Comunidade LGBTQIA+ vive conectada e verifica mais as fontes das notícias

Pesquisa da Kantar Ibope Media indica que esse público também usa mais as redes sociais para se conectar com as marcas

Crédito: Norbu Gyachung/ Unsplash

Redação Fast Company Brasil 2 minutos de leitura

Como Mês do Orgulho LGBTQIA+, julho é o momento para empresas de consultoria e pesquisa inundarem o mundo com os principais insights sobre a comunidade. Para entender melhor esse público, a Kantar Ibope Media, divisão de pesquisa em mídia da Kantar, inclui a orientação sexual em seus questionários do Target Group Index desde 2019. 

Em 2021, os pesquisadores passaram a perguntar a identidade de gênero. Segundo a consultoria, esses recortes permitem entender comportamentos, atitudes, opiniões e interesses da comunidade sob uma metodologia sólida e comparável ao longo dos anos.

Seu mais recente estudo, “Toda Forma de Amor! Deversidata! Uma jornada de dados pela comunidade LGBTQIA+”, revala que 7% dos brasileiros se assumem como não heterossexuais. O número mais do que dobrou entre 2019 e 2021.

O número de brasileiros que se declara não heterossexual mais que dobrou entre 2019 e 2021.

Dentre os que se declararam não heterossexuais nas 15 regiões atualmente cobertas pelo Target Group Index, 44% são homossexuais, 36% bissexuais, 5% assexuais e 14% se identificam com outros tipos de orientação sexual. Quando o assunto é identidade de gênero, 5% dos respondentes se declararam como não cis, entre transgêneros, não-binários, gender-fluid ou outros.

A maior parte dos entrevistados vive no Sudeste (67%), em especial no estado de São Paulo (40%). Ainda vale destacar que 60% têm entre 18 e 35 anos, enquanto menos de 5% pertencem ao grupo com mais de 65 anos – dados mostram que há correlação entre faixa etária e a decisão de se assumir.

CONSUMO DE MÍDIA

Membros da comunidade LGBTQIA+ são mais ligados à internet do que a população em geral: 64% sentem necessidade de verificar as redes sociais todos os dias e 47% seguem e interagem online com marcas. Entre os heterossexuais, os números são, respectivamente, 54% e 31%. Outro dado interessante é que  78% sempre verificam as fontes das notícias que recebem (contra 69% da população geral).

Os dados mostram que há correlação entre faixa etária e a decisão de assumir a própria sexualidade.

“Podemos entender esse comportamento mais crítico, questionador em relação às fontes e conectado à internet por dois ângulos. O primeiro, por ter um perfil mais jovem que o total da população e assim, naturalmente, terem maior familiaridade com o ambiente digital”, analisa Melissa Vogel, CEO da Kantar Ibope Media no Brasil.

“Em segundo lugar, há uma característica inerente às pessoas dessa comunidade de quererem se sentir mais seguras e confiantes em relação às informações que recebem para navegar em seus ambientes pessoais e profissionais.”

De acordo com outro estudo recente da empresa o CelebScore, realizado em 2021, Marta, Anitta e Gil do Vigor são os destaques como formadores de opinião em sua área de atuação dentro da comunidade. “Ela vem ganhando forte representação nos últimos anos, com artistas, atletas e influenciadores assumindo sua orientação sexual e participando das discussões sobre direitos e anseios”, afirma Melissa.


SOBRE O(A) AUTOR(A)

Conteúdo produzido pela Redação da Fast Company Brasil. saiba mais