IA deve transformar 1 em cada 4 empregos no mundo, aponta estudo da OIT

Confira quais profissões correm mais risco de automação com a IA generativa

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Guynever Maropo 2 minutos de leitura

A presença da inteligência artificial no ambiente de trabalho está deixando de ser uma possibilidade futura para se tornar uma realidade em transformação. Um novo estudo mostra que milhões de postos de trabalho no mundo todo estão expostos a mudanças estruturais causadas pela adoção de sistemas automatizados, especialmente os baseados em IA generativa.

A pesquisa, conduzida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisa da Polônia (NASK), avaliou mais de 30 mil tarefas em diferentes ocupações para entender o impacto da automação.

O relatório “IA generativa e empregos: um índice global refinado de exposição ocupacional” organizou os resultados em quatro níveis de exposição (ou gradientes), conforme a probabilidade de automação.

O grau mais alto (gradiente 4), no qual quase todas as tarefas podem ser automatizadas, representa apenas 3,3% dos empregos globais.

QUAIS OCUPAÇÕES CORREM MAIS RISCO COM A IA

O estudo mostra que 25% dos empregos no mundo estão potencialmente expostos à IA generativa, mas a conclusão principal não aponta para uma substituição direta. O cenário mais provável é a transformação dos postos de trabalho, com tarefas sendo reconfiguradas para incorporar as novas tecnologias.

As profissões mais expostas são aquelas com foco em atividades administrativas e de escritório, além de áreas que já utilizam amplamente a tecnologia, como mídia, finanças e programação. Nesses setores, a IA apresenta maior capacidade de executar tarefas especializadas com eficiência.

DIFERENÇAS POR GÊNERO E RENDA

A pesquisa também identificou desigualdades relacionadas ao risco de automação.

Em países mais ricos, cerca de 10% das mulheres estão em ocupações com alta exposição à automação, contra apenas 3,5% dos homens.

Na média mundial, esses índices são de 4,7% para mulheres e 2,4% para homens. Essa diferença reflete a distribuição desigual das funções administrativas entre os gêneros.

IA COMO ALIADA, NÃO SUBSTITUTA

Apesar dos riscos, o relatório ressalta que a maior parte dos trabalhos ainda exige participação humana.

Mesmo nas profissões mais expostas, muitas tarefas se mantêm intransferíveis, exigindo julgamento, empatia ou adaptabilidade, características que ainda não podem ser plenamente replicadas por sistemas automatizados.

Ao considerar tanto os riscos quanto os potenciais benefícios, o estudo reforça que o avanço da inteligência artificial representa, sobretudo, uma mudança no conteúdo e na forma de realizar o trabalho, e não necessariamente a eliminação do trabalhador.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais