Gêmeos digitais? Entenda como “cópias virtuais” de pacientes podem revolucionar tratamentos

Veja como réplicas virtuais estão ajudando médicos a prever respostas a tratamentos

Mão de humano e robô se tocando
O avanço dos grandes modelos de linguagem acelerou o uso dessa tecnologia nos últimos anos. Créditos:Freepik.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

A medicina vive um momento de transição em que dados, tecnologia e cuidado individual começam a se encontrar. Nesse cenário, os gêmeos digitais surgem como uma solução para reduzir a distância entre pesquisas baseadas em grandes grupos e decisões médicas tomadas para um único paciente.

A tecnologia permite antecipar respostas a tratamentos e tornar o cuidado mais preciso, especialmente em doenças complexas e de evolução imprevisível.

Segundo análise do Digital Future, os gêmeos digitais funcionam como réplicas virtuais de pacientes, criadas a partir de dados clínicos, históricos médicos e informações coletadas por dispositivos de monitoramento.

Esses modelos utilizam métodos estatísticos avançados e Inteligência Artificial para simular a evolução de doenças e os efeitos de diferentes intervenções.

Leia mais: Médicos x IA: até onde a tecnologia pode substituir humanos na saúde?

Os gêmeos digitais operam em múltiplas escalas. Alguns reproduzem células ou tecidos específicos, enquanto outros simulam pacientes completos, com características clínicas e demográficas.

Há ainda modelos que representam populações inteiras, permitindo a criação de coortes sintéticas usadas em estudos virtuais e testes de hipóteses clínicas.

Como é feita a detecção precoce?

No Hospital Geral de Massachusetts, equipes de pesquisa utilizam a tecnologia para estudar o declínio cognitivo. Os modelos virtuais reproduzem padrões de fala e comportamento observados em pacientes reais.

Essas simulações ajudam a validar métodos de detecção precoce sem a necessidade de recrutar novos voluntários, acelerando a pesquisa clínica.

Pesquisadores também aplicam modelos estatísticos que comparam a trajetória de um paciente tratado com a de múltiplos perfis virtuais semelhantes que não receberam a terapia.

Esse tipo de comparação permite avaliar se a resposta observada é resultado do medicamento ou apenas parte da progressão natural da doença.

Leia mais: “Terapeutas” de IA não se importam com a gente, só com nossos dados.

Outra aplicação envolve a simulação de ensaios clínicos completos. Populações digitais podem funcionar como grupos de controle, reduzindo custos e tempo no desenvolvimento de novos tratamentos.

Os resultados indicam que pacientes virtuais podem reproduzir, com alto grau de fidelidade, respostas observadas em grupos placebos reais.

Como funciona os gêmeos digitais?

Em escala molecular, os gêmeos digitais também são usados para representar células humanas. Sistemas baseados em Inteligência Artificial analisam dados genômicos, clínicos e laboratoriais.

Com isso, médicos conseguem interagir com modelos que estimam a probabilidade de resposta a terapias específicas, apoiando decisões clínicas mais informadas.

Leia mais: Disputa por minerais críticos pode redesenhar o mapa do poder global.

Você pode se interessar também:

O avanço dos grandes modelos de linguagem acelerou o uso dessa tecnologia nos últimos anos. A possibilidade de dialogar com representações digitais amplia o potencial de personalização do tratamento.

Nesse cenário, os gêmeos digitais surgem como uma das ferramentas mais promissoras para aproximar dados científicos da realidade de cada paciente.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais