Nvidia se torna a primeira empresa a valer US$ 4 tri e lidera entre as mais valiosas

Na manhã desta quarta-feira (9), valor das ações levou a companhia a alcançar R$ 21,8 trilhões; trata-se da primeira companhia da história a atingir esse patamar

Nvidia bate recorde de valor de mercado
BING-JHEN HONG via Getty images

María José Gutierrez Chavez 3 minutos de leitura

Nesta quarta-feira, dia 9, a Nvidia Corporation, gigante dos semicondutores, fez história em Wall Street como a primeira a atingir a marca de US$ 4 trilhões em capitalização de mercado. Ao chegar nesta valor, superou gigantes da tecnologia como Microsoft e Apple.

À agência de notícia AFP, Adam Sarhan, fundador da 50 Park Investments, disse: “A Nvidia é a ação mais forte do mercado atualmente”.

Ainda segundo Sarhan, “o mercado é um reflexo da economia. E os setores mais fortes da economia são, de longe, a tecnologia e a inteligência artificial. É por isso que a Nvidia vale tanto e continua a crescer”.

A Nvidia, principal empresa de design e fornecimento de chips de IA, se beneficiou da demanda do mercado por inteligência artificial generativa e de suas enormes necessidades computacionais, apesar de várias quedas no valor das ações no início deste ano.

No momento da publicação da versão original desta reportagem pela Fast Company EUA, na manhã de quarta-feira, o preço das ações da Nvidia (Nasdaq: NVDA) subia mais 2%, para pouco mais de US$ 163 por ação. As ações subiram quase 15% no último mês.

NVIDIA ALCANÇA MARCO APÓS MARCO

Fundada em 1993, a Nvidia inicialmente se concentrou em unidades de processamento gráfico, com sua tecnologia se diferenciando dos concorrentes devido à sua maior capacidade de renderizar imagens e visuais. Agora, os chips da Nvidia se tornaram essenciais para os esforços de IA das empresas.

A Nvidia fez sua oferta pública inicial (IPO) em janeiro de 1999 por US$ 12 por ação. Seu valor de mercado atingiu a marca de US$ 1 trilhão em junho de 2023. Após o marco, os papéis da Nvidia continuaram a subir, triplicando seu valor de mercado para US$ 3 trilhões, alcançando as da Apple e da Microsoft.

UMA RECUPERAÇÃO RÁPIDA

As ações da Nvidia sofreram no início deste ano devido à incerteza econômica e aos avanços sem precedentes na tecnologia de IA.

Em janeiro passado, a empresa chinesa de IA DeepSeek ganhou notoriedade com um modelo que exigia menos recursos do que os necessários para suas contrapartes americanas, causando uma queda nas ações da Nvidia.

Em abril, cinco dias após o anúncio do Dia da Libertação do presidente americano Donald Trump, as ações da Nvidia caíram para US$ 86,62, devido às preocupações crescentes com a incerteza causada pelas tarifas globais.

PERSPECTIVAS NO HORIZONTE

Em junho, durante a conferência GTC Paris, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, não escondeu o otimismo quando ao futuro da computação quântica. Essa tecnologia, segundo ele, está atingindo um ‘ponto de inflexão’ e poderá, muito em breve, resolver problemas do mundo real, com aplicações previstas para os próximos anos.

O novo posicionamento de Huang significa uma mudança em relação a suas declarações anteriores. Antes, o CEO estimava que a utilidade real da computação quântica só seria alcançada em 15 a 20 anos. A projeção conservadora provocou quedas nas ações do setor, incluindo empresas como Rigetti, IonQ e D-Wave Quantum.

VALOR REPRESENTA ALGUNS PIBS

A capitalização de mercado de US$ 4 trilhões da Nvidia é um valor superior ao Produto Interno Bruto da França, Reino Unido ou Índia. Em 2025, as ações da empresa subiram mais de 20%, enquanto o índice Nasdaq ficou na casa dos 6%.

O novo patamar alcançado pela companhia reflete sinais de confiança dos investidores de que a IA vai estimular uma nova era de robótica e automação, ao aumentar a produtividade e colocar em posição de incerteza os setores tradicionais.

Além disso, a performance da Nvidia é explicada pela recuperação do mercado de ações. A reação tem a ver, em parte, com o alívio após a retirada das tarifas mais pesadas anunciadas pelo presidente Donald Trump, que sacudiram os mercados globais no início de abril.

A Nvidia, é claro, enfrenta os controles de exportação dos Estados Unidos à China. Mas o acordo obtido pela empresa para construir infraestrutura de IA na Arábia Saudita durante uma visita de Estado de Trump, em maio passado, demonstrou que a política comercial do presidente americano também tinha um potencial de alta. Isso porque o governo dos EUA usou os chips da companhia como moeda de troca.

E pode vir mais novidade que venha a impactar (ou já esteja impactando) no valor dos papéis da Nvidia. Segundo reportagem do Financial Times, a companhia pode lançar em setembro um novo chip de inteligência artificial projetado especificamente para a China. (com Fast Company Brasil)



SOBRE A AUTORA

María José Gutierrez Chavez é editora associada da Inc. e da Fast Company. Antes de ingressar na Mansueto Ventures, estagiou no The Bo... saiba mais