Pixar traz ao Brasil seu evento “Mundo Pixar” de experiências imersivas
Evento é considerado o maior do estúdio, que tirou o ano para encarar o desafio de abraçar a comunidade LGBTQIA+
Os resultados decepcionantes nas bilheterias com seu filme mais recente, "Lightyear", lançado em junho no Brasil, não impediram a Pixar de tentar ir ao infinito e além para conquistar os fãs brasileiros. A SolutiOnOff anunciou para 20 de julho a chegada do Mundo Pixar, que trará experiências imersivas do estúdio para a cidade de São Paulo.
Esse é considerado o maior evento da Pixar já realizado no mundo em extensão, com 2,8 mil metros quadrados de área total. O espaço é dividido por temas, cada um inspirado em um dos longas-metragens da produtora – incluindo velhos queridos do público, como "Toy Story", "Procurando Nemo", "Os Incríveis" e alguns mais recentes, como "Divertidamente" e o próprio "Lightyear".
A experiência acontece em ordem linear, em cenários realistas e imersivos, com impressões em gigantografia, objetos 3D e ativações especiais. O passeio começa em uma sala formada por uma projeção gigante, onde os visitantes podem relembrar cenas de alguns dos filmes da Pixar e passa pela fachada e sala da casa de Carl, o velhinho de "UP - Altas Aventuras"; a fábrica de "Monstros S.A."; o quarto de Andy, em "Toy Story"; o universo de "Lightyear"; a mente de Riley, de "Divertidamente"; a cozinha de "Ratatouille"; a Escola da Vida de "Soul"; uma cena de batalha de "Os Incríveis"; o Flo´s V8 Café de "Carros"; terminando no ambiente aquático de "Procurando Nemo".
O evento acontecerá na parte externa do Shopping Eldorado, em São Paulo, até o dia 23 de outubro. Os ingressos já estão à venda.
ANIMAÇÃO COM DIVERSÃO E DIVERSIDADE
O ano de 2022 foi importante para a Pixar – e, por que não, para toda a Disney – encarar um grande desafio: o da causa LGBTQIA+. Seus mais recentes longas, como "Lightyear", começaram a se aventurar na representatividade dessa comunidade.
Por trás dessas iniciativas estão as críticas feitas pelo time da própria empresa à companhia-mãe, a Disney. Primeiro, por inicialmente silenciar quando o projeto de lei "Don't Say Gay" (não diga gay) foi aprovado na Câmara e no Senado da Flórida. A lei não só proíbe as escolas de tocarem em assuntos envolvendo orientação sexual mas permite até processos por parte dos pais.
Outro ponto negativo para a imagem da companhia foi a publicação de uma carta aberta, assinada por toda a equipe LGBTQIA+ da Pixar, enfatizando que a Disney não investe ou se preocupa com a comunidade.
Em resposta, "Lightyear" tem uma personagem lésbica, parceira do protagonista. Não é uma participação curta e passageira: a comandante Alisha tem uma história pessoal e amorosa bem desenvolvida. Ela foi uma das razões de o filme ter sido banido em 14 países do Oriente Médio e da Ásia, e também das diversas críticas do público mais conservador.
A represália é apontada como uma das razões para justificar o mau desempenho do longa, incluindo no Brasil, ao arrecadar apenas R$ 12 milhões entre os dias 16 e 19 de junho, segundo dados da Comscore. Nos Estados Unidos, "Lightyear" faturou US$ 51 milhões, amargando uma das piores estreias do estúdio.
Resultados que não desanimaram a Disney na jornada de colaborar com a causa LGBTQIA+, mesmo que em níveis diferentes. O mais recente filme da Marvel, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" apresenta um casal de mães lésbicas; a nova série do Disney+ "Baymax" apresenta uma cena curta de um homem trans comprando absorventes; "Thor: Amor e Trovão", com estreia em julho, promete tocar no tema; e "Strange World", que estreia em novembro, terá um romance adolescente LGBT.