X acusa investigadores franceses de motivação política em processo criminal
Disputas judiciais e embates políticos marcam a relação entre plataformas digitais e autoridades europeias

O X do bilionário Elon Musk, contesta investigação criminal iniciada pelas autoridades francesas, negando as acusações de adulteração de dados e extração fraudulenta de informações. A plataforma declarou que não atenderá às exigências do promotor para entrega de dados, alegando que a apuração tem motivações políticas.
A conta oficial da empresa sobre assuntos governamentais globais afirmou que a investigação busca restringir a liberdade de expressão, distorcendo a legislação francesa para servir a interesses políticos.
As autoridades iniciaram o inquérito em janeiro, após denúncias de um parlamentar e de um alto funcionário público, e o caso passou neste mês para uma unidade especial da polícia nacional.
Os promotores investigam supostos crimes relacionados a sistemas automatizados, incluindo adulteração de algoritmos e coleta não autorizada de dados. A França solicitou acesso ao sistema de recomendação do X e às postagens em tempo real, para análise por parte de especialistas externos.
A empresa afirmou desconhecer os detalhes completos das acusações e criticou os dois especialistas nomeados para revisar o algoritmo: David Chavalarias, diretor do Instituto de Sistemas Complexos de Paris (ISC-PIF), e Maziyar Panahi, líder da plataforma de IA do mesmo instituto.
Segundo a empresa, ambos já demonstraram oposição à plataforma e atuaram juntos em projetos de pesquisa considerados hostis ao X.
A plataforma afirmou que manterá um canal seguro de comunicação com as autoridades, com garantias de confidencialidade, mas reafirmou o direito de não ceder às exigências legais, alegando parcialidade e falta de justiça no processo. O X considerou que o envolvimento dos especialistas torna o resultado previsível e politicamente direcionado.
Meta rejeita adesão a código de conduta da UE sobre IA
A Meta recusou-se a aderir ao novo código de práticas voluntárias proposto pela União Europeia, voltado à implementação da Lei de Inteligência Artificial. A empresa classificou as diretrizes como excessivas e juridicamente inseguras para desenvolvedores de modelos de IA.
O código, lançado este mês, visa oferecer orientações para empresas se alinharem à legislação europeia, incluindo exigências de transparência, documentação técnica e respeito a direitos autorais. Organizações que seguirem o código terão mais respaldo jurídico em eventuais disputas legais.
A decisão da Meta acirra a tensão entre big techs norte-americanas e os reguladores da União Europeia, que buscam impor limites ao poder de mercado das plataformas digitais. O impasse expõe as diferentes abordagens entre os blocos sobre o controle e desenvolvimento da Inteligência Artificial.
Ao manter sua posição, a Meta sinaliza que não pretende se comprometer com regras adicionais além das exigências legais formais. X e Meta agora representam frentes distintas no embate entre plataformas e autoridades europeias