ChatGPT no Tinder? Como a inteligência artificial está mudando o flerte online
Entre os principais usos da tecnologia estão personalização dos perfis, mensagens de abertura mais eficazes e simulações de compatibilidade

O uso de ChatGPT e de outras ferramentas de inteligência artificial tem se expandido para os aplicativos de relacionamento, onde usuários recorrem à tecnologia para criar perfis mais atraentes, elaborar respostas estratégicas e até avaliar a compatibilidade com possíveis parceiros. A prática vem se tornando cada vez mais comum, refletindo uma tendência de automação até mesmo nas interações amorosas.
Segundo o estudo "Solteiros na América", conduzido pelo Match Group (dono do Tinder) em parceria com o Kinsey Institute, 26% dos solteiros norte-americanos entrevistados declararam usar IA para melhorar suas experiências em aplicativos de relacionamento – um salto de 333% em comparação ao ano anterior. A pesquisa ouviu cinco mil pessoas, com idades entre 18 e 98 anos, nos EUA.
Entre os principais usos da tecnologia destaca-se a personalização dos perfis, a criação de mensagens de abertura mais eficazes e a simulação de compatibilidade com pretendentes. Segundo os pesquisadores, muitos entrevistados relataram que recorrem à IA para decidir se devem ou não sair com determinada pessoa, tratando o ChatGPT como uma espécie de “guru amoroso” digital.
Embora a ferramenta ofereça respostas rápidas e socialmente calibradas, especialistas apontam que o algoritmo ainda não vivencia emoções humanas. Assim, depender de uma IA para interações tão pessoais pode afetar a autenticidade dos relacionamentos.
A pesquisa também revelou que parte dos usuários sente desconforto ao perceber que a outra pessoa utilizou IA para compor mensagens ou perfis, levantando preocupações éticas sobre transparência e intenção.
Além disso, 42% dos participantes afirmaram que conseguem identificar quando uma conversa foi criada por IA e 37% disseram que isso reduz seu interesse em seguir com o flerte. A pesquisa indica ainda que usuários entre 18 e 34 anos são os que mais recorrem a essas tecnologias, enquanto os mais velhos demonstram maior resistência.
O estudo reforça que, embora o ChatGPT possa oferecer suporte, a construção de vínculos verdadeiros ainda depende da autenticidade emocional.