Jeff Bezos prevê data centers no espaço em até 20 anos; entenda o plano da Amazon

O bilionário aposta em estruturas orbitais movidas a energia solar para sustentar o crescimento da IA e da computação em nuvem

pessoa com traje de astronauta rodeada por computadores de data center
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Guynever Maropo 2 minutos de leitura

O fundador e presidente-executivo da Amazon, Jeff Bezos, afirmou que data centers em escala de gigawatts serão construídos no espaço dentro dos próximos 10 a 20 anos. A expectativa é que essas estruturas superem as terrestres graças ao uso contínuo de energia solar.

Segundo a agência de notícias Reuters, o avanço da Inteligência Artificial e da computação em nuvem tem impulsionado o crescimento exponencial desses centros, que demandam cada vez mais eletricidade e água para resfriamento. Para Bezos, a solução pode estar fora da Terra, aproveitando o ambiente espacial como plataforma de infraestrutura tecnológica.

O conceito de data centers espaciais atrai grandes empresas de tecnologia. A promessa é operar 24 horas por dia, livre de interferências climáticas e com energia solar constante. Bezos enxerga essa migração como parte de uma tendência de expansão das atividades humanas no espaço, semelhante ao que já ocorreu com satélites meteorológicos e de comunicação.

Apesar das vantagens, os desafios são consideráveis. A manutenção, o alto custo de lançamento e os riscos operacionais dificultam a execução. Ainda assim, empresas como Lonestar Data Holdings, Axiom Space e Starcloud já testam soluções de armazenamento e processamento de dados fora da Terra.

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Testes e inovações

A Lonestar, com sede na Flórida, lançou um módulo de dados para a Lua, testando a viabilidade de armazenamento seguro em ambientes extraterrestres. A iniciativa marca um passo importante rumo a um possível serviço comercial previsto para 2027.

Outras empresas seguem o mesmo caminho, apostando em satélites equipados com GPUs para processar informações diretamente no espaço.

A Axiom Space também planeja implantar um nó de computação em órbita, visando reduzir o tempo entre a coleta e o processamento de dados de satélites de observação da Terra. A expectativa é que o processamento espacial traga mais agilidade e eficiência para aplicações científicas e de segurança.

O crescimento da Inteligência Artificial e da mineração de criptomoedas eleva o consumo energético global. Atualmente, data centers representam até 2% da eletricidade mundial, número que pode dobrar até 2030. Especialistas afirmam que estruturas orbitais poderiam mitigar esse impacto, aproveitando energia solar constante e eliminando o uso de água para resfriamento.

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O estudo europeu ASCEND propõe plataformas de computação em órbita com o dobro do tamanho da Estação Espacial Internacional, alimentadas por vastos painéis solares. No entanto, os custos de lançamento e o impacto ambiental dos foguetes ainda são obstáculos.

Mesmo assim, defensores da ideia de levar data centers, assim como Jeff Bezos, acreditam que a infraestrutura digital fora da Terra será essencial para o futuro da exploração espacial, especialmente para bases científicas na Lua e em Marte.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais