LinkedIn lança busca por pessoas baseada em IA para expandir conexões

Um dos recursos mais valiosos do mundo corporativo é a rede de relacionamentos profissionais. A IA do LinkedIn vai ajudar a ampliar essa rede

inteligência artificial do LinkedIn
Créditos: Aidin Geranrekab/ Unsplash, chepkoelena/ Getty Images

Harry McCracken 3 minutos de leitura

Em junho, o CEO do LinkedIn, Ryan Roslansky, assumiu um segundo emprego. A Microsoft, dona da rede social para profissionais desde 2016, ampliou as responsabilidades do executivo, que passou a responder também pelo Microsoft 365 – mais conhecido como Office – e seu assistente de IA, o Copilot.

Na nova função, o objetivo é tornar a IA útil em um contexto de produtividade – meta que ainda está longe de ser concluída. Mas Roslansky continua no comando do LinkedIn, uma plataforma cuja razão de existir nasce do efeito de rede de seus mais de um bilhão de usuários.

As conexões únicas, os aprendizados e a disposição para ajudar que os membros da rede oferecem não têm como ser usados para treinar um modelo de linguagem (e virar o tipo de conselho genérico que um chatbot fornece). Em um mundo onde a informação está amplamente disponível, Roslansky argumenta que as relações humanas são mais importantes do que nunca.

“Conhecimento confiável, contextual, orientado por especialistas – o tipo de coisa que surge da experiência vivida ou de uma compreensão profunda – está se tornando muito mais valioso, não menos”, afirma. “Daqui para frente, a pergunta dos profissionais não será apenas ‘qual é a resposta?’, mas ‘em quem posso confiar para me orientar?’. E é aí que entramos.”

Ainda assim, uma vez que você se afasta de seus contatos diretos no LinkedIn, nunca foi tão simples acessar o poder da sua rede. Mesmo quando se buscava um tipo específico de conselho ou favor que um amigo de um amigo estaria disposto a oferecer, não havia garantia de que seria possível encontrá-lo com palavras-chave e filtros.

Em um mundo onde a informação está amplamente disponível, as relações humanas são mais importantes do que nunca.

Agora, o LinkedIn está dando um passo importante para resolver isso. Um novo recurso chamado "busca de pessoas com IA" utiliza inteligência artificial generativa para superar as limitações da busca convencional.

Ele entende solicitações como “investidores com experiência na FDA para uma startup de biotecnologia”, “ex-alunos da Universidade Northwestern que trabalham em marketing de entretenimento”, “professores que se tornaram designers industriais” ou “quem pode me ajudar a arrecadar recursos para uma organização sem fins lucrativos”. Os resultados incluem perfis relevantes, independentemente das palavras exatas usadas na pesquisa.

A busca de pessoas com IA está sendo lançada inicialmente para assinantes do LinkedIn Premium, mas a empresa afirma que, futuramente, estará disponível para todos os usuários.

NETWORKING TURBINADO COM IA

O recurso segue a busca de vagas com IA, introduzida no início deste ano, que consegue entender pedidos pouco específicos, como “quero ajudar a levar a humanidade a Marte” ou “quero trabalhar com produtos de IA usando minhas habilidades financeiras”.

Membros que acumularam centenas de conexões ao longo dos anos podem encontrar novo valor em visitar a plataforma com mais frequência e ir mais fundo.

“A empresa foi fundada na ideia de que, se construíssemos uma comunidade valiosa, qualquer profissional poderia se tornar mais produtivo e bem-sucedido por meio das pessoas em sua rede”, afirma Roslansky. “Quando você consegue usar a IA para analisar essa rede de pessoas, abre-se um mundo totalmente novo.”

rede de relacionamentos profissionais

Quanto à forma como a evolução do LinkedIn se encaixa no novo cargo de Roslansky na Microsoft, ele destaca várias vantagens de suas responsabilidades duplas.

Para começar, participar de reuniões com pessoas como o CEO da Microsoft, Satya Nadella, o CTO Kevin Scott e o CEO da Microsoft AI, Mustafa Suleyman, oferece a ele “uma visão do limite extremo de para onde a IA e a tecnologia estão indo”.

Mas expandir seu escopo também envolve partes da missão do LinkedIn que continuam pendentes, mesmo nove anos depois da união das duas empresas. Até agora, o LinkedIn parecia um parente distante de pesos-pesados da Microsoft como Word, Excel e PowerPoint.

À medida que a IA cria oportunidades para repensar todos esses produtos, Roslansky afirma que está refletindo sobre eles de forma holística. Só isso já representa uma nova abordagem, com desdobramentos que podem moldar o futuro de algumas das ferramentas de negócios mais usadas no mundo.


SOBRE O AUTOR

Harry McCracken é editor de tecnologia da Fast Company baseado em San Francisco. Em vidas passadas, foi editor da Time, fundador e edi... saiba mais