“A maior parte de seus amigos no futuro será IA”: provocação de Zuckerberg faz sentido na prática?

Menino e robô se abraçando
O uso de assistentes virtuais mostra como a tecnologia tem se tornado uma companhia constante. Créditos: Freepik.

Guynever Maropo 1 minutos de leitura

Mark Zuckerberg afirmou recentemente que, no futuro, a maioria dos amigos das pessoas será formada por Inteligências Artificiais. A declaração reflete uma tendência crescente de vínculos emocionais com tecnologias conversacionais, como os chats de IA, que vêm ocupando espaços antes reservados a relações humanas.

Segundo a pesquisa da TalkInc, um em cada dez brasileiros já utiliza chats de IA para desabafar, buscar conselhos ou simplesmente conversar. Essas plataformas prometem conexões empáticas e respostas personalizadas, sem julgamentos ou oposição, o que atrai usuários em busca de conforto emocional.

O uso de assistentes virtuais, como o aplicativo Replica, mostra como a tecnologia tem se tornado uma companhia constante. Esses sistemas oferecem planos pagos com interações mais sofisticadas, incluindo elogios, apoio emocional e escuta afetiva calibrada. A proposta não envolve apenas design emocional, mas também a exploração de fragilidades humanas.

O conceito de "uncanny valley", ou vale da estranheza, explica parte da inquietação causada por esses vínculos. Trata-se da sensação desconfortável diante de algo artificial que se assemelha demais ao humano, mas sem ser de fato real. A experiência se intensifica à medida que o afeto é mediado por sistemas que respondem e aprendem com as vulnerabilidades dos usuários.

Plataformas digitais transformam carência emocional em produto. O vínculo não se dá apenas com o chatbot, mas com a própria empresa que fornece a sensação de intimidade sob demanda. A previsibilidade dessas interações, longe de ser um defeito, torna-se um atrativo.

O que parece estranho à primeira vista revela-se funcional. As relações artificiais aliviam, organizam e consolam. Em um mundo cada vez mais solitário, o vínculo pode não ser apenas uma exceção, mas o novo padrão. Por isso, Mark Zuckerberg aposta no avanço dos amigos e conselheiros de IA como parte do futuro das conexões humanas.

Com informações de Camila de Lira em reportagem da Fast Company


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais