Dificuldade de foco? Saiba se você tem “cérebro de pipoca” e como lidar

Especialistas explicam como práticas simples ajudam a escapar do “cérebro de pipoca” e recuperar foco e bem-estar

Jovem utilizando as redes sociais
Estudo comprova que 67,5% dos brasileiros utilizam a internet para assistir vídeos. Crédito: Freepik

Gabriel Nassif 2 minutos de leitura

Sente dificuldade em se concentrar e manter o foco em uma determinada tarefa ou pensamento? Isso pode ser o que ficou conhecido como o fenômeno do “cérebro de pipoca", que tem crescido entre usuários cronicamente online, expostos a um fluxo massivo de informações.

Segundo o relatório Data Never Sleeps 12.0, a cada minuto mais de 138 milhões de vídeos são reproduzidos em plataformas como Instagram e Facebook.

A médica de Harvard, Aditi Nerurkar, explica em seu livro "The 5 Resets" que o hábito de estar constantemente exposto a informações impede o cérebro de desacelerar, prejudica a concentração e eleva os níveis de estresse, causando o que ficou conhecido como "cérebro de pipoca".

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O que é o “cérebro de pipoca”?

O termo foi criado pelo pesquisador David Levy em 2011 e descreve o hábito constantemente de checar as redes sociais. Embora não seja um diagnóstico clínico, esse fenômeno já é considerado pelos especialistas como um problema cultural crescente.

No Brasil, segundo a pesquisa “We Are Social - Digital 2024: Brasil” da Flagr, a população passa em média mais de 9 horas por dia online. Essa rotina se reflete em queda de produtividade no trabalho, dificuldades de memória e maiores níveis de ansiedade.

Para quebrar esse ciclo, entenda algumas práticas simples que podem ser incorporadas ao cotidiano:

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1. Limitar o tempo de redes sociais

Especialistas recomendam reservar até 20 minutos, duas vezes ao dia, para navegar nas redes. No transporte público, substituir parte desse tempo por ouvir música, podcasts ou ler um livro curto pode ajudar a concentração e a criatividade.

2. Desativar notificações automáticas

Silenciar alertas reduz a tentação de checar o celular a cada vibração. No Brasil, muitos trabalhadores já adotam essa prática durante o expediente para manter a concentração.

3. Manter distância do celular

Deixar o aparelho fora do alcance durante estudos ou trabalho favorece o foco. Em casa, procure guardar o celular no jantar ou em conversas familiares. Isso contribui para maior interação social.

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4. Evitar o uso do celular na cama

Especialistas recomendam retirar o celular do quarto para melhorar a qualidade do sono. Como isso pode ser difícil, uma alternativa é evitar o uso do aparelho após deitar.

5. Criar alternativas offline

Nos momentos de ócio, trocar o celular por atividades rápidas, como caminhar, se alongar ou escrever ajuda a reduzir a dependência digital. Além disso, para quem trabalha de forma presencial, conversar com colegas pode ser uma alternativa.

Reprogramar a mente para escapar do “cérebro de pipoca” exige esforço, mas os benefícios são claros. Segundo Nerurkar, reduzir o estresse e recuperar o foco traz mais qualidade de vida, tanto no trabalho quanto nas relações pessoais.


SOBRE O AUTOR

Jornalista, com experiência em produção de matérias e conteúdos multiplataforma. Atuou em veículos independentes e comunitários, além ... saiba mais