Exército dos Estados Unidos aposta em IA para ganhar guerras; entenda como

A tecnologia promete mudar a forma como soldados identificam ameaças e tomam decisões em cenários de guerra

Mão de soldado em cima de bandeira dos EUA
O Exército iniciou a implementação da ferramenta em unidades de infantaria e cavalaria. Créditos:Freepik.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

No início deste mês, o Exército dos Estados Unidos fechou um contrato de US$ 98,9 milhões (R$ 553 milhões) com a startup TurbineOne, de São Francisco, para levar Inteligência Artificial (IA) a soldados em combate.

De acordo com o The Wall Street Journal, a tecnologia promete acelerar em até 25 vezes a análise de dados, oferecendo vantagem em cenários marcados por drones e bloqueios de comunicação.

O software da TurbineOne roda em notebooks, smartphones e drones, permitindo que cada soldado identifique ameaças, como lançamentos de drones inimigos ou tropas ocultas, sem depender de analistas remotos.

A diferença central está no processamento local, dispensando conexão com a nuvem. Essa característica torna o sistema essencial em guerras que utilizam bloqueadores de sinal, como o conflito entre Rússia e Ucrânia.

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Velocidade como arma

Andrew Evans, diretor de estratégia e transformação do Exército, afirmou ao WSJ que o objetivo é processar dados entre dez e 25 vezes mais rápido que adversários.

A plataforma reduz tarefas que levavam 20 horas para 20 segundos. A IA analisa imagens de satélite, sinais de rádio, radares e sensores infravermelhos, auxiliando na detecção de drones e identificação de tanques e armas.

Fundada há quatro anos, a TurbineOne surgiu fora do círculo tradicional de fornecedores do Pentágono. A empresa é liderada por Ian Kalin, ex-oficial da Marinha que se tornou investidor em tecnologia.

A companhia já levantou US$ 57 milhões (R$ 311 milhões) em capital de risco e atingiu avaliação de mercado de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão). Seus sistemas foram testados em operações na Europa, no Pacífico e na fronteira norte dos EUA.

Modernização e próximos passos

O contrato segue diretriz do secretário de Defesa, Pete Hegseth, que pressiona as Forças Armadas a adotarem softwares comerciais e tecnologias mais acessíveis.

O Exército iniciou a implementação da ferramenta em unidades de infantaria e cavalaria, com testes práticos e feedback dos soldados antes da adoção em larga escala.

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A guerra da Ucrânia reforçou a importância do processamento local em cenários de apagão de comunicações. Além disso, a TurbineOne já explora o uso da IA para coordenar enxames de drones autônomos, apontados como tendência no futuro militar.

O Exército dos EUA vê na tecnologia da Inteligência Artificial um eixo estratégico para garantir superioridade no campo de batalha.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais