Homem mais rico da França critica novo imposto que irrita empresários; entenda
Críticas de empresários à nova taxa ampliam debate sobre desigualdade na França

A França discute a criação de um novo imposto sobre grandes fortunas, o conhecido também como "imposto para super-ricos", proposto pelo Partido Socialista, que prevê taxar em 2% anuais patrimônios acima de 100 milhões de euros aos empresários franceses.
O tema ganhou força após manifestações em todo o país contra cortes de gastos, enquanto o governo do primeiro-ministro Sébastien Lecornu é pressionado pelo Partido Socialista para incluí-lo no orçamento de 2026, sob risco de enfrentar um voto de confiança que poderia derrubar seu governo.
Segundo o Financial Times, o empresário francês Bernard Arnault, dono da LVMH e homem mais rico da França, atacou a medida e classificou o plano como uma ameaça à economia nacional.
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Críticas do setor empresarial
Arnault afirmou que a proposta busca destruir o sistema econômico liberal e chamou o autor do plano, o economista Gabriel Zucman, de ativista de esquerda. O bilionário destacou que seria um dos maiores contribuintes, já que sua fortuna está estimada em mais de R$ 1,06 trilhão.
Outros nomes do setor também criticaram a medida. Nicolas Dufourcq, chefe do banco estatal Bpifrance, chamou a proposta de insana. Já Éric Larchevêque, cofundador da Ledger, disse que a medida representaria coletivismo e comunismo, além de colocar em risco startups ainda em fase de crescimento.
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Apoio popular e impacto econômico
Conhecida como “taxa Zucman”, a proposta poderia arrecadar até R$ 81 bilhões por ano, segundo os defensores. Já os críticos afirmam que o valor real seria próximo de R$ 27 bilhões.
Apesar da resistência empresarial, pesquisa do instituto Ifop aponta que 86% dos franceses apoiam a nova taxa sobre bilionários. O movimento expõe contradições do presidente Emmanuel Macron, que desde 2017 reduziu impostos sobre ganhos de capital e limitou a antiga taxa sobre fortunas, ganhando fama de presidente dos ricos.
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O impasse aumenta a pressão sobre o governo, que precisa equilibrar a agenda pró-negócios com a demanda popular por mais justiça fiscal. O debate se intensifica com os empresários franceses Bernard Arnault lidera a oposição ao tributo.