Inteligência Artificial desperta mais desconfiança entre mulheres, diz estudo
Pesquisa revela diferenças significativas entre gêneros e países na percepção sobre o futuro e a Inteligência Artificial

O avanço tecnológico e a mudança social moldam percepções sobre o futuro. Um levantamento recente revela que, embora haja otimismo geral, existem diferenças significativas entre gêneros e na confiança em tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial.
O Allianz Pulse 2025 ouviu 6.000 pessoas nas seis maiores economias da Europa, Alemanha, França, Itália, Espanha, Polônia e Áustria para avaliar perspectivas futuras, políticas públicas e o impacto da tecnologia.
Segundo a Allianz Research, as respostas mostram divisões claras sobre o avanço da Inteligência Artificial e questões de gênero.
Tendências de otimismo e pessimismo
Pela primeira vez em sete anos, o pessimismo em relação ao futuro diminuiu, caindo de -23% para -8,3%. A Alemanha registrou a maior queda, de 17 pontos percentuais. Apesar disso, as mulheres se mostraram, em média, 11,8 pontos percentuais mais pessimistas que os homens.
A diferença está ligada a barreiras estruturais persistentes, como a disparidade salarial média de 12% na União Europeia.
Desconfiança e preocupações sobre a Inteligência Artificial
Metade dos entrevistados na Europa demonstra visão negativa sobre a Inteligência Artificial, com destaque para Alemanha (58%), Áustria (57%) e França (53%). Espanha (40%) e Polônia (45%) apresentam menor resistência.
Embora muitos reconheçam o potencial da tecnologia em setores como saúde e transporte, preocupações incluem impacto no mercado de trabalho e na privacidade.
Cerca de 54% enxergam efeitos econômicos da automação de forma negativa, 15% de forma positiva e 31% de maneira neutra. Há também receio de uso indevido de dados e aumento da desigualdade social.
Sustentabilidade e Geração Z
O estudo indica aumento no interesse por produtos sustentáveis, com consumidores dispostos a pagar mais subindo de 10,9% em 2024 para 17,5% em 2025. A Geração Z lidera essa tendência, com 23,4% aceitando aumentos de preços superiores a 10%, contra 10,3% dos Baby Boomers.
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Geopolítica e polarização
O apoio a uma aliança com a China cresceu para 24,1%, superando os EUA (15,1%). Antes das eleições americanas, a preferência por parceria chinesa era de apenas 7,9%.
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Desigualdade social (33%) e mudanças demográficas (26%) aparecem como principais causas da polarização política, superando desinformação. Gerações mais jovens em países com menor crescimento do PIB per capita tendem a apoiar partidos de direita.
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Metodologia da pesquisa
A Allianz Pulse 2025 incluiu 6.119 participantes, com amostragem representativa por sexo, idade e escolaridade. O levantamento sobre da percepção sobre o futuro e a Inteligência Artificial foi realizado online entre 7 e 30 de maio de 2025, garantindo consistência com estatísticas oficiais da população adulta nos seis países analisados.