Jornais japoneses acusam Perplexity de explorar conteúdo sem pagar; veja detalhes
A Perplexity enfrenta processo no Japão por uso indevido de artigos jornalísticos

A disputa entre editoras de jornais e plataformas de Perplexity ganhou força no Japão. Duas das principais empresas de mídia do país, Asahi Shimbun e Nikkei, moveram uma ação judicial contra a startup americana no Tribunal Distrital de Tóquio.
Segundo reportagem da Bloomberg, as editoras alegam que o mecanismo de busca do chatbot utiliza artigos sem autorização para responder a usuários. O processo pede uma liminar para impedir a reprodução de textos, a exclusão do material já armazenado e o pagamento de US$ 14,9 milhões para cada empresa.
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No início de agosto, o Yomiuri Shimbun, maior jornal em circulação no Japão, também entrou com ação contra a startup. O veículo listou 119.467 artigos usados sem permissão e cobra US$ 15 milhões em indenização.
Uso de acervos sem autorização
Segundo as empresas, a coleta de dados começou em junho de 2024, com informações replicadas em smartphones e computadores. Ambas configuraram o arquivo “robots.txt” em seus sites para proibir a extração de textos, mas, de acordo com o processo, o sistema ignorou os alertas.
A legislação japonesa permite o uso de material protegido para treinamento de modelos de Inteligência Artificial, mas não autoriza a reprodução em massa ou a redistribuição de cópias.
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Preocupação com fake news
Asahi e Nikkei também acusam a startup de apresentar informações falsas atribuídas a seus jornais. Segundo a ação, o chatbot citava os nomes das editoras como fontes, mesmo em respostas com dados divergentes, o que violaria a Lei de Prevenção da Concorrência Desleal.
A Associação de Editores e Editores de Jornais do Japão reforçou a crítica em carta aberta, pedindo que empresas de tecnologia interrompam práticas de scraping. A entidade afirmou que a diminuição do jornalismo de qualidade pode comprometer o direito do público à informação e enfraquecer a democracia.
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Caso semelhante no Brasil
No Brasil, a Folha de S.Paulo processou a OpenAI, dona do ChatGPT, por usar reportagens, inclusive de acesso restrito a assinantes, sem permissão e sem compensação financeira.
Após a repercussão internacional, a Perplexity anunciou a criação de um fundo milionário para veículos de imprensa. O programa prevê pagamentos a empresas jornalísticas sempre que seus conteúdos forem utilizados pelo buscador ou pelo assistente de Inteligência Artificial da startup.