Por que os empregos femininos estão mais ameaçados pela IA? Veja o que diz a OIT
Tecnologia avança sobre funções administrativas, especialmente ocupadas por mulheres, e pode agravar desigualdades de gênero no mercado de trabalho

A disseminação da inteligência artificial nos ambientes de trabalho tende a afetar de forma desproporcional os empregos tradicionalmente ocupados por mulheres, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência ligada às Nações Unidas.
A análise, divulgada em maio, mostra que 9,6% das funções femininas correm risco de transformação significativa, contra 3,5% dos postos ocupados por homens.
A diferença se deve, geralmente, ao tipo de tarefa mais suscetível à automação. Profissões administrativas e de secretariado, por exemplo, concentram-se historicamente entre as mulheres e estão entre as mais impactadas pelas novas ferramentas de IA generativa, que conseguem executar com rapidez atividades como organização de agendas, resposta a e-mails e geração de relatórios.
No entanto, o relatório destaca que a exposição à IA não significa necessariamente extinção dos empregos, mas sim a possibilidade de que muitas tarefas sejam substituídas ou profundamente modificadas.
“Não se trata da automação total de uma ocupação, mas do potencial para que boa parte das atividades seja realizada por essa tecnologia”, diz o documento.
Além das funções de empregos administrativos, áreas como mídia, finanças e desenvolvimento de software também estão na linha de frente das transformações.
Diante deste cenário, a OIT recomenda que governos, empregadores e trabalhadores atuem de forma colaborativa para garantir que a IA seja usada como instrumento de aumento de produtividade, sem aprofundar as desigualdades existentes no mercado.