Criptografia no ChatGPT? Sam Altman explica próximos passos

OpenAI revela detalhes de como a criptografia pode transformar a experiência do usuário

Criptografia
Sam Altman defende a proteção dos dados fornecidos pelos usuários ao ChatGPT. Crédito: Freepik.com

Gabriel Nassif 2 minutos de leitura

O CEO da OpenAI, Sam Altman, revelou que a empresa estuda adicionar criptografia ao ChatGPT. A ideia é começar pelos chats temporários, aqueles que não ficam registrados no histórico.

Segundo reportagem da Axios, o movimento acontece porque muita gente usa a ferramenta para tratar de questões delicadas, como problemas médicos ou dúvidas jurídicas, como revelou uma pesquisa realizada pela Talk Inc.

Na prática, como hoje essas conversas não têm a mesma proteção legal de uma consulta com um profissional da área, isso pode se tornar um problema no futuro.

Altman comentou sobre o tema durante um jantar com jornalistas, realizado na última quinta-feira, quando afirmou que a criptografia na plataforma virou prioridade dentro da empresa. Porém, ele deixou claro que não existe prazo para a mudança.

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Como funciona?

Nos chats temporários, as conversas não entram no treinamento dos modelos atuais e ficam guardadas por até 30 dias, por segurança.

Mas o caminho não é simples. Diferente de aplicativos de mensagem, em que só os usuários têm acesso ao conteúdo, no caso dos chatbots o próprio provedor faz parte da conversa. Isso dificulta a implementação da chamada criptografia de ponta a ponta.

Inovações na criptografia

A Apple passou por uma situação parecida ao desenvolver o recurso Private Cloud Compute para o Apple Intelligence. A solução permite processar consultas em servidores da própria empresa sem compartilhar os dados internamente.

No ChatGPT, a criptografia completa também esbarra em funções como a memória de longo prazo, que dependem do acesso contínuo aos dados do usuário.

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Mesmo com os desafios, Altman defende uma proteção maior contra pedidos de acesso por parte de governos. Ele argumenta que, se a Inteligência Artificial (IA) já é usada para dar respostas médicas e jurídicas, deveria oferecer as mesmas garantias de sigilo de um profissional licenciado.

Segundo o executivo, o número de solicitações oficiais ainda é baixo, mas têm crescido. Para ele, basta um caso de maior repercussão para acelerar o debate.

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Qual a conclusão?

Altman admitiu que o assunto não estava no radar no início. A preocupação só surgiu quando ele percebeu a quantidade de informações íntimas que as pessoas compartilham com a plataforma. Nas palavras dele, a confidencialidade pode se tornar um privilégio essencial na era da IA.


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Jornalista, com experiência em produção de matérias e conteúdos multiplataforma. Atuou em veículos independentes e comunitários, além ... saiba mais