Quer que seus filhos usem menos celular? Comece por você, diz Mel Robbins
Autora dá dicas para encontrar o equilíbrio entre a vida real e o mundo digital

Se você vive pedindo para seus filhos largarem o celular – e se pergunta como reduzir o tempo de tela que parece não ter fim –, saiba que não está sozinho. Pais no mundo todo enfrentam o mesmo problema, incluindo a escritora best-seller, palestrante motivacional e mãe de três filhos, Mel Robbins.
Autora de “Deixa pra lá: A Teoria Let Them” – filosofia que propõe deixar as pessoas fazerem o que querem, sem deixar que isso afete você –, Robbins se uniu à operadora de telefonia móvel Verizon para compartilhar estratégias práticas, baseadas em pesquisas, que ajudam famílias a lidar melhor com o mundo digital.
Na semana passada, em Nova York, ela participou da iniciativa de bem-estar digital promovida pela empresa, que oferece oficinas e recursos para incentivar o uso seguro da tecnologia. No evento, Robbins compartilhou dicas para que pais e filhos encontrem um “equilíbrio entre a vida e o celular”.
“Celulares são incríveis. São uma ferramenta poderosa para se conectar, aprender e se expressar”, disse ela a uma plateia de 300 pessoas. “Mas o verdadeiro desafio é equilibrar o uso consciente com aqueles momentos em que você, sem perceber, está apenas abrindo mão do seu tempo e da sua atenção.”
A seguir, separamos as principais dicas de Robbins.
COMECE POR VOCÊ
Antes de cobrar seus filhos, ele orienta os pais a observarem os próprios hábitos. O objetivo é refletir sobre quanto tempo você mesmo passa no celular em casa – e por quais motivos.
“Você não pode exigir que seus filhos tenham equilíbrio se você mesmo não está dando o exemplo”, diz Robbins.
Adotar hábitos mais saudáveis influencia todo o ambiente familiar. Procure evitar pegar o celular por impulso e tente mantê-lo fora do alcance quando não estiver trabalhando.
SEJA CURIOSO, NÃO CONTROLADOR
Em vez de querer fiscalizar cada minuto de uso, Robbins sugere olhar para o que o celular realmente significa para seus filhos.
Olhe para o que o celular realmente significa para seus filhos
Ela conta que mudou seu pensamento quando deixou de enxergar o aparelho apenas como um dispositivo de tecnologia e passou a vê-lo como um “amigo” dos filhos.
“Olhamos para o celular e vemos apenas perda de tempo, mas, para o seu filho, aquilo é um amigo”, diz Robbins. “Biologicamente, é normal que os jovens queiram estar com os amigos.”
DEIXE ELES CONDUZIREM A CONVERSA
É aqui que entra a teoria Let Them. Para entender por que seus filhos passam tanto tempo no celular, Robbins sugere abrir espaço para um diálogo aberto e saudável sobre seus hábitos.
Se seu filho acorda cansado depois de uma noite trocando mensagens, por exemplo, não tire o aparelho imediatamente. Pergunte por que é tão importante ficar online até tarde. Talvez ele revele que sofre pressão do grupo ou que tem medo de ser excluído.
“Assim, a conversa deixa de ser uma briga sobre o aparelho e passa a ser um diálogo saudável sobre o que está por trás daquele comportamento”, explica Robbins.
DUAS REGRAS SIMPLES PARA O DIA A DIA
A autora também recomenda duas mudanças nas regras da casa – tanto para pais quanto para filhos.
Primeiro: nada de celular na cama. Pesquisas mostram que um em cada quatro pré-adolescentes dorme com o aparelho ao lado, o que prejudica o sono. Se possível, deixe o celular carregando em outro cômodo.
“Seus filhos podem reclamar. E tudo bem. Deixe que reclamem”, diz ela. Em duas semanas, pode ser que ainda continuem resmungando, mas estarão mais descansados.
Segundo: nada de celular à mesa – o que significa manter o aparelho longe, não apenas com a tela virada para baixo.
“Isso transforma as refeições em momentos reais de conexão”, garante.
Ela lembra que assumir o papel de “vilão” pode até ajudar: muitas vezes, filhos se sentem aliviados por poder culpar os pais quando amigos perguntam por que não estão online.
TORNE O GRUPO DA FAMÍLIA MAIS DIVERTIDO
Equilíbrio não é só passar menos tempo no celular – é também usá-lo de forma positiva.
Se a sua família já tem um grupo no WhatsApp só para assuntos práticos, Robbins sugere dar a ele mais leveza, tornando-o mais divertido: envie memes, GIFs e figurinhas engraçadas. Não espere resposta imediata, mas saiba que seus filhos vão gostar.
“O celular é uma ferramenta incrível para manter contato com as pessoas”, conclui a autora. “Há momentos em que o mais importante está naquela tela. Mas, muitas vezes, a pessoa sentada bem na sua frente é o que realmente importa.”