Por que ainda sabemos tão pouco sobre o impacto dos produtos que consumimos
Uma solução inovadora e focada no cliente para métricas de sustentabilidade

Tudo começou com uma indulgência. Um mocha de chocolate branco do Starbucks. Sem chantilly, claro, porque gosto de pensar que estou sendo saudável. Sim, eu sei da ironia: chamar uma bomba de açúcar de “saudável” só porque dispensei o chantilly. Mas esse pequeno gesto de moderação acabou despertando uma ideia muito maior.
Naquele dia específico, há cerca de dois anos, estava no Reino Unido, saboreando o primeiro gole, quando notei algo no rótulo do Starbucks colado ao copo: um QR code que prometia informações nutricionais e sobre alergênicos.
Curioso – e ainda agarrado à ilusão da minha escolha mais saudável –, escaneei o código para ver quantas calorias havia na minha bebida personalizada. Isso me ajudaria a calcular quanto tempo levaria para “queimar” o café em uma aula de SoulCycle.
Na época, porém, o QR code mostrava apenas uma receita genérica, com direito a chantilly e tudo. Nenhuma personalização, nenhum insight real. Apenas uma oportunidade perdida.
Aquele momento de frustração acabou se transformando em um momento de inspiração.
DO MOCHA ÀS MÉTRICAS
Como alguém que trabalha na interseção entre sustentabilidade e experiência do cliente, não consegui evitar a pergunta: e se pudéssemos fazer melhor? E se algo tão simples quanto um código de barras bidimensional pudesse entregar informações relevantes e personalizadas? Não sobre calorias, mas sobre carbono?

Foi aí que surgiu a ideia de criar produtos de comunicação para informar os clientes sobre pegadas de carbono. Porque pegadas de carbono não são estáticas, elas dependem do tempo.
O impacto ambiental de um produto varia conforme o momento em que foi fabricado, as fontes de energia utilizadas e até os fornecedores envolvidos. Uma garrafa de acetona produzida há três anos pode ter uma pegada de carbono muito diferente de uma fabricada hoje.
Como lidar com toda essa complexidade? A resposta pode estar em dados específicos por lote e no uso de códigos de barras 2D.
Imagine escanear o código de um produto e ver, na hora, informações como:
- sua pegada de carbono
- o consumo de água
- a porcentagem de energia renovável usada na produção
- o impacto sobre a biodiversidade
E ir além: compreender o nível de inclusão da cadeia de suprimentos ou como o produto apoia comunidades locais. Isso não é apenas transparência, é transformação.
O rótulo do Starbucks me lembrou que a inspiração está em toda parte e que a experiência do cliente é tudo. Se queremos que as pessoas se importem com sustentabilidade, precisamos torná-la acessível, intuitiva e relevante.
Isso exige a construção de sistemas capazes de fornecer dados personalizados em tempo real, além de validar e testar esses sistemas com rigor. Exige também ouvir os clientes – entender o que eles esperam, o que os surpreende e o que os inspira a agir.
UMA SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL
Ainda não chegamos lá. Para nossos clientes e para nós, há uma curva de aprendizado pela frente e muito trabalho a ser feito para compartilhar pegadas de carbono de produtos de forma digitalizada.
Mas, a cada gole daquele café, sou lembrado do potencial. Do potencial de transformar momentos cotidianos em catalisadores de inovação. Do potencial de aproximar negócios e sustentabilidade de um jeito que não seja apenas responsável, mas também notável.
Porque quando a sustentabilidade passa a fazer parte da experiência do cliente – não como algo secundário, mas como um atributo central –, vamos além de atender expectativas. Nós as redefinimos.