8 hábitos comprovados pela neurociência para fortalecer o cérebro
Jamie Wood, no Innovation Festival 2025, mostrou como treinar o cérebro para ter mais foco, memória e resiliência no dia a dia

A mente não é estática. Ela se reorganiza o tempo todo em resposta ao ambiente – e precisa de treino para se tornar mais resiliente. Essa foi a mensagem da neurocientista e empreendedora Jamie Wood, fundadora da Autonomic Technologies, durante um workshop no Fast Company Innovation Festival 2025, em Nova York.
“O mundo é dinâmico, não estático. Nosso cérebro precisa aprender a se adaptar”, disse. A seguir, os principais hábitos apontados por ela para fortalecer o cérebro no dia a dia.
1. Treine o cérebro com microdoses de estresse
Resiliência se constrói aos poucos. Pequenas doses de desconforto, seguidas de recuperação, fortalecem o sistema nervoso. “Resiliência vem de submeter o corpo a pequenos estresses e depois permitir que ele se recupere”, explicou Wood. Um exemplo simples é terminar o banho com 30 segundos de água fria, sempre controlando a respiração.
2. Aprenda a relaxar
Não basta se esforçar é preciso ensinar o cérebro a desligar. Técnicas rápidas, como deitar com as pernas na parede por 10 minutos, ajudam a acalmar o sistema nervoso e reduzir a ruminação. “Muita gente não sabe simplesmente relaxar. Mas aprender a acalmar o sistema nervoso é fundamental para fortalecer o cérebro”, destacou.

3. Proteja a manhã das distrações
Logo cedo, o cérebro atinge seu maior pico de energia em média, nas primeiras duas a três horas depois de acordar. Esse é o período ideal para tarefas complexas e que exigem foco. “É quando deveríamos fazer nossas tarefas mais difíceis, mas muitas vezes gastamos esse tempo com redes sociais”, alertou.
4. Evite o doomscrolling
Consumir informação em excesso compromete foco, memória e até intuição. Nossa memória de trabalho só consegue lidar com três ou quatro elementos de cada vez. “Em média, levamos 23 minutos para recuperar o foco depois de uma distração”, disse. Para Wood, a solução está em limitar os inputs: menos notificações, menos feeds infinitos.
5. Abandone o multitasking
Tentar fazer várias coisas ao mesmo tempo não é sinal de produtividade. O cérebro não processa tarefas complexas em paralelo: ele troca de uma para outra, perdendo energia a cada mudança. Resultado: mais cansaço e menos qualidade.

6. Entenda por que o cérebro trava
Depois de muitas pequenas tarefas, a noradrenalina se acumula e o cérebro atinge o limite de esforço. Ele “desliga” para se proteger. Essa exaustão não significa falta de disciplina, mas um mecanismo natural de defesa.
7. Técnicas para destravar
Quando isso acontece, é hora de reduzir a carga do sistema. Wood sugere seis minutos de respiração profunda, uma caminhada curta, rir em grupo ou beber de meio a um litro de água de uma vez. “São formas simples de dar um reset no sistema e liberar espaço para o cérebro continuar focado”, explicou.
8. Escolha um hábito-base
A enxurrada de modas de bem-estar pode gerar ansiedade. Em vez de tentar tudo, a recomendação é começar pequeno. “Não é sobre fazer tudo que estão dizendo para você fazer. É sobre encontrar um hábito que você consegue manter de forma consistente e que puxa os outros junto”, disse.
Para Jamie Wood, o recado que precisa ficar é: o cérebro precisa ser educado. Não só em laboratórios, mas no dia a dia. “Se ensinássemos saúde da mente nas escolas, como fazemos com leitura e matemática, teríamos gerações muito mais preparadas para lidar com o mundo”, concluiu.