Ataque hacker em instituição financeira gera prejuízo milionário; veja valor
Quadrilha usa funcionário para invadir sistema ligado ao Banco Central

Na última quarta-feira (2), a C&M, uma prestadora de serviços que atende diversas instituições financeiras, confirmou publicamente que sofreu um ataque hacker milionário no último fim de semana.
O roubo se tornou conhecido pela expressiva quantia envolvida — a BMP, uma das instituições afetadas, afirma ter sido lesada em mais de R$ 500 milhões. Além disso, a maneira com que ele aconteceu também chamou a atenção.
João Nazareno Roque, programador júnior da empresa C&M Softwares, foi preso na última quinta-feira (3) sob suspeita de facilitar o que ficou conhecido como o maior ataque hacker já registrado ao sistema financeiro nacional. Segundo a Polícia Civil, ele recebeu R$ 15 mil para repassar login e senha de acesso ao sistema interno da empresa.
O caso está sob investigação da Polícia Federal, que apura a invasão aos sistemas da C&M Softwares, prestadora de serviços de tecnologia para instituições financeiras.
O crime, ocorrido na última terça-feira (1º), permitiu o desvio de recursos das contas reservas que os bancos mantêm no Banco Central (BC).
De acordo com as autoridades, João seguiu instruções da quadrilha para instalar códigos maliciosos em computadores da C&M, o que permitiu o acesso indevido ao sistema. Os criminosos utilizaram credenciais de clientes da empresa, como logins e senhas, para invadir os sistemas.
O delegado Paulo Eduardo Barbosa afirmou que João confessou sua participação no esquema. No entanto, a defesa alegou que ele foi enganado e não tinha conhecimento do golpe multimilionário. Segundo o advogado Jonas Reis, o programador teria sido manipulado pela quadrilha.
A investigação aponta que o grupo criminoso desviou cerca de R$ 541 milhões de contas reservas da BMP, uma das instituições financeiras afetadas pelo ataque hacker.