Mais que comédia: 6 tipos de líderes que nos inspiram na série Ted Lasso

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Aviso: O texto a seguir contém spoilers da primeira e da segunda temporadas da série “Ted Lasso”, da Apple TV+.

Enquanto o elenco e a equipe de “Ted Lasso” estão no Reino Unido filmando a terceira temporada do seriado, os fãs se distraem com as reprises de seus episódios favoritos e com especulações sobre o que ainda vai acontecer.

A série não apenas transmite lições muito necessárias sobre o poder transformador da bondade e a importância de fazer a coisa certa, mas também carrega lições importantes sobre liderança – sobre os mais diferentes tipos de liderança. Muitos dos personagens principais são líderes à sua maneira, apesar de suas falhas e obstáculos. 

A seguir, detalhamos seis arquétipos de liderança presentes na série:

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TED LASSO: UM LÍDER INSPIRADOR

Como treinador principal, Ted Lasso é o líder mais evidente do programa. Mas, quanto mais aprendemos sobre ele, mais deixamos de enxergá-lo como uma caricatura e mais se revela um personagem complexo, que segue em frente apesar dos desafios. Seu compromisso de tratar os outros com dignidade e respeito, e de fazer o que acredita ser correto, mesmo quando ninguém está vigiando, transforma muitas das pessoas ao seu redor em seres humanos melhores.

Lasso é capaz de se conectar com os outros e inspirá-los a encontrar o melhor em si mesmos. Ajuda Roy Kent (Brett Goldstein) a descobrir potencial como treinado. Ajuda Jamie Tartt (Phil Dunster) a superar sua arrogância e se tornar um jogador que trabalha melhor em equipe. Ajuda até sua própria chefe, Rebecca Welton (Hannah Waddingham), a reencontrar o rumo e abandonar um caminho vingativo. E faz tudo isso enquanto lida com suas próprias desilusões e doença mental. Lasso é o líder que mantém sua visão e esperança, mesmo quando enfrenta obstáculos pessoais que poderiam atrapalhar os outros.

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TREINADOR BEARD: O PODER DOS BASTIDORES

Apenas um tipo muito especial de líder consegue operar à sombra de outra pessoa. Esse é o caso do treinador Beard, que não faz questão de virar os holofotes para si mesmo. Ele está feliz por ser em parte braço direito, em parte conselheiro do técnico. Ao mesmo tempo, conquistou seu lugar como conselheiro de confiança e como bússola moral da equipe. Quando Nathan “Nate” Shelley (Nick Mohammed) abusa de seu poder e trata um dos jogadores de forma injusta, Beard o critica ameaçadoramente por esse comportamento.

Mas não pense que Beard tem em mãos uma tarefa simples: quando Lasso adota o discurso de que “ganhar não é tudo”, seu assistente técnico é quem mantém o pé no chão e lembra que sequências de derrotas podem trazer consequências terríveis para equipes profissionais. Quando o pai de Tartt se mostra violento no vestiário do time depois de uma grande derrota, é Beard quem o controla.

A personalidade silenciosa do treinador também é inabalável, apesar de ele estar em um relacionamento romântico complicado e de enfrentar outros demônios. Após aquela derrota humilhante contra o ex-time de Tartt, o Manchester United, Beard passa uma longa noite encarando sua frustração e seu próprio comportamento autodestrutivo.

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REBECCA WELTON: DETERMINAÇÃO TRANSFORMADORA 

No início da série, a dona da equipe, Rebecca Welton, estava determinada em seu propósito: destruir a todo custo os Richmond Greyhounds – a entidade que seu ex-marido Rupert Mannion (Anthony Head) mais ama. Desde então, vemos o quão comprometida e disciplinada ela pode ser na busca por seus objetivos.

Mas bons líderes também percebem quando seus esforços estão sendo desperdiçados em prioridades erradas. Com a ajuda do trabalho sério de Lasso – e com alguns estímulos eficazes vindos de sua melhor amiga e de seu ex-marido sádico –, Welton começa a perceber seus próprios erros. A cena em que ela confessa isso é praticamente um guia de como pedir desculpas efetivas.Uma habilidade que muitos líderes não conseguem aprender.

Sua história é de liderança e redenção. E sua determinação de fazer a coisa certa depois do pedido de desculpas, por mais difícil que seja, também é exemplificada quando ela termina um relacionamento imprudente com o membro da equipe Sam Obisanya (Toheeb Jimoh).

Durante uma discussão com Keeley Jones (Juno Temple) e Shelley, Welton revela ainda suas lutas internas contra a insegurança, especialmente ao lidar com outros donos de clubes de futebol. Seus conselhos e demonstrações de como “tornar-se grande” são exercícios úteis para qualquer líder que já tenha lutado contra a famigerada síndrome do impostor.

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DRA. SHARON FIELDSTONE: A SÁBIA CONSELHEIRA

Dependendo da interação que alguém tem com ela, há algo ao mesmo tempo inquietante e reconfortante no jeito da psicóloga da equipe, Sharon Fieldstone (Sarah Niles). Ela se sente confortável com o silêncio, o que muitas vezes estimula seus colegas a falar demais, fornecendo as informações de que precisa para fazer o seu trabalho. É uma conselheira sábia, ajudando jogadores como Dani Rojas (Cristo Fernández) e Colin Hughes (Billy Harris) a superar  obstáculos e inseguranças pessoais para alcançar o melhor desempenho. Ao mesmo tempo, está disposta a sair para tomar uma cerveja com o time depois de uma vitória importante.

Fieldstone está segura de que tem talento. Mas, ao mesmo tempo, lida com seus próprios medos e peculiaridades. Em vez de conseguir se despedir propriamente das pessoas, prefere “dar um perdido”. Sua natureza fechada torna difícil para ela se revelar vulnerável. Há indícios de que pode ter uma relação complicada com o álcool. Também é uma figura importante para combater o estigma sobre procurar a ajuda de um profissional da saúde mental, quando necessário.

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 ROY KENT: UM OGRO COM CORAÇÃO DE OURO

Alguns líderes podem parecer rudes e insensíveis à primeira vista, mas, para quem os conhece, a história é outra. A sinceridade sem meias palavras de Roy Kent pode parecer bruta no começo, mas geralmente está voltada para o bem-estar dos outros. E Kent tem um lado profundamente solidário. Em pleno Natal, ele procura por um dentista em seu bairro chique para que tratar da halitose de sua amada sobrinha.

Quando o capitão da equipe, Isaac McAdoo (Kola Bokinni), passa por uma fase difícil, Kent o leva para o campo em que jogava quando criança, para ajudá-lo a reacender o amor pelo esporte. Após momentos de tensão no vestiário envolvendo o pai abusivo de Tartt, ele conforta o rival, enquanto os outros hesitam em fazê-lo.

Kent é também um exemplo de como crescer como líder. Pegando emprestada a frase da falecida poeta Maya Angelou, “faça o melhor que puder, até saber mais”. Os momentos de insight do personagem – quando percebe que está interpretando mal seu relacionamento, por exemplo, ou que quer realmente ser um treinador – geralmente são pontuados pelos palavrões característicos, antes de seguir em frente para consertar as coisas. Em suma, ele mostra aos líderes como aprender com seus erros.

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KEELEY JONES: ENERGIA E ATENÇÃO AOS DETALHES

Outra líder que passa por uma mudança dramática desde o início da série até o final da segunda temporada é Keeley Jones – de subcelebridade fútil a um talento das relações públicas. A progressão do personagem é proporcional à sua capacidade de acreditar em si mesma e abraçar seu valor. Sua vontade de assumir um papel de destaque no clube de Richmond – e de se destacar nisso – a leva a receber uma oferta para financiar sua própria empresa de relações públicas. Mesmo quando seu novo amor, Kent, lhe oferece a viagem de sua vida, o que entra em conflito com suas prioridades mais imediatas, ela continua focada em seus objetivos.

Jones ainda tem inseguranças, que ela confessa a Kent antes de uma sessão de fotos para uma matéria celebrando seu sucesso, mas segue em frente, apesar de estar com medo. Também valoriza muito os relacionamentos. Seu vínculo com Welton e com outros personagens é forte e ela se esforça para conhecer as necessidades, os desejos e as preferências de seus clientes e contatos, para que possa executar melhor seu próprio trabalho. Essa atenção aos detalhes é uma das características que a torna uma líder eficaz.


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