Brasil entra no top 4 global em energias renováveis, aponta novo relatório

O país ocupa 4ª posição no mundo em fontes limpas e apresenta uma das eletricidades mais baratas; confira com qual energia

Energia eólica
O relatório aponta que o avanço das renováveis no país está relacionado a leilões públicos com contratos de longo prazo. Créditos:Pixabay.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

O mercado global de energias renováveis manteve a liderança sobre os combustíveis fósseis em 2024, mesmo diante de um cenário geopolítico adverso, marcado por guerras e recuos políticos em países como os Estados Unidos.

De acordo com relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), divulgado na última terça-feira (22), o uso de fontes limpas gerou uma economia global de US$ 467 bilhões (R$ 2,6 trilhões), além de R$ 317 bilhões provenientes de novos projetos executados apenas no último ano.

O Brasil consolidou sua posição como uma das principais potências em energias renováveis, ocupando a quarta colocação no ranking mundial, atrás apenas de China, Estados Unidos e União Europeia. O desempenho brasileiro se destaca não só pelo volume de investimentos e recursos naturais, mas principalmente pela competitividade econômica das fontes utilizadas.

Em 2024, a energia eólica onshore brasileira alcançou o custo de US$ 30 por megawatt-hora (MWh), patamar semelhante ao da China. A energia solar fotovoltaica, por sua vez, registrou custo de US$ 48/MWh. Segundo o relatório, 91% dos projetos renováveis comissionados no mundo apresentaram melhor custo-benefício em comparação com alternativas fósseis.

A IRENA também destacou que a energia solar ficou, em média, 41% mais barata que a fonte fóssil de menor custo, enquanto os projetos eólicos onshore foram 53% menos onerosos. A tendência confirma a vantagem econômica das fontes limpas, impulsionadas por anos de inovação tecnológica, políticas públicas eficientes e crescimento dos mercados.

Diversificação da matriz energética brasileira

A matriz elétrica do Brasil ainda é majoritariamente composta por hidrelétricas, que representam mais de 50% da eletricidade gerada. No entanto, o crescimento das fontes solar e eólica indica um movimento robusto de diversificação.

O relatório aponta que o avanço das renováveis no país está relacionado a leilões públicos com contratos de longo prazo, que oferecem estabilidade aos investidores e reduzem riscos financeiros. Apesar disso, ainda existem desafios, como o desenvolvimento de sistemas de armazenamento e a modernização da rede elétrica nacional.

A IRENA também alerta para a necessidade de marcos regulatórios claros, que garantam previsibilidade e atratividade ao investimento internacional. Em escala global, questões como mudanças geopolíticas, tarifas comerciais e escassez de matérias-primas ainda representam riscos que podem afetar temporariamente os custos das renováveis.

Inovação acelera a transição energética

O relatório destaca avanços tecnológicos que tornam as energias renováveis ainda mais competitivas. Um exemplo é o custo dos sistemas de armazenamento com baterias de lítio, que caiu 93% desde 2010. A expectativa é que um próximo leilão no Brasil impulsione o uso da tecnologia em escala comercial.

Outras inovações incluem sistemas híbridos que integram solar, eólica e armazenamento, além de ferramentas digitais como Inteligência Artificial, utilizadas para otimizar a operação e integração de fontes renováveis variáveis.

O estudo reforça que as energias renováveis seguem como peça central para um sistema energético acessível, limpo e sustentável, colocando o Brasil em posição estratégica para liderar a transição global.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais