Mais eficiência, menos fricção: Starbucks testa IA para controle de estoque
Sistema de inventário automatizado promete economizar tempo e evitar a falta de ingredientes

Qualquer um que tenha pisado em uma cafeteria Starbucks nos EUA nos últimos anos deve ter notado que os funcionários parecem mais cansados. Com os cortes de pessoal, a pressão aumentou e a experiência acabou piorando tanto para clientes quanto para baristas – os seis trimestres consecutivos de queda nas vendas refletem bem essa realidade.
Agora, sob o comando do CEO Brian Niccol, nomeado no ano passado, a rede aposta em uma guinada. E os primeiros resultados já apareceram: a Starbucks registrou a melhor semana de vendas de sua história.
Grande parte do plano de Niccol envolve reforçar as equipes nas lojas e, ao mesmo tempo, tornar as rotinas menos pesadas. O exemplo mais recente foi a adoção de uma ferramenta de inteligência artificial que promete economizar dezenas de milhares de horas semanais ao automatizar o controle de estoque.
O NOVO SISTEMA DE CONTROLE DE ESTOQUE DA STARBUCKS
Até hoje, esse processo era manual. Em média, duas vezes por semana, um funcionário gastava cerca de uma hora checando os estoques de leite, xaropes e outros insumos e anotando tudo em papel para que os pedidos de reposição fossem feitos.
Com a nova solução, desenvolvida em parceria com a NomadGo, esse trabalho praticamente desaparece. Em vez de contar item por item, basta apontar um tablet para as prateleiras: a visão computacional 3D com IA identifica os produtos e os destaca na tela.
E quanto à precisão? Contar itens é justamente o tipo de tarefa em que a inteligência artificial já se sai bem. O fato de os estoques da Starbucks seguirem padrões bastante previsíveis facilita ainda mais.
Nos primeiros testes, o tempo caiu de cerca de uma hora para apenas 10 a 15 minutos. Apesar de, no vídeo de demonstração, uma garrafa ter passado batida, a NomadGo afirma que a taxa de acerto ultrapassa 99%.
A Starbucks não é a primeira empresa a usar tablets com visão computacional para controle de estoque. O Walmart, por exemplo, já usa realidade aumentada para ajudar funcionários a localizar produtos. Mas, em uma rede do tamanho da Starbucks, o impacto tende a ser bem maior.
Se os testes se confirmarem, cada loja na América do Norte poderá economizar cerca de 45 minutos de trabalho, duas vezes por semana, em suas 11 mil unidades. Isso significa 16,5 mil horas poupadas a cada semana. A empresa garante que essa eficiência não será usada para reduzir equipes e que o objetivo é melhorar a experiência dos clientes.
Parte desse tempo, inclusive, será usado para aumentar a frequência dos inventários – possivelmente todos os dias, segundo a Starbucks. Ainda assim, cada loja deve economizar quase uma hora por semana e garantir que itens de alto consumo, como os cafés gelados com espuma proteica, não faltem no cardápio.