Empréstimo ou financiamento: você sabe qual é a diferença na hora de pedir dinheiro?

Entenda os critérios para cada tipo de produto financeiro, segundo a sua necessidade, antes de começar a pesquisar

Empréstimo ou financiamento: você sabe qual é a diferença?
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Paula Pacheco 3 minutos de leitura

Na hora em que você precisa de dinheiro, qual é a primeira palavra que vem à mente: empréstimo ou financiamento? A confusão entre os termos é comum. Tanto que, recentemente, o Banco Central (BC), que tem investido em conteúdos educacionais em seu site e redes sociais, publicou uma explicação sobre o assunto.

EMPRÉSTIMO OU FINANCIAMENTO?

Tanto a pessoa física quanto as empresas podem contratar empréstimos e financiamentos junto a bancos e outras instituições financeiras. No acordo, o ponto de partida é: quem tem o recurso aprovado assume o compromisso de quitá-lo de acordo com o prazo e os juros pactuados.

O QUE DEFINE O EMPRÉSTIMO

Na prática, a diferença é que, no caso do empréstimo, a pessoa física ou pessoa jurídica contrata a operação sem ter de especificar como vai usar o dinheiro. Ou seja, para o agente financeiro, não importa qual é o objetivo: pode ser para uma viagem, para pagar uma dívida ou repaginar a casa.

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Entre os tipos de empréstimo estão o pessoal, com garantia, consignado, cheque especial e a antecipação do FGTS.

Também não há uma regra sobre ter de oferecer uma garantia em troca dos recursos. Por conta do risco maior para quem concede o empréstimo, os juros e taxas costumam ser mais elevados.

Veja um ponto a ponto as principais características dos empréstimos, de acordo com o BC:

- Valor do crédito: também há a possibilidade de valores mais baixos.

- Prazo: no geral, são prazos menores para o pagamento.

- Custo: como não tem garantia, o custo costuma ser maior.

- Garantia: não há regra que exija garantia, mas alguns empréstimos podem fazer essa ressalva.

- Objetivo: não há obrigatoriedade quanto a informar o banco sobre o destino do recurso.

O QUE DEFINE O FINANCIAMENTO

Já no caso do financiamento, a contratação da operação tem por objetivo usar os recursos para comprar um bem ou adquirir um serviço específicos – isso é combinado com o agente financeiro. É o caso do financiamento de um carro ou uma moto, segundo exemplo do BC.

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O dinheiro não vai para a conta do cliente, mas sim repassado diretamente para o vendedor do bem. Ainda segundo a autoridade monetária, normalmente, o item financiado serve como garantia na contratação. Por causa dessa característica, os juros costumam ser menores.

Entre os financiamentos mais comuns no mercado brasileiro estão o imobiliário, estudantil, para aquisição de veículo e para máquinas e equipamentos.

Veja um resumo das principais características dos financiamentos:

- Valor do crédito: possibilidade de valores mais altos.

- Prazo: prazo mais longo para pagar, podendo chegar a 35 anos.

- Custo: na comparação com o empréstimo, o custo efetivo (juros e taxas) é menor.

- Garantia: neste caso, o bem financiado se torna garantia do agente financeiro.

- Objetivo: o dinheiro contratado junto ao banco é para um objetivo específico

DECISÃO DEPENDE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA

Quando procurar uma instituição financeira, o cliente deve ter em mente que não há obrigatoriedade em conceder o empréstimo ou o financiamento. Cada banco, cooperativa e fintech têm a sua política de crédito.

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Nos dois tipos de contrato – financiamento e empréstimo -, o cliente assume o compromisso de fazer o pagamento dentro do prazo e nas condições pré-definidas.

O QUE ANALISAR ANTES

Da parte do cliente, é preciso seguir alguns cuidados antes de assinar o contrato:

- Pesquise a reputação da instituição financeira. O Banco Central traz dados sobre aquelas que estão autorizadas, reguladas, supervisionadas.

- Pesquise também as condições oferecidas pelas instituições, como prazo, tarifas e juros. Lembre-se que, no geral, quando se tem uma relação de mais tempo com o banco, essas condições podem ser mais favoráveis.

- Importante: faça as contas antes de assumir uma despesa. Um “passo maior do que a perna”, com parcelas que comprometem o orçamento mensal, pode sacrificar seu patrimônio.

Segundo o BC, nenhuma instituição pode exigir que o depósito prévio de dinheiro na conta dela para contratar empréstimo ou financiamento ou para liberar o recurso.


SOBRE A AUTORA

Paula Pacheco é jornalista old school, mas com um pé nos novos temas que afetam, além do bolso, a sociedade, como a saúde do planeta. saiba mais