Elon Musk se torna o primeiro a atingir fortuna de meio trilhão de dólares

O patrimônio do fundador da Tesla alcançou US$ 500 bilhões, impulsionado pela valorização das ações de suas empresas, aponta lista de bilionários; fortuna seria suficiente para acabar com a fome no mundo até 2030 e, ainda assim, o sul-africano seguiria bilionário

Elon Musk se torna o primeiro a atingir fortuna de meio trilhão de dólares
KevinHyde via Getty Images

Paula Pacheco 2 minutos de leitura

Elon Musk, CEO da Tesla, é a primeira pessoa a alcançar o patrimônio líquido superior a US$ 500 bilhões. O valor equivale a, aproximadamente, R$ 2,6 trilhões. A fortuna é resultado do aumento do valor da empresa de carros elétricos e de outros negócios do sul-africano em 2025.

O recorde foi alcançado na tarde da quarta-feira (1º), quando o patrimônio atingiu os US$ 500,1 bilhões. Logo depois houve um recuo da cotação da ações das empresas de Musk. Ao final do dia, o valor ficou na casa dos US$ 499 bilhões, de acordo com o índice de bilionários da Forbes.

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A fortuna está relacionada à valorização das empresas de Musk. As ações vêm se recuperando desde que ele deixou o Departamento de Eficiência Governamental no governo de Donald Trump e passou a se dedicar mais aos negócios.

Além da Tesla (da qual detém em torno de 12% de participação), estão a startup de inteligência artificial xAI e a SpaceX, de foguetes. No segundo lugar segue o bilionário Larry Ellison, fundador da Oracle, dono de uma fortuna de, aproximadamente, US$ 350,7 bilhões.

Em setembro, Ellison ultrapassou momentaneamente Musk no rali dos bilionários. No entanto, o dono da Tesla não só retomou o topo da lista como, pela primeira vez, ultrapassou meio trilhão de dólares de patrimônio.

FORTUNAS QUE ESCALAM X FOME NO MUNDO

Musk é o exemplo mais impressionante de como os donos de Big Techs têm acelerado suas fortunas ao apostarem em novas frentes de negócios, como no caso da IA. Mas, se por um lado uns ficam ainda mais ricos, por outro o mundo ainda sofre com a concentração de renda e com a falta de dinheiro para o básico: alimentação.

Pesquisa divulgada há quatro anos, apoiada pelo governo alemão, mostra que seriam necessários US$ 330 bilhões (valor da época) para acabar com a fome no mundo até 2030. Apenas como um exercício no campo hipotético, a fortuna de Musk seria suficiente para estancar a falta de alimentação no planeta. Se isso acontecesse, o bilionário ainda seguiria com cerca de um terço da sua fortuna, com US$ 170 bilhões, aproximadamente.

Os dados são da Ceres2030, uma coalizão financiada pelo governo alemão e pela Fundação Bill e Melinda Gates (hoje Fundação Gates).

Segundo reportagem do jornal britânico The Guardian, publicada na época, foram compilados dados de 23 países. Chegou-se a um número: doadores internacionais precisariam adicionar mais US$ 14 bilhões por ano aos seus gastos com segurança alimentar e nutrição nos próximos 10 anos (a partir de 2021). Seria mais do que o dobro da contribuição que era feita naquele momento. Já os países de baixa e média renda também teriam de doar outros US$ 19 bilhões por ano.

Dados divulgados em julho passado pela Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que 8,2% da população mundial enfrentaram a fome em 2024. Equivale a 673 milhões de pessoas. Apesar de ainda ser um contingente elevado, houve uma ligeira queda em comparação aos 8,5% registrados em 2023.

Os números fazem parte do relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) 2025", feito por cinco agências especializadas da ONU.


SOBRE A AUTORA

Paula Pacheco é jornalista old school, mas com um pé nos novos temas que afetam, além do bolso, a sociedade, como a saúde do planeta. saiba mais