H&M lucra fechando lojas no mundo e aposta na expansão no Brasil

O lucro operacional da marca subiu 40% em relação ao ano passado, mas tarifas podem afetar seus resultados futuros; enquanto isso, o mercado brasileiro começa com planos de crescimento

H&M lucra fechando lojas no mundo e aposta na expansão no Brasil
olaser via Getty e freepik.com

Redação Fast Company 3 minutos de leitura

O grupo H&M está entrando no outono com estilo. Na última quarta-feira, 24 de setembro, a varejista divulgou seus resultados do terceiro trimestre e reportou um lucro operacional de 4,9 bilhões de coroas suecas (US$ 521 milhões).

O grupo H&M detém marcas como H&M, COS, Monki e Arket.

Seu lucro operacional representou um aumento de 40% em relação ao ano anterior e superou a previsão dos analistas de 3,7 bilhões de coroas suecas (US$ 393 milhões), de acordo com estimativas de consenso citadas pela CNBC.

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Os números também marcaram sucessos trimestrais consecutivos para o grupo H&M, que também superou as estimativas de lucro operacional no segundo trimestre.

No entanto, o grupo H&M, conhecido por sua atuação no varejo de moda, agora prevê que o quarto trimestre de 2025 apresentará resultados menos positivos devido ao "impacto crescente" das tarifas sobre importações americanas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos.

Em comunicado, Daniel Ervér, CEO, analisou os números e o momento da companhia. “Estamos dando mais passos na direção certa. Por meio de uma oferta mais forte aos clientes, uma margem bruta melhorada e um bom controle de custos, fortalecemos o lucro operacional em 40% em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, além de reduzir o estoque em circulação”, declarou.

PREÇO DAS AÇÕES SOBE APESAR DO ALERTA DE TARIFAS


Apesar da previsão preocupante, os investidores reagiram positivamente aos lucros atuais do grupo H&M. Negociadas na Bolsa de Valores de Estocolmo, as ações da empresa (STO:HM-B) subiram 10% no after-hours e no pré-mercado na manhã de quinta-feira., um dia após o anúncio dos números.

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Outros fatores podem ter contribuído para a alta nos preços das ações. O grupo H&M informou que as vendas em moedas locais aumentaram 2% durante o trimestre.

No entanto, a empresa reduziu significativamente o número de lojas nos nove meses anteriores.

Em 31 de agosto, o grupo H&M contava com 4.118 lojas, em comparação com 4.298 no mesmo período do ano passado. A empresa fechou 135, ou 4%, de suas lojas nos primeiros nove meses do ano fiscal, 48 apenas no terceiro trimestre.

A maioria dos encerramentos de operação ocorreu em lojas H&M e Monki na Europa, Ásia, Oceania e África. Apenas cinco lojas fecharam na América do Norte e do Sul.

Esses fechamentos não indicam necessariamente uma consolidação planejada. A empresa destacou a loja recém-inaugurada, a primeira no Brasil, como sendo “bem recebida”.

O DESEMBARQUE NO BRASIL

A varejista teve um namoro longo com o Brasil. Foram anos de especulação sobre o desembarque da operação por aqui. No mês passado, finalmente, foi inaugurada a primeira loja, no Shopping Iguatemi, em São Paulo. O evento teve a presença de Ervér, o CEO mundial. Semanas depois, foi a vez de abrir as portas da marca na zona leste, no Shopping Anália Franco. O e-commerce também já está no ar para quem prefere a compra on-line.

Nesta semana, a H&M anunciou a previsão de mais unidades, em Sorocaba (SP), Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A estimativa, segundo a empresa, é de abertura de quatro lojas em 2026.

As próximas lojas serão construídas no Iguatemi Esplanada (Sorocaba), no RioSul Shopping (Rio), no Iguatemi Porto
Alegre e no Shopping Praia de Belas (ambos no RS).

DESAFIO DA CONCORRÊNCIA

Apesar de ser apenas o começo da H&M no Brasil, o CEO mostrou otimismo no comunicado ao mercado. "Por meio de uma oferta mais forte aos clientes, uma margem bruta melhorada e um bom controle de custos, fortalecemos o lucro operacional em comparação com o mesmo trimestre do ano passado. O aumento do lucro mostra que estamos no caminho certo, como resultado do progresso que alcançamos em nosso plano. Isso também se reflete na recepção que recebemos ao lançamento da H&M no Brasil em agosto", citou.

Ainda segundo o executivo, com a força global da marca H&M e uma oferta local relevante para os clientes, foi dado "um passo importante em direção a um grande mercado da moda. Vemos um bom potencial de crescimento tanto no Brasil quanto em outros lugares da América Latina."

No entanto, vale lembrar, a H&M terá pela frente concorrentes grandes e já consolidados, nacionais e locais. É o caso da Renner, C&A e Zara, entre outras bandeiras, além de marketplaces como Amazon, Mercado Livre, Temu, Shopee, Shein e Magazine Luiza. (Sarah Fielding e Paula Pacheco)


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