Metanol em bebidas: tudo que você precisa saber sobre riscos, sintomas e como se proteger
Mortes por metanol em São Paulo levam governo a reforçar protocolo de emergência e canais de atendimento à população

Nos últimos dias, o tema da intoxicação por metanol em bebidas adulteradas ganhou destaque nacional após três pessoas morreram e outras oito foram internadas em cidades do estado de São Paulo após consumirem bebidas contaminadas. Casos semelhantes seguem em investigação, o que reforça o alerta para os riscos da substância.
Quais os riscos e efeitos da ingestão de metanol?
Quando ingerido, o metanol é metabolizado pelo fígado e convertido em substâncias altamente tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico. Esses compostos atacam o sistema nervoso central e órgãos vitais.
Quais são os sintomas da intoxicação por metanol?
A ingestão de metanol provoca sinais como tontura, vômito, dor abdominal, confusão mental e visão turva. Nos casos mais graves, pode causar cegueira, coma e morte por falência múltipla de órgãos.
No corpo humano, o fígado transforma o metanol em substâncias que atacam medula e cérebro. Ele pode causar lesões no nervo óptico, insuficiência pulmonar, falência renal e acidificação do sangue.
Especialistas alertam que os sintomas podem ser confundidos com os de embriaguez comum. O atendimento médico rápido é fundamental para evitar complicações graves.
Como identificar os sintomas de intoxicação por metanol?
Os sintomas podem ser confundidos com sinais de embriaguez comum. No entanto, visão turva ou perda de visão, sudorese intensa, náuseas, vômitos, dores abdominais e convulsões são sinais de alerta. Em situações graves, podem ocorrer coma e parada respiratória.
O que fazer em caso de suspeita de intoxicação por metanol?
A orientação das autoridades é procurar imediatamente atendimento médico. O tratamento pode envolver antídotos, diálise e suporte hospitalar. O protocolo oficial do governo recomenda ainda o contato imediato com canais de emergência:
Em caso de suspeita, a recomendação é buscar atendimento médico imediato e contatar um dos canais de emergência:
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733
É essencial que pessoas que consumiram a mesma bebida também busquem avaliação médica, mesmo sem sintomas aparentes.
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O que o governo e autoridades estão fazendo?
A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária realizaram operações de fiscalização em bares de São Paulo, Mooca e São Bernardo do Campo, onde foram apreendidas garrafas suspeitas e alguns locais interditados.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, confirmou novos casos e determinou que Procons reforcem a orientação sobre consumo seguro. Já o Ministério da Agricultura estuda novas medidas de fiscalização.
Como prevenir intoxicação por bebidas adulteradas?
A Abrasel - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes manifestou preocupação com a adulteração de bebidas. A entidade afirmou que a falsificação gera riscos à saúde e prejuízos ao setor. Para reduzir os riscos, especialistas recomendam:
- Comprar bebidas apenas de estabelecimentos confiáveis;
- Observar rótulos, lacres e selos fiscais;
- Desconfiar de preços muito abaixo do mercado,
- Evitar consumo de bebidas de origem duvidosa ou sem registro oficial.
Esses cuidados ajudam a prevenir novas vítimas e reforçam a importância de atenção redobrada em um momento em que a intoxicação por metanol está em alta no país.
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Casos em investigação
O governador Tarcísio de Freitas informou que nove intoxicações por metanol foram registradas em São Paulo no último mês e outras cinco mortes estão sob investigação.
O Governo também anunciou a implantação de um gabinete de crise, além da abertura de cinco inquéritos, as prisões de dois suspeitos e a apreensão de 50 mil garrafas em operações contra a intoxicação por metanol.
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As autoridades orientam ainda que pessoas que tenham consumido a mesma bebida com metanol procurem avaliação médica mesmo sem sintomas. A demora no atendimento aumenta significativamente o risco de morte.