Consumidor espera impacto positivo das marcas, mas poucas entregam
Empresas americanas que conseguem se adaptar, se comunicar com clareza e construir confiança com seus clientes estão bem posicionadas para passar por dificuldades na economia e liderar
Esteja você sentado à sua mesa no trabalho ou fazendo compras no supermercado, você pode sentir: a sensação compartilhada de incerteza no ar. Os indicadores econômicos nos Estados Unidos estão mudando. Tarifas impactaram os fluxos comerciais e especialistas preveem que a taxa de crescimento americana pode ser reduzida pela metade. Combinado com a ampla instabilidade geopolítica, essa sensação de inquietação econômica fez o sentimento do consumidor cair para o segundo menor nível desde 1952.
.
CONSTRUÇÃO DE CONFIANÇA
Neste clima desafiador, até mesmo gigantes do setor como Target, Walmart e Apple estão prevendo quedas nos lucros e nas vendas. No entanto, a história mostra que períodos de incerteza frequentemente estimulam inovação e resiliência.
Marcas que conseguem se adaptar, se comunicar com clareza e construir confiança com seus clientes estão bem posicionadas não apenas para perseverar, mas também para liderar.
Então, o que os líderes empresariais que enfrentam essa turbulência podem fazer para perseverar? Retorne à bússola que sempre aponta para o caminho do crescimento: entregar para o consumidor.
Comparecer consistentemente, adaptar-se com propósito e se tornar o coração constante no mundo cada vez mais caótico de seus clientes.
TEMPOS DE INCERTEZA
Como contraponto a todas as más notícias, marcas resilientes podem se tornar uma fonte de força e segurança ao compreender seus consumidores e gerar impacto positivo.
Em tempos de incerteza, as marcas podem melhorar o dia a dia de seus clientes, trazendo momentos de alegria e significado para suas vidas. Além disso, elas também podem aprofundar essas conexões com os consumidores, demonstrando alinhamento com os valores e aspirações dos consumidores para o futuro.
Uma nova pesquisa corrobora este chamado à ação: 86% dos consumidores afirmam que as marcas desempenham um papel importante na construção de um futuro humano positivo. Mas apenas 15% das empresas estão investindo ativamente em esforços alinhados a esse propósito, uma lacuna que diz muito.
Os consumidores estão bastante dispostos a recompensar marcas que consideram positivas e transformadoras. Eles são quase três vezes mais propensos a pagar mais, experimentar novos produtos e serviços e até mesmo perdoar erros de marcas que acreditam estar contribuindo para um mundo melhor.
Isso é especialmente verdadeiro entre os consumidores da Geração Z e as gerações mais jovens, que priorizam marcas que se alinham com seus princípios éticos e sociais.
Então, o que realmente significa entregar um "futuro humano positivo" e como as marcas podem demonstrar o comprometimento que os consumidores buscam? Isso não significa que você precisa resolver todos os problemas globais. Você só precisa mostrar aos consumidores que entende os desafios deles e responde de maneiras alinhadas aos seus valores.
Quando uma única manchete pode abalar mercados e comunidades, os consumidores buscam algo estável em que se apoiar. As marcas têm a oportunidade de se manterem fortes.
PENSE GRANDE COM PEQUENOS GESTOS
Para as marcas, isso não exige uma reformulação completa da estratégia de negócios ou novos investimentos significativos.
Pode começar com um desafio simples: como você pode se apresentar de maneiras pequenas e significativas para alegrar o dia dos consumidores e dar a eles algo pelo qual ansiar?
Os consumidores de hoje buscam mais do que transações. Eles querem relacionamentos. Quase 50% dos consumidores americanos estão dispostos a pagar mais por marcas que entendem e respondem às suas necessidades — marcas que ouvem, aprendem e usam o que ouvem para proporcionar experiências incríveis.
Existem várias ações que as marcas podem tomar, começando com a escuta ativa e a confiabilidade. Ao usar os insights dos clientes para entender o que é mais importante, as marcas podem refletir essas prioridades em suas mensagens e ofertas e, em seguida, comunicá-las de forma regular e consistente. Isso requer diálogo contínuo e capacidade de resposta genuína ao feedback do cliente e às necessidades em constante mudança.
Ao garantir que os consumidores se sintam vistos e ouvidos, as marcas não apenas construirão uma base de clientes, mas também uma comunidade. Esse alinhamento se torna particularmente poderoso quando as pressões econômicas aumentam e os consumidores estão fazendo escolhas mais conscientes sobre onde gastar seu dinheiro.
Acima de tudo, são esses pequenos momentos de alegria que farão toda a diferença. Experiências positivas não exigem orçamentos enormes, mas exigem intencionalidade. Seja uma excelência inesperada no atendimento ao cliente, iniciativas de construção de comunidade ou simplesmente uma comunicação consistente e confiável. Esses momentos se transformam em relacionamentos duradouros.
CONSTRUÇÃO DE MARCAS RESILIENTES
As empresas que enfrentam dificuldades em tempos voláteis geralmente compartilham características comuns. Tornam-se reativas em vez de proativas, concentram-se internamente em vez de nas necessidades do cliente ou param de inovar para evitar riscos.
É mais importante estar presente para os clientes em tempos de turbulência do que quando as águas estão calmas. Cada interação se torna uma oportunidade para construir confiança. Cada decisão sobre um produto se torna uma chance de demonstrar alinhamento de valores. Cada comunicação se torna um momento para fornecer clareza e segurança.
Em um mundo onde as manchetes mudam a cada hora, as marcas podem emergir como um farol constante.
As marcas que prosperam não são necessariamente as maiores ou as mais chamativas, mas aquelas que priorizam a conexão real com seus consumidores. Aqueles que conseguem gerar impacto no seu dia a dia e no mundo em que vivem.
Quando os bolsos apertam, as marcas que constroem relacionamentos reais, despertam alegria na incerteza e apoiam um futuro humano positivo construirão o tipo de fidelidade do consumidor que rende dividendos nos momentos bons e ruins. (Por Chris Fosdick, chefe dos EUA na PA Consulting)
