro to Cannes Lions

A partir deste domingo, a Fast Company Brasil realiza uma cobertura ágil e cheia de informação sobre o mais importante festival de criatividade do mundo

Créditos: Fast Company Brasil/ Freepik

Erlana Castro 4 minutos de leitura

Na próxima segunda, dia 16, começa oficialmente o Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, a maior celebração da criatividade publicitária do mundo. Em 72 anos de história, o Festival de Cannes consolidou-se como o mais importante e prestigiado fórum de validação profissional da indústria publicitária, reunindo marcas, agências, empresas de mídia, tecnologia e visionários de mais de 90 países.

Entre os supercobiçados Leões de Bronze, Prata e Ouro, a premiação máxima é o Grand Prix, concedido apenas por decisão unânime do júri, a partir dos vencedores de Leão de Ouro e Titânio. O Grand Prix não é obrigatório, mas, quando entregue, se propõe a dirigir o rumo da indústria pelos próximos 12 meses.

Segundo Harjot Singh, presidente do júri da categoria Creative Effectiveness no ano passado, o Grand Prix é um totem, não apenas uma representação. Essa fala resume bem a importância desse prêmio.

Desde sua criação em 1954, o festival evoluiu do filme publicitário para múltiplas disciplinas. No Cannes Lions 2025 serão 30 categorias organizadas em nove trilhas, entre elas print, rádio, digital, estratégia, eficiência, branded entertainment, game, business transformation, até mesmo ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável) acompanhando a transformação do marketing e da comunicação no mundo.

Algumas regras essenciais são interessantes e dão uma ideia de como o festival funciona:

  • Elegibilidade: os trabalhos inscritos devem ter sido lançados, veiculados ou distribuídos dentro do período de fevereiro de 2024 a abril de 2025.
  • Autenticidade: criados a partir de um briefing real, cliente real e contrato vigente, com aprovação da marca (cliente) desde a criação, produção, veiculação até a própria inscrição no festival.
  • Originalidade: as peças inscritas devem ser exatamente as mesmas que foram publicadas, sem edições exclusivas para o festival.
  • Não especulativas: não podem ser peças puramente conceituais, nem terem sido banidas ou forçadamente retiradas do mercado, por exemplo.
  • Prototipagem: é proibido inscrever cases de produtos inexistentes ou protótipos, exceto em alguns casos como no Innovation Lions.
  • IA: deve ser declarado na submissão ao festival, detalhando seja a ferramenta quanto o seu propósito naquela aplicação. Apesar de ser um “hot topic” na indústria criativa, não vale IA pela IA e o júri está atento a isso.
  • Submissões por peça criativa: cases podem ser inscritos em até seis categorias, desde que adaptados aos critérios específicos de problema, solução e resultados exigidos em cada categoria. O storytelling adequado é superimportante.
  • ESG: Esse aspecto está muito presente no olhar do júri em todas as disciplinas. No entanto há duas categorias específicas que premiam a criatividade para sustentabilidade. Desde 2014 o Glass Lions premia ideias que desafiam a discriminação e o estereótipo de gênero na publicidade e desde 2018 há o SDG Lions, premiando ideias que colaboram e avançam na Agenda 2030 da ONU. Além destes, há o Grand Prix for Good, que é um prêmio especial e exclusivo para ONGs e organizações sem fins lucrativos. Campanhas que beneficiam acionistas ou lucro individual são vetadas no Grand Prix for Good.
Crédito: Cannes Lions/ Divulgação

Outra coisa muito importante é a discussão sobre “scam”, ou "peças fantasmas”. Seriam trabalhos criados apenas para ganhar prêmios no festival, sem veiculação real ou aprovação da marca, por exemplo.

O Cannes Lions combate intensa e publicamente esse tipo de trabalho, exigindo comprovação de veiculação, autoria e autenticidade, podendo realizar checagens adicionais para garantir que as marcas, os produtos, serviços e peças inscritas sejam legítimas e autorizadas por representantes legais das empresas referidas. As penalidades vão desde a retirada da peça fraudulenta até o banimento dos participantes.

Desde sua criação em 1954, o festival evoluiu do filme publicitário para múltiplas disciplinas.

Essa conversa é muito séria e o Cannes Lions procura assegurar que apenas trabalhos reais e relevantes moldem o futuro da comunicação. Nas palavras da própria organização, “o papel do festival é estabelecer o benchmark para o marketing e a comunicação, celebrar a criatividade e premiar trabalhos criativos que se destacam. A melhor maneira de provar que a criatividade é uma força para os negócios, para a mudança e para o bem do mundo é garantir que peças fantasmas sejam retiradas.”

A partir deste domingo (dia 15), a Fast Company Brasil realiza uma cobertura ágil e cheia de informação relevante para quem deseja acompanhar o mais importante festival de criatividade do mundo. Vamos trazer insights exclusivos da sala do júri, das principais palestras, prêmios e dos corredores do movimentadíssimo Palais des Festivals.

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SOBRE A AUTORA

Erlana Castro é palestrante internacional, autora, pesquisadora independente e professora convidada da Fundação Dom Cabral, fundadora ... saiba mais